O TURISMO ECOLÓGICO NO BRASIL: IMPACTOS, E O USO DESTE COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL



THE ECOLOGICAL TOURISM IN BRAZIL: IMPACTS AND USE THIS AS A TOOL FOR ENVIRONMENTAL EDUCATION

Tiago Diojene Ferreira[1]

Mayara Ferreira de Farias



RESUMO

O presente trabalho buscará apresentar as questões a cerca do turismo ecológico, principalmente no que corresponde aos impactos que este pode causar e de que forma este pode contribuir para o despertar nas pessoas que praticam este tipo de atividade para uma conscientização ecológica eficaz, no sentido de contribuir para a preservação dos recursos naturais. Neste sentido o trabalho abordará exatamente a questão de como a educação ambiental pode ser melhor divulgada, entendida e realizada através do apoio turismo ecológico, ressaltando a importância de um desenvolvimento sustentável na pratica dessa modalidade de turística

PALAVRAS-CHAVE

Turismo; Turismo ecológico; Desenvolvimento Sustentável; Educação ambiental.

ABSTRACT
This paper present the issues to some of the ecological tourism, mainly in which the impacts that this may cause and how it can contribute to the awakening in people who practice this type of activity for an effective ecological awareness, to contribute to the preservation of natural resources. In this sense the work will address exactly the question of how environmental education can be better disseminated, understood, and implemented by supporting eco-tourism, highlighting the importance of sustainable development in practice this form of tourism

KEYWORDS
Tourism, ecological tourism, sustainable development, environmental education.

1.INTRODUÇÃO

O setor do turismo é um dos que mais cresce em todo o mundo de acordo com a OMT, sendo que as atividades deste setor estão diretamente ligadas ao meio ambiente, pois em muitos casos as atividades turísticas se utilizam dos recursos naturais para o desenvolvimento de praticas para serem ofertadas aos turistas.

O turismo ecológico é um exemplo dessa utilização do meio ambiental feita pela atividade turística, afinal é uma atividade que enfoca os passeios ao ambiente natural a pé, através das trilhas ecológicas ou sob tração animal para conseguir se alcançar assim uma aproximação do homem com a natureza, levando em consideração uma interação de forma sadia que não agrida o ambiente.

De acordo com o conceito de desenvolvimento sustentável, apresentado pelo organização não governamental WWF- Brasil (2008), que afirma que se deve ter uma utilização consciente dos recursos naturais hoje para que as próximas gerações também possam usufruir desses recursos, O turismo ecológico pode contribuir de forma positiva para a preservação ambiental, pois levando-se em consideração as suas praticas de atividades naturais e corretas podem ser implementados espaços ecológicos de preservação destinados para a pratica dessa modalidade, garantindo assim uma maior conservação de áreas naturais. Nesse contexto o turismo ecológico pode utilizar-se de forma sustentável do patrimônio natural e incentivar sua conservação e buscar através de suas atividades a formação de uma consciência de preservação da natureza e de seus sistemas ecológicos.

O objetivo deste artigo é mostrar o cenário atual desta modalidade turística no Brasil, revelando os impactos tanto positivos, quanto negativos do turismo ecológico, ressaltando que mesmo com impactos negativos sendo mais visíveis em muitos dos casos esse tipo de atividade pode ser uma forma de ferramenta para contribuir de maneira mais eficaz na questão de despertar da consciência ambiental nos visitantes.

2.TURISMO ECOLOGICO

O Turismo ecológico é uma ramificação do turismo ligado à natureza, onde enfoca os passeios ao ambiente natural a pé, através das trilhas ecológicas ou sob tração animal para conseguir se ter assim uma aproximação sadia do homem com a natureza.

De acordo com Beni (2007. p.470) o turismo ecológico pode ser entendido como:

Denominação dada ao deslocamento de pessoas para espaços naturais com ou sem equipamentos receptivos, motivados pelo desejo/necessidade de fruição da natureza, observação passiva da flora, da fauna, da paisagem e dos aspectos cênicos do entorno. Incluem-se também aquelas que buscam uma observação participativa e interativa com o meio natural, na pratica de longas caminhadas, escaladas, desbravamentos e aberturas de trilhas, rafting ou o desafio de superar limites físicos de tolerância como canyoning, off-roadd, rapel (nesse sentido, pode também confundir-se, segundo alguns autores, como o chamado turismo de aventura e inserir-se no desportivo como nos jogos de natureza.

