A Selvagem



A madrugada me encontra
ébria da noite que se foi.
Seduzida.
Envolvida na emoção
que me encheu o peito,
a cabeça,
o corpo.
Derramada no sonho que vivi,
capengando sobre pernas bambas,
aflitas em passos desconexos.
Com que prazer revivo tudo,
tudo aquilo que me inundou de alegria,
numa fantasia imponderável,
desbaratando toda polidez
da reflexão, da razão humana.
Toda regra imposta por ensinamentos básicos,
ancestrais.
Puxada de meus mais ocultos desejos,
possuída do jeito mais ordinário
e mais genuíno,
suavemente selvagem.
Levada a entrega total de mim mesma,
liberta das amarras gritantes.
Sem dor na carne,
sem pudor na alma,
sem vergonha na face.
Sem pecado... apenas feliz.
Em paz!
Autor: Maria do Carmo Costa


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