CATALOGAÇÃO E ESTUDOS DOS SITIOS ARQUEOLÓGICOS E OFICINAS LÍTICAS NO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO SUL-SC



RESUMO

Este artigo tem como objeto; os achados arqueológicos no Município de São Bento do Sul - SC, estes artefatos e oficinas líticas, que estão sendo encontrados pelos moradores e proprietários das terras nas localidades interioranas da Ponte dos Vieiras e Sertãozinho. Atualmente são encontrados na superfície do solo, cacos cerâmicos com decorações plásticas (corrugadas e lisas) algumas com uma grande quantidade de carvão vegetal e pequenos grãos de quartzo misturada a argila, ferramentas líticas, pontas de projéteis, amolador e polidor fixo ao solo, e petynguás (cachimbo) em argila cerâmica, pertinente a tradicão TupiGuarani que assentou-se nestas localidades provavelmente no período pré – colonial. Tais evidências estão espalhadas por toda a extensão do terreno, devido à rotatividade das máquinas utilizadas para o plantio da lavoura. Entretanto, através de pesquisas bibliográficas e de campo buscamos catalogar estes achados, e utilizando o Sistema de Posicionamento Global (GPS), identificar a rota utilizada pelos ameríndios, bem como o caminho utilizado pelos TupiGuarani o caminho do Peabiru. Palavras chaves: Arqueologia, Sítios Arqueológicos, TupiGuarani.

ABSTRACT

This article has as objetc the archaeological discoveries in São Bento do Sul Municipality in Santa Catarina, these fragments and licit workshops, that are been found by the landlords in their lands an in the places like Ponte dos Vieiras e Sertãozinho. Nowadays, we can find in the ground, ceramic bits with plastic decorations (rough and smooth) some with big quantity of vegetable coal and small grains of quartz mixed with argil, licit tools, projectile tips, grinder and fixed polisher in the ground, argil pipe (petynguás), relevant to the TupiGuarani tradition which have placed in these localities probably in the pre-colonial period. These evidences are spread all over the land, due the rotary plow used in the agriculture crops. Meanwhile, through the bibliographical researches and the investigation we have catalogued these discoveries and using the (GPS) – The Global Positioning System to identify the used route by the Amerindians, as well as, the way used by the TupiGuarani and the Peabiru way. Key-Words: Archaeology, Archaeological Sieges, TupiGuarani.

INTRODUCÃO

As pesquisas realizadas deixam em evidência, o Município de São Bento do Sul – SC e as localidades da Ponte dos Vieiras e Sertãozinho. Para tanto, foi-se buscar nos critérios históricos, arqueológicos e geológicos, a busca para as respostas sobre os sítios arqueológicos na região. Tal trabalho teve como objeto a catalogação dos sítios arqueológicos e as oficinas líticas. Devido a critérios legais, segundoLEI N 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961. Capitulo II. Das Escavações arqueológicas realizadas por particulares Art. 08 e 09 não foi solicitada à autorização junto ao (IPHAN) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para que houve-se escavações nestes sítios.

No inicio do ano de 2007 surgiram amostras de fragmentos arqueológicos na localidade interiorana da Ponte dos Vieiras a qual tais achados não tinham referência a quem pertenciam.

O presente trabalho teve como objeto de pesquisa a catalogação dos sítios arqueológicos e oficinas líticas no Município em questão. Na perspectiva de se achar às respostas foram catalogados o total de 03 (três) sítios arqueológicos, dentro destes 02 (dois) são oficinas líticas.

Os TupiGuarani se assentaram em um determinado período nesta região, as evidências encontradas vão desde cacos cerâmicos decorados (corrugacões) até um amolador e polidor em rocha de arenito fixo ao solo, laminas de machados, cortadores, cachimbo de argila e pontas de projéteis (flechas e lança) em rochas de granito e quartzo, evidenciando a localidade da Ponte dos Vieiras como um possível assentamento e um ponto estratégico desta tradição no planalto norte.

Apesar da distância entre os sítios, possivelmente os caminhos utilizados para subir a serra do mar era por via fluvial até a cidade de Corupá - SC, e depois a pé utilizando-se o caminho do Peabiru.

OS POVOS CERAMISTAS QUE ASSENTARAM-SE NO PLANALTO NORTE CATARINENSE.

Com a entrada do homem na América pelo Estreito de Bering através de um estreito corredor que permaneceu livre do gelo, o que viabilizou os movimentos humanos em toda a América.

Neste contexto surgiu aproximadamente a 6.500 A.P no litoral catarinense o homem do Sambaqui, que ali fixou residência até aproximadamente 2.000 a.C, vindo deixar vestígios de seus assentamentos em montes de conchíferos (Sambaqui) próximos ao mar.