O turismo ecológico visa através de praticas corretas de uso de áreas ambientais promover uma interação entre o turista e o ambiente de modo que essa junção de homem e natureza não gere nenhum tipo de dano para a natureza.

Segundo Vaz (1999, apud Menezes e Grisi, 2008), O turismo ecológico, é o contato com a natureza. Normalmente, há empresas que fazem pacotes para conscientizar a preservação e o conhecimento local. Esse tipo de turismo também é considerado como o deslocamento de pessoas para espaços naturais, com ou sem equipamentos receptivos, motivados pelo desejo e necessidade de contato e observação da natureza. Nestes casos, ainda que haja preocupação de educação e conscientização ambiental, a característica maior é a flexibilização ou inexistência de restrições rígidas e limites à utilização do espaço visitado.

É comumente perceptível em alguns trabalhos literários uma certa confusão quanto a definições de turismo ecológico e ecoturismo, sendo que alguns autores denominam ambos, por estarem ligados a praticas em áreas naturais como sendo sinônimos.Beni (2007, p. 470), afirma que:

No Brasil o ecoturismo, além de ser comumente confundido com o turismo ecológico, está até o momento circunscrito a poucos casos, levando em conta que as nossas áreas de conservação e proteção ambiental não dispõem de uma política integrada e de um planejamento estratégico de uso e ocupação voltados especificamente para o turismo.

Assim, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam e do que muitos estudiosos pregam o turismo ecológico difere do chamado "ecoturismo", pois mesmo ambos tendo seu foco nas atividades realizadas em áreas naturais, não são iguais, afinal o ecoturismo visa a realização de atividades em ambientes naturais levando em consideração um desenvolvimento econômico de acordo com as premissas da sustentabilidade, tanto social, econômica quanto ecológica. Já o turismo ecológico enfoca uma aproximação mais branda entre o homem e a natureza, sendo que o fato de se pisar na terra, fazer uma trilha já pode ser considerado turismo ecológico, levando em consideração a capacidade de carga de cada localidade. A capacidade de carga refere-se à quantidade de visitantes em determinado espaço de tempo que um atrativo turístico pode receber. No caso de atrativos naturais a capacidade de carga se torna bem mais evidenciada, pois na maioria das vezes são sistemas que possuem uma fragilidade maior, necessitando assim de um planejamento adequado para cada tipo.

A partir dessa distinção das modalidades de ecoturismo e turismo ecológico fica evidente que o primeiro está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável econômico e social a partir de atividades turísticas em ambientes naturais, e o segundo está diretamente ligado as praticas de encontro homem-natureza, de modo que se estabeleça uma relação de harmonia onde possam ser ofertadas atividades especificas que possam fazer que se tenha um distanciamento menor da natureza e do turista, os quais podem ser exemplificados com atividades de trilhas, caminhadas e cavalgadas em áreas naturais de modo que essas práticas não ultrapassem um determinado limite que venham de alguma maneira a prejudicar o meio ambiente ao qual está inserida.

2.1 CONCEITOS

2.1.1 TURISMO

Várias definições são dadas para o termo Turismo por diferentes autores desde que foram iniciados estudos científicos sobre o tema. A definição mais aceita atualmente é dada pala OMT (Organização Mundial do Turismo) que o definem como:

As atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos do que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros.

Segundo Margarita Barretto, o Turismo não é uma atividade simples, baseada apenas no deslocamento e na estada de pessoas em lugares diferentes do que residem, mas sim algo complexo que lida com expectativas, sonhos, lazer, razões espirituais ou vitais, sem visar o lucro. Portanto observar o tempo de permanência do turista em um determinado local, não visando o lucro, e que esteja em busca por prazer são elementos importantes que devem ser observados quando o propósito é definir o conceito de Turismo. Nem sempre quem viaja está necessariamente fazendo Turismo.

Viagens de negócios visita a parentes por doença ou morte, por exemplo, podem ser mais um compromisso social do que uma viagem por prazer. Mesmo que nesses momentos o viajante utilize de produtos turísticos como hospedagem, alimentação, entre outros.

