FOLCLORE, CULTURA E ETNOCENTRISMO TERMOS INTERLIGADOS*



FOLCLORE, CULTURA E ETNOCENTRISMO TERMOS INTERLIGADOS*

Marcia Jovelina de Jesus **

"Folclore é uma palavra que já nasceu entre parênteses". (BRANDÃO)

"Etnocentrismo são atitudes pela qual, um individuo ou um grupo social, julga outros indivíduos ou grupos, tendo como referencia seus próprios valores" (ROCHA).

"Assim, cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos". (SANTOS)

RESUMO

Nossa leitura sobre os temas Folclore, Etnocentrismo e Cultura será feita observando   como eles são tratados nos estudos sócio-antropológicos, observando através

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*Semi-artigo apresentado a Prof. Luciana Leitão, da disciplina Estudos Sócio-antropológicos do Curso de Letras Vernáculas, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB -Campus XXI, como requisito para complementação de nota.

**Acadêmica do segundo semestre, noturno

deum novo olhar sobre a temática e reconhecendo suas contribuições para a sociedade.

PALAVRAS-CHAVE

Folclore; Etnocentrismo; Cultura; Sociedade

INTRODUÇÃO

O artigo em voga surge a partir de discussões travadas em sala de aula e apresentação de um seminário, no componente curricular Estudos sócios- antropológicos. O objeto de estudo pautou-se na análise referente aos termos: Folclore, Etnocentrismo e Cultura. Não temos a pretensão de esgotar todas as possibilidades de análises referentes aos termos. Porém almejamos contribuir para a nova perspectiva acerca do folclore, etnocentrismo e cultura.

Nosso artigo é composto apenas de uma parte e para fazer essa análise ao seguinte suporte teórico: BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982; ROCHA, Everardo P.Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988; SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2006; COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia. Introdução a Ciência da Sociedade. São Paulo. Moderna 1987; RUI, Manuel. Um anel na areia. Nzila. Luanda. 2002. Os autores citados deram grande contribuição para o nosso estudo.

"Qualquer que seja o tipo de mundo social onde exista, o folclore é sempre uma fala. É uma linguagem que o uso torna coletiva. O folclore são símbolos. Através dele as pessoas dizem o que querem dizer ". (BRANDÃO)

A industrialização cultural está em alta. A cultura virou comércio, onde o lucro é o que realmente importa. Não somos contra as manifestações culturais e sim, contra o monopólio. O sentido intercultural não pode ser monopolizado.

A cultura não é estática, e dinâmica, coletiva, mutável, complexa, construção histórica.

Nenhuma cultura é absoluta, soberana; inferior ou superior. A cultura está associada a características da existência, processos e aspectos sociais; conhecimento, ideologia, crenças de toda a sociedade. A cultura popular eram as sobras, o inferior, a superada, atrasada de dominados, classe oprimida. Já a cultura erudita refere-se a classe dominante,colonizadora, refinada.

" A alta cultura, à cultura dominante, e por outro, a qualquer cultura. A alta cultura surge como marca das grandes camadas dominantes da população de uma sociedade"(SANTOS 1987,p.35)

Cultura e folclore estão irmanados. Folclore são manifestações, costumes, tradições culturais e populares, que formam o lastro cultural da sociedade, é conservador, mais com capacidade de criar e recriar.

Partindo desse pressuposto a cultura e o folclore deve servir para edificar uma sociedade, de forma autêntica que supere todos quaisquer tipos de etnocentrismo.

" Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e de todos os outros, são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência(...).(ROCHA p.5)

Alguns estudiosos afirmam que o folclore é cultura de classes subalternas, ingênua, não oficial, não dominante, poder dos fracos, velharia.

"A atitude etnocêntrica tem por outro lado, um correlato bastante importante e que talvez seja elucidativo para a compreensão destas maneiras exacerbadas e até cruéis e encarar o "outro". Existe realmente, paralelo à violência que é a atitude etnocêntrica encerra, o pressuposto de que o "outro" deva ser alguma coisa que não desfrute da palavra para dizer algo de si mesmo". (ROCHA, p.6)

Por exemplo, analisaremos o Brasil um país onde o etnocentrismo se impregnou, um grupo do "eu" (colonizadores) através da força, tortura, massacre impôs ao grupo do "outro" (índios) seus costumes, seus valores, suas vidas foram devastadas. Não achando suficiente o grupo do "eu" traficava o "outro" (negros) da África e traziam-nos como escravos inculcando na mente "outro" de que eles precisavam ser colonizados, de que só a cultura do "eu" eram certa. Como conseqüência até hoje o Brasil não possui democracia racial. Outro exemplo clássico é o choque cultural causado por Hitler onde o "eu", queria manter vivos os da raça ariana, para que dominassem o mundo pois, eram "puros',, os "outros" eram tidos como lixo, dejetos, serem do mal que tinham que ser exterminador da terra,eram tratados pior do que animais,sendo torturados, executados sumariamente pelo seu idealismo, ocorrendo derramamento de sangue.

O que pode nos parecer absurdo, inaceitável, para ob outro pode ser o normal, devemos respeitar mesmo assim. Os egípcios que adoram deuses, que possuem corpo de animais, há países que se comem carne de cachorro, no Brasil é abominável, mais lá é um prato saboroso, mia eles acham que o Brasil desperdiça comida, por deixar milhares de cachorros na rua; já os indianos nos acham loucos porque comemos carne de vaca (cozida, assada, frita, ensopado, moída, inventamos inúmeros pratos) e já lá a vaca é considerada animal sagrado a "mãe" deles. Cada cultura tem seu valor.

Durkheim nos fatos sociais estabelece três características: conformismo às regras impostas pela sociedade; são exteriores aos indivíduos, devem ser internalizadas; generalidade.

O eurocentrismo se justificava na missão civilizadora para que as colônias se submetessem aos colonizadores ("eu", "superior"), implantando ("outro", "inferior") dos seus valores sociais, morais, culturais, industriais. Surgindo assim, o chamado darwinismo social onde as sociedades mudariam e evoluiriam em sentidos ditados pelos dominantes. "A permanência do etnocentrismo agora traduzidos na sociedade do 'eu" como o estágio mais adiantado e a sociedade do "outro" como estágio mais atrasado. (ROCHA,p12)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore. Passos. 7ª Ed. São Paulo. Brasiliense. 1984. (Coleção Primeiros Passos)

ROCHA, Everaldo, P. Guimarães. O que é etnocentrismo. Passos. 5ª ed. São Paulo. Brasiliense. 1988 (Coleção Primeiros Passos)

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16ª ed. São Paulo. Brasiliense. 2006. (Coleção Primeiros passos)

COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia. Introdução a Ciência da Sociedade. São Paulo. Moderna 1987

RUI, Manuel. Um anel na areia. Nzila. Luanda. 2002


Autor: marcia jovelina


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