Saraban de Ingmar Bergman



Os olhos ebúrneos azuis de Liv Ullmann, acalantando o sete de filmagem. Seu personagem representa uma papisa de rara sabedoria, em busca da saudade e do equilíbrio existencial, e vai envolvendo os personagens, perdoando aquelas pessoas, e com uma espécie de mimo, vai tornando cada vez mais leve os seus problemas, suas mazelas. A heroína que retorna ao umbral, para sacralizar aquele vendaval psicológico; com direito a todo tipo de teoria Freudiana, complexo de Electra, complexo de Édipo, esquizofrenia causada por distúrbio familiar, até que chega ao clássico sintoma, o vazio existencial suíço-alemão.

E ao mesmo tempo, eu comparo seus lábios carnudos e famosos, com a Liv Ullmann de Persona, aquela menina trágica e sensual, desvendando os desejos mais íntimos de Bibi. E essas duas deusas européias se revelarão ainda mais em preto e branco, com seus atributos artísticos e suas sensualidades psicóticas. Com suas tiaras segurando sensivelmente seus cabelos prateados impregnados da luz reveladora na ótica penetrante de Bergman. É difícil não se apaixonar por Liv Ulmann; a cada giro de sena, sua beleza fica mais aparente, além de ser uma grande atriz.

Voltando a Saraban; foi difícil e emocionante ver a fase senhora Liv Ulmann, difícil por causa de Persona, emocionante por causa daquele olhar erbúneo azul que nunca mudou. São aqueles olhos que vagam e navegam pela câmera de Bergman, e que são para sempre. A fase senhora Liv para mim; saber envelhecer com dignidade e beleza, e para poucos, seus gestos de delicadeza, ainda permanecem feito um mistério para meu olhar de cinéfilo, é por isso, que ela é para mim, uma das Grandes Damas do Cinema de todos os tempos.

Abraços, Julio.


Autor: joao pereira


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