Os Bancos e a Sustentabilidade



A Declaração Collevecchio endossada em 2003 por mais de 200 ONG's em todo o mundo convocava as instituições financeiras a aceitarem seis compromissos e a adotar medidas a implementa-las. Os compromissos são: sustentabilidade dos mercados e governança, não provocar danos, responsabilidade, prestação de contas, sustentabilidade e transparência.

Os Princípios de Equador, definidos em 2002, exigem cuidados especiais do ponto de vista sócio-ambiental em projetos com empréstimos superiores a US$ 10 milhões.

Os diretores de bancos gostam muito de mencionar essas declarações e princípios para passar a imagem de ambientalmente corretos. No entanto, a prática fica muito distante da teoria. São pequenos os controles para saber se o dinheiro que sai dos bancos está sendo corretamente aplicado em termos socioambientais.

Entretanto, os bancos estão preocupados com sua reputação, estão investindo em campanhas milionárias de marketing para construírem uma imagem de ambientalmente corretos.

Um monitoramento de crédito das principais instituições financeiras do mundo mostra que o resultado está longe de ser socioambientalmente responsável. Há grande distância entre o discurso e a prática.

Ocorre que um número cada vez maior de empresas vem se convertendo à causa da sustentabilidade. O motor dessa tendência é o que move o capitalismo desde sempre: o custo / risco / benefício.

Assumir uma postura não sustentável significa deparar com as portas de vários bancos e instituições de fomento fechadas. A falta de monitoramento de impacto ambiental das companhias é considerada como uma bomba de efeito retardado para seus negócios.

Neste contexto, o seguro ambiental sugere o atendimento das obrigações reparatórias e indenizatórias por parte do agente poluidor. Assim, este seguro passa a ter efeitos de garantia para supostos acidentes ambientais e de prevenção, pela análise prévia que deve ser feita pela instituição seguradora. Estas poderão se constituir nas maiores patrocinadoras e apoiadoras de políticas e projetos de entidades voltadas à prevenção e promoção do desenvolvimento sustentável.

A companhia seguradora garantirá uma verdadeira auditoria em matéria ambiental e a contratação de um seguro de responsabilidade civil por dano ambiental se tornará uma útil ferramenta de gestão ambiental.

Monitoramento ambiental

Em linha com os valores de responsabilidade sócio-ambiental, 41 bancos já aderiram aos Princípios do Equador. As instituições se comprometem a observar a política social e de meio ambiente da International Finance Corporation (IFC).

A preocupação com o meio ambiente é uma questão intimamente relacionada à gestão responsável dos recursos naturais, assumindo-se o conceito de eco-eficiência: fornecimento de bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, reduzindo progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos naturais para um nível equivalente à capacidade de sustentação estimada da terra.

Os bancos signatários devem considerar sempre, ao avaliar novos empréstimos e investimentos, questões que aumentem as oportunidades de crescimento aceitável ou sustentável, do ponto de vista ambiental e social e que minimizem a exposição a riscos.

Estamos convencidos que ações criteriosas de sustentabilidade permitirão crescente competitividade às empresas, coerentes com os anseios de seus públicos interno e externo.

Poluição é sinônimo de desperdício e prática socialmente justa é sinônimo de motivação.


Autor: Paulo Bastos


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