Com a chegada dos Itararé os remanescentes do homem do Sambaqui se encontravam na região do litoral catarinense. Não se sabe o que aconteceu, com o homem do sambaqui que ali fixou residência.

Entretanto aproximadamente a 1000 d.C, surgindo dos afluentes do Amazonas surge uma cultura que predominou no litoral e em praticamente em todo o território brasileiro.

Segundo André Prous, este ocuparam uma boa parte do território da América do Sul.

[...] (...) desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia (PROUS, 2006, p 97).

Aparentemente os movimentos que levaram a disseminação da cerâmica TupiGuarani teriam outras razões, tais como; segundo: (MELLO, 2005, p. 124) "Ao longo de mil e quinhentos anos, acabaram dominando uma imensa área da bacia platina e assimilando vários povos sem perder certas balizas culturais (Fig. 01) que os distinguem de outros povos indígenas".

Fig. 01- Sr. Albino, Chefe e Pajé da aldeia Taquakã no Município de Doutor Pedrinho-SC, assando batata-doce nas cinzas quentes do fogo. (Fonte). Humberto Corrêa

Pesquisas têm apontado para um não abandono dos territórios conquistados pelos TupiGuarani, mesmo com as expansões para outras regiões, pois haveria um lento processo de conquista, manejo e usufruto.

Segundo Amílcar D'Avila Mello, o termo que melhor seria empregado para denominar os movimentos de disseminação dessa cultura seria expansão, já que se refere ao um ato de conquista de novas terras sem abandonar as anteriores.

[...] Pouco antes do ano 1.000 da Era Cristã, outra leva humana passou a invadir o litoral, deslocando os Jês e os sambaquieiros remanescentes para o interior. Os novos invasores eram os povos Guaranis, de matriz cultural Tupi. Partindo da região amazônica há cerca de três mil anos, os guaranis foram descendo as bacias dos rios Paraguai, Paraná e dos seus tributários, em um longo e gradual processo de expansão (MELLO, 2005 p. 124).

Os estudos bibliográficos e de campo sugerem que esses sitos arqueológicos catalogados, são proveniente de um assentamento e expansão dos TupiGuarani utilizando o caminho do Peabiru.

O caminho do Peabiru era uma trilha muito antiga e comprida que começava no Oceano Atlântico e termina no Pacifico isto é; começando no leste e terminando a oeste, e com isto ligando dois oceanos o Atlântico e o Pacifico via terra.

Este caminho percorria o Brasil saindo do litoral de Santa Catarina conhecido pelos navegadores do século XVI; como ilha dos Patos (atual Florianópolis), ligando-se ao Paraguai, Bolívia e Peru.

[...] Quem hoje viaja de automóvel subindo a serra entre as cidades catarinenses de Corupá e São Bento do Sul percorre o mesmo caminho. Salvo pelas casas isoladas, as pequenas lavouras e os imensos bananais que substituíram a vegetação nativa ao longo da estrada (MELLO, 2005,p. 356).

Os povos indígenas praticamente desapareceram do sul do Brasil ao longo do processo de colonização. Num primeiro momento, sofreram com a ocupação espanhola, na tentativa de atingir as minasde prata no Peru e manter o monopólio da mão-de-obra indígena, durante o século XVI e posteriormente, com o avanço da colonização portuguesa.

Nesse processo de ocupação territorial, econômico e político, a história indígena dos últimos 500 anos pode ser recuperada através de inúmeros documentos escritos e vestígios arqueológicos nos quais é possível obter informações sobre os povos indígenas que habitaram o estado de Santa Catarina, conhecidos historicamente como Cariós (carijós), entre outros.

Em razão da necessidade de identificar, a arqueologia utiliza-se do termo tradição para definir elementos técnicos que evoluem separadamente num determinado espaço e através do tempo formam uma continuidade cronológica. Quando, numa tradição, alguns elementos técnicos, sobretudo cerâmicos, tornam-se ausentes ou diminuem numa determinada área geográfica e num determinado espaço de tempo, deve-se dividir em dois ou mais complexos cerâmicos que, juntamente com as diversas representações da cultura material, elementos sócio-políticos e religiosos, formam um complexo cultural denominado de fase arqueológica. É importante salientar que tanto a tradição quanto a fase são entidades arqueológicas que não implicam um significado tribal ou lingüístico.

