Dentre o Caos Ainda Há a Esperança
DeNTRe o CaoS aiNDa Há a eSPeRaNÇa.
Surpreendo-me ainda hoje com os atos simples de solidariedade que vejo ao
passar pelos caminhos que percorro.
São tantas as barbáries urbanas que temos que encarar em nossos noticiários,
sejam digitais ou materiais, que cada pequeno ato deste nos acende a esperança
amortecida em nosso íntimo mais remoto.
Não estou falando de atos de heroísmo ou bravura desenfreada, que muitas vezes
acabam formando mais vítimas do que a própria barbaridade executada.
Não podemos vangloriar atos de reação a ação bandida como um ato de heroísmo,
como a pouco tempo atrás, quando um policial a paisana ao ser abordado por
ladrões que roubavam, sua moto, simplesmente sacou sua pistola e atirou contra
os mesmos.
Sim ele os acertou, mas deixou vulnerável à sua reação várias pessoas inocentes
que passavam ao redor, e o pior de tudo, ainda foi aplaudido por estas que
estavam a observar.(aplaudiriam se tivessem sido alvejadas?).
Isto se passou em pleno bairro da Zona Sul do RJ, Gávea.
Não estou falando disso, porém, estou falando de um ato simples para muitos,
mas que me poe a pensar que ainda temos pessoas "humanas".
Falo de algo que vi ao passar por dentro de uma das comunidades que passo todo
os dias a caminho de meu trabalho.
Em meio a construções irregulares, esgotos a céu aberto, carros sem
fiscalização, quebra-molas fora de padrão, moradores acharcados por milícias
opressoras, e outros fatos talvez piores, porém não sabidos, me surpreendi com
o ato de um senhor que se colocou a frente de vários carros que vinham em suas
viagens solitárias, sem nem reparar ao redor, para que perdessem alguns minutos
somente, de suas viagens e dessem passagem a um cansado e velho cão que queria
atravessar ao outro lado da rua.
Este já manco, vítima talvez de outro algoz veloz, que por ali passou sem ter
tempo para notá-lo.
Um ato simples dirão vocês, porém dentre o caos me pareceu um ponto de
esperança.
Ainda temos pessoas que param suas vidas tão sofridas e atarefadas para pensar
nestes seres que sempre são nossos melhores amigos e que muitas vezes são
hostilizados e abandonados a própria sorte ou seria, má-sorte.
Prefiro ver um pequeno ato deste a cada dia do que os grandes que tenho visto
nos noticiários dos jornais.
Mas atos como estes não dão manchete.
Atos como estes não são nem reparados.
Não são vistos.
São ignorados.
Eu vi.
E senti.
E agradeci.
Obrigada a estas pessoas que ainda acreditam em propagar o bem, não só aos
semelhantes, mas a todos os seres que necessitam.
Como dizia nosso profeta:
Autor: Fabiana Guaranho
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