Relação Religião E População Glbt



A orientação sexual é um fenômeno pouco explicável. Sem quaisquer certezas nos deparamos com um público, crescente, de orientação sexual dita fora do “normal social”. O fato de ser integrante do grupo GLBT não é excludente a manifestações religiosas. O credo é muito pessoal, as pessoas buscam inúmeras características nas religiões, em geral voltadas para um conforto interno individual.

A complexidade é inerente ao fato de a grande maioria das religiões terem ligações relativamente homofóbicas. Elas são voltadas para “constituir uma FAMÍLIA”, onde o modelo familiar é composto por um casal heterossexual que se unem e têm filhos. Sendo o ato sexual hipocritamente e exclusivamente direcionado à manutenção da espécie.

Religião pode ser definida como meio social integrado a fatores psicológicos onde indivíduos participam, na sua grande maioria voluntariamente, buscando se agrupar por afinidade, por cultura ou por costumes passados por meio familiar ou socialmente.

Um indivíduo religioso, praticante, tenta moldar sua vida e seu código moral de acordo com as prescrições sociais de sua religião. Este complexo Ser pré-moldado se depara com inúmeras situações de desvio comportamental, levando em consideração os costumes religiosos aos quais estão inseridos.

Em várias ocasiões há uma fuga de suas ideologias, isto ocorre porque o Ser é humano, ele tem necessidades e uma curiosidade descomunal. Algumas teorias de mudança de atitude discorrem que há uma coerção social muito forte e vinda de inúmeras vertentes, assim para evitar a tensão o Ser muda sua atitude, ou se molda para algo mais aceito socialmente.

Este fato também ocorre dentro de centros religiosos, homossexuais em busca de uma fé ou simplesmente de uma orientação, por acreditarem ser pecadores, são envolvidos e levados à negação sexual. Esta negação sexual pode acarretar grandes problemas para o indivíduo. Ao corromper sua personalidade ele pode deixar de ter parâmetros sólidos do seu Eu interior além da confusão ideológica provocada pela informação religiosa com seus desejos sexuais internos.

É fato que a grande maioria da população considera importante ter uma religião ou ao menos que se tenha uma espiritualidade independente de tais instituições, no entanto a maneira que algumas instituições levam a sexualidade é prejudicial, tanto individual quanto socialmente. O avanço de uma cultura globalizada nos remete a uma melhor aceitação das diferenças, assim as religiões devem se reconstruir, sem perder seus dogmas e tradições, para acolher afetiva e emocionalmente a pluralidade da personalidade humana, sem distinção ou qualquer forma de discriminação.

Referências bibliográficas:

  • Fry, Peter, Macrae, Edward, O que é homossexualidade, coleção 81, Primeiros passos, 4ºedição, 1985.
  • Sonenreich, Carol, Bassitt, William, Sexualidade e repressão sexual, Cadernos de psicopatologia, volume II, editora Manole; 1980.
  • Masters, Willian H., Johnson, Virginia E., Homossexualidae em pespectiva, The Masters & Johnson institute, Artes medicas, 1979, tradução de Krotoszynski, Barbara
  • O paciente e a interssexualidade, Dorina, R.G., Sarvier, 1980.

Autor: Ramon Maciel Ferreira


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