Além disso, as exceções também devem ser lavadas em consideração. Pois, uma viagem turística, por exemplo, pode durar mais de dois meses (geralmente esse fato ocorre com pessoas de grande poder aquisitivo), ou a viagem pode ser aproveitada também para fazer uma visita a amigos ou familiares, e até mesmo para investir nos negócios. Uma das definições mais usadas atualmente é de Oscar de La Torre (apud Margarita Barretto 2003, p. 13):

O Turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivo de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, quando múltiplas inter- relações de importância social, econômica e cultural.

Portanto a definição de Turismo dependerá do contexto da situação. E apesar de todos esses poréns, estudar Turismo é essencial tanto para entender este fenômeno, quanto para adquirir conhecimentos e habilidades para investir na prestação de serviços de qualidade para os turistas. O Turismo é uma atividade social que lida com pessoas, por isso a importância de dar um foco mais humano a essa atividade visando o conforto e o bem estar das pessoas, proporcionando uma maior satisfação do turista, procurando não apenas o lucro, mas sim a prestação de serviços de qualidade.

2.1.2 ECOLOGIA

A ecologia é uma ciência que estuda as relações entre os seres vivos, ou seja o modo de como estes no espaço ambiental ao qual estão inseridos convivem um com o outro.

A ecologia é um ramo da Biologia que estuda as relações entre os organismos vivos e entre os organismos e seus ambientes" A palavra "ecologia" foi proposta pela primeira vez pelo biólogo e zoólogo alemão Ernst Haeckel, em 1869. Deriva do grego "oikos", que significa "casa", e "logos", que significa "estudo". Assim, literalmente, a ecologia significa o estudo do "lugar onde se vive". O estudo do "ambiente da casa" inclui todos os organismos contidos nela e todos os processos funcionais que a tornam habitável.

Nesta perspectiva percebe-se que esta ciência estuda os seres vivos e suas relações de dependência uns com os outros sem ferirem ou agredirem o meio ambiente ao qual se encontram.

De acordo com Szlak, (2001, apud Pires) O prefixo eco – da palavra"ecologia", que é derivado do grego oikos, significa lar ou hábitat. O meio ambiente que nós habitamos é, em sua máxima essência, o nosso lar, a nossa morada, o nosso sustento."

De acordo com Cassini, (2005, p.2) "A palavra ecologia foi empregada pela primeira vez pelo biólogo alemão E. Haeckel em 1866 em sua obra Generelle Morphologie der Organismen."

Segundo ainda o autor a Ecologia é um conceito que a maioria das pessoas já possui pela intuição, pois sabemos que nenhum organismo, pode existir de maneira autônoma sem interagir com outros ou mesmo com ambiente físico no qual ele se encontra. Assim ao estudo dessas inter-relações entre organismos e o seu meio físico chama-se Ecologia.

Cassini, (2005, p.2) ainda afirma que:

A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.

A ecologia, portanto, trata do estudo das interações entre os organismos que vivem em um ambiente em constante mudança, conectadas no tempo (evolução) e espaço (padrões de distribuição). No início do século XX, a ecologia era ainda um estudo descritivo da natureza, uma espécie de história natural, que se inspirava no trabalho dos grandes exploradores e observadores da natureza do sáculo XIX. Logo se seguiram estudos pormenorizados sobre o meio em que vive determinada espécie e suas relações de simbiose ou de antagonismo com outras espécies.

2.1.3TURISMO ECOLOGICO

De acordo com as definições supracitadas fica claramente sub-entendido que Turismo ecológico corresponde às atividades de caráter turístico que fazem o uso de espaços naturais para realizar-se atividades onde seja possível o turista entrar num contato mais direto com a natureza, onde este pode ficar de certa forma mais próximo mas sem causar nem um dano, pelo menos no que corresponde a algo de caráter mais grave e perceptível, pois é praticamente impossível saber ao certo se certa atividade vai causar algum impacto ou não, afinal não se pode saber se uma certa quantidade de pisadas repetidas num mesmo espaço de chão pode causar algum problema, por exemplo.