No caso de São Bento do Sul - SC, dentre os vários vestígios da cultura material, encontrada os sitos arqueológicos, destaca-se o material cerâmico e ferramentas líticas, pela durabilidade diante da ação dos fenômenos ambientais e por possuir uma forte identidade cultural do povo TupiGuarani .

Neste local os vestígios são predominantemente de cerâmica e estão associados a objetos cerâmicos e ferramentas em pedras pertencentes a tradição TupiGuarani que ocuparam o local. Segundo André Prous; "Tradicionalmente, há uma tendência de muitos arqueólogos de acreditar que a cerâmica está ligada a uma fixação pelo menos relativa das populações que a utilizaram, pois costuma quebrar-se durante o transporte (PROUS, 1992, p.309)".

Entretanto, através da cultura material proveniente, coletadas, fotografadas e devolvidas ao local, na superfície do solo, os fragmentos cerâmicos estão associados ao padrão de assentamento, indústria lítica remanescentes desta tradição.

OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E OFICINAS LÍTICAS.

Define-se como sítio arqueológico o local utilizado pelos grupos pretéritos para as suas habitações e todas as atividades que permitiram a sua subsistência, cujos vestígios arqueológicos encontram-se espacialmente distribuídos.

Neste caso, a área que envolve os locais ocupados por estes grupos para a caça, a pesca, a coleta e a agricultura podem ser entendidas a sítios arqueológicos, pois consideramos muito importante entender o espaço em que os sítios foram construídos.

Os estudos arqueológicos na região de São Bento do Sul - SC começaram a ser estudados primariamente em 2007, por meio de um levantamento sobre o potencial arqueológico da área, após a vinculação de um jornal local sobre artefatos arqueológicos que estavam sendo encontrados pela família do Sr. Gabriel Telma; e que os mesmos não tinham uma definição a quem estes pertenceram; começou uma especulação sobre o tema.

Considerando a importância destes achados, foi-se buscar nos fundamentos da Arqueologia Nacional, e da História as respostas sobre a quem realmente pertenceram estes artefatos arqueológicos.

A expansão do TupiGuarani se dava por vários fatores, o principal era por lugares onde encontrava-se muita argila para a fabricação de cerâmica pelas mulheres, um rio fluvial de grande proporção para navegação e piracema e terras boas para o cultivo.

[...] Nestes deslocamentos, instalam sua aldeias em locais bem definidos ecologicamente, com altitudes menores de 400 metros em relação ao nível do mar, próximos a cursos d'água e com vegetação de floresta tropical e subtropical, onde possam praticar a agricultura (LAVINA, 1995, p.23).

Através da expansão demográfica o TupiGuarani, começou a procurar por lugares onde estes pudessem ter como pontos estratégicos, e o Município de São Bento do Sul – SC, não ficou fora desta busca.

Dentro deste contexto foi catalogado o total de 03 (três) sítios arqueológicos; que receberam as denominações de SC-UnC-001 de assentamento e SC-UnC-002, SC-UnC-003 Oficina Lítica.

Os sítios arqueológicos SC-UnC-001 e o SC-UnC-002 foram catalogados na localidade da Ponte dos Vieiras município de São Bento do Sul-SC; onde foi encontrados cacos cerâmicos, ferramentas em pedras como lâminas de machadinhas, cortadores, cachimbo em argila e um amolador e polidor de arenito fixo ao solo.

Estes achados foram encontrados pelos proprietários das terras, que ao preparar o solo para o plantio; ajuntavam as ferramentas e;os cacos cerâmicos; que devido à rotatividade das plantações estão espalhados pela área de aproximadamente 3.000metros quadrados.

Dos 03 (três) sítios descobertos pela pesquisa, apenas o SC-UnC-001, localizado próximo ao rio Negro divisa entre o Estado do Paraná com Santa Catarina, foi encontrado cacos cerâmicos alguns com decoração, principalmente pela pintura vermelha (Fig.02) e pelo corrugado, um tipo de decoração plástica, caracterizado porcorrugações produzidas com as unhas e espátulas e a lisa que é encontrada com maior abundância no local.

Fig. -02 - Caco cerâmico pintado localizado na superfície do solo no sitio SC-UnC-001.

A localidade da Ponte dos Vieiras é uma região bastante alterada pela ação humana, principalmente pela agricultura plantação de fumo e milho e outros; o que contribui para a destruição dos sítios; além disto, os sítios apresentam uma camada de ocupação pouco espessa cerca de 25 cm de profundidade, caracterizada por sedimento de cor marrom escura e muito argiloso e arenoso.

Como não é uma área preservada, os sítios da região da Ponte dos Vieiras sítios SC-UnC-001 e SC-UnC-002 de onde já foram retiradas várias lâminas de machado de pedra polida, almofarizes (pilões) e um petynguá (cachimbo em argila) que atualmente todos ositens encontrados estão nas mãos dos proprietários e não num museu onde poderia ser apreciado e estudados por quem tivesse curiosidade e interesse cientifico.

Em relação ao sitio SC-UnC-002 (Oficina Lítica) nas terras do Sr. Alexandre Telma (Fig.03) encontra-se um amolador e polidor em rocha de arenito fixo ao solo.

Fig. 03- Amolador e polidor em arenito fixo ao solo Sitio arqueológico SC-UnC-002.

Este apresenta entrâncias, onde era utilizado para amolar e polir machados, mãos de pilão e cortadores entre outros objetos e utensílios.

Entretanto; em relação ao sitio arqueológico da localidade do Sertãozinho catalogado como SC-UnC-003 (Oficina Lítica), estão sendo encontrados várias pontas de projéteis em pedra de quartzo e granito.

Está localidade encontra-se aproximadamente uns 18 km do centro do Município de São Bento do Sul - SC, e uns 30 km de distância do sitio SC-UnC-001 na descida da Serra do Mar utilizando a BR-280 sentido ao Município de Corupá – SC.

O sitio fica localizado uns 400 metros sentido fundos da casa da família do Sr. Luiz Naderer, subindo um morro; o local é utilizado pela família para plantio de lavoura de subsistência (Fig.04).

Fig. -04- Local onde é encontrado material lítico; fundos da residência da família do Sr. Luiz Naderer.

O solo neste local e de cor marrom-acinzentada sua composição apresenta na parte superior pouca argila e areia, mas na parte baixa próximo ao rio Arroio dos Bugres a terra é mais argilosa e arenosa.

Devido ser utilizado o arado puxado por tração animal para preparar o solo, o material lítico encontra-se na parte superficial aproximadamente de 15 a 20 cm de profundidade, deste local já foram retirado várias pontas de projeteis (Fig. 05) e ferramentas líticas, juntamente com um petynguá (cachimbo em argila) octogonal.

Fig.05- Pontas de projéteis, encontradas após lavrar a terra.

Próximo ao local uns 100 m foi evidenciado um filão de rochas de quartzo, e a uns 3 km rochas de granito que provavelmente era retirado o material necessário para a fabricação de pontas de projéteis. Segundo André Prous; "A matéria-prima mais comum é o quartzo ou quartzito (82%), seguido pelo diabásio (10%) e o granito (6%). Nos morros do interior, o quartzo pode ser encontrado em filões nas encostas perto dos sítios". (PROUS, 1992, p.296)

Neste sitio não foram achados cacos cerâmicos na superfície do solo, talvez devido o solo não apresentar-se próprio para a fabricação de cerâmica como o sitio SC-UnC-001. Tal critério pode nos levar a concluir que este local era simplesmente um ponte de fabricação de ferramentas e projéteis.

CONCLUSÃO E RECOMENDACÃO

Tal objetivo contou com muito trabalho de campo e bibliográfico, para dentro deste contexto evidenciar que este assentamento e as oficinas líticas tem muito em comum com a tradição TupiGuarani.

As evidencias são muitas, e encontradas em lugares distintos uns dos outros, pois a distância entre o sitio SC-UnC-001, SC-UnC-002 e o SC-UnC-003 são de aproximadamente uns 30Km, o que evidência achados diferentes, mais um padrão em comum; as formas utilizadas por esta tradição.

Sabemos que este trabalho acadêmico encontra-se inconclusivo, e que tem muito a ser pesquisado, e muito á buscar e conhecer; mais o objetivo de catalogar os sítios arqueológicos e oficinas líticas no Município de São Bento do Sul – SC neste primeiro momento foi alcançado, destacando as evidencias nestes sítios e elevando a importância de buscar salvar como Patrimônio Histórico da União.

Salientamos que mais estudos nesta área devem ser realizados, pois a história e a arqueologia são uma ciência, e como tal precisam cada vez mais buscar conhecer a tradição e a história dos TupiGuarani que nas localidades Ponte dos Vieiras e Sertãozinho se assentaram.

BIBLIOGRAFIA

PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Edt. UnB. Brasília, 1992.

LAVINIA, Rodrigo. A terra sem mal entre os guaranis. Revista Ciências Humanas. Criciúma, 1995, n-01.

MELO Amílcar D'Avila de. Crônicas das Origens;Santa Catarina na Era dos Descobrimentos Geográficos. Florianópolis; ed. Expressão, 2005.


Autor: Humberto Corrêa


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