Assim mesmo não se tendo um controle exato dos possíveis impactos, até pelas próprias características da atividade que é conhecer, visitar lugares naturais onde predomina as características próprias da natureza dependendo das características mais marcantes e perceptíveis do local onde seja possível pelo ao menos estabelecer determinada capacidade de carga, que é exatamente estabelecer um limite de quantos visitantes podem ir até aquele espaço e como vai ser as atividades realizadas lá.

Muitas pessoas confundem turismo ecológico eecoturismo exatamente por essa característica de consumo sustentável, afinal o ecoturismo reza exatamente aspectos relacionados a sustentabilidade tanto do local, dos seus arredores, o que inclui os viventes em seus aspectos econômicos, sociais e culturais, enquanto o turismo ecológico este está mais ligado a sustentabilidade ecológica, na preservação ambiental, pelo fato de no seu caso o ambiente ser o produto da atividade turística.

2.2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

O desenvolvimento sustentável é a forma de desenvolvimento que não agride o meio ambiente de maneira que não prejudica o desenvolvimento das próximas gerações, ou seja, é uma forma de desenvolver sem criar problemas que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no futuro.

O desenvolvimento atual, apesar de trazer melhorias à população, trouxe inúmeros desequilíbrios ambientais como o aquecimento global, o efeito estufa, o degelo das calotas polares, poluição, extinção de espécies da fauna e flora entre tantos outros. A partir de tais problemas pensou-se em maneiras de produzir o desenvolvimento sem que o ambiente seja degradado. Dessa forma, Muitas vezes, segundo Induina "o desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende." O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, pois é impossível não utilizar da natureza para retirar dela o que necessitamos para sobreviver, este prega exatamente uma redução do uso de matérias-primas e produtos e uma reutilização daqueles que já foram utilizados, mas que podem ainda ter alguma serventia.

De acordo Cabral (2008) o desenvolvimento sustentável tem como uma de suas prioridades atenderem alguns aspectos como:

·Atender as necessidades fisiológicas da população;

·Preservar o meio ambiente para as próximas gerações;

·Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto;

·Preservar os recursos naturais;

·Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recursos naturais;

·Criar programas de conhecimento e conscientização da real situação e de formas para melhorar o meio ambiente.

Assim o desenvolvimento sustentável não deve ser visto como uma revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida adaptação e sim uma medida evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o progresso ao meio ambiente para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar.

2.2.1 CONCEITOS

O desenvolvimento sustentável está ligado numa maneira responsável de consumir recursos da natureza para suas necessidades, mas de uma maneira responsável, pensando no amanhã, levando-se em consideração que esses recursos não são auto-regenerativos, que eles não vão durar a vida inteira. É preciso pensar em buscar novos meio de conseguir esses recursos sem devastar tanto a natureza, para que as gerações futuras também possam usufruir destes.

Segundo a WWWF-Brasil (2008):

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir as propostas de como se chagar a dois objetivos: harmonizar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental. ­

Já Brylynskyi (2007), afirma que:

O conceito de desenvolvimento sustentável baseia-se na conciliação da proteção ambiental, igualdade social e renda econômica, colocando os indivíduos integrados a produção, cidadania e consumo. A nova modalidade de pensamento oferece a população o acesso aos serviços da economia e a integração social, mobilizando os recursos para satisfazer as necessidades presentes, sem interferir nas gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais não são infinitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Moura (apud Kraemer, 2008) afirma que "o conceito de sustentabilidade está ligado, em primeiro lugar, ao uso racional do recurso, evitando-se desperdícios e adotando-se processos de recuperação e reciclagens".

Neste sentido percebe-se que o desenvolvimento sustentável preocupa-se em procurar e implantar meios para que as pessoas usufruam das riquezas naturais de uma maneira que não venha impactar da maneira que for ao ambiente natural, ou seja preservar a natureza para continuar usufruindo do que ela oferece.

2.2.2. CENÁRIO AMBIENTALISTA

Desde o século 19, a palavra progresso veio a resumir a forma de pensar e agir economicamente na sociedade contemporânea. Era o início da Revolução Industrial. O pensamento positivista, cujo o principal mentor foi o sociólogo Augusto Comte, perpassa por essa postura. O progresso foi considerado a principal forma de desenvolvimento, regendo o mundo capitalista e também moldando parte das políticas dos países que adotaram o socialismo real. Induina (2007).

Esse progresso ao qual o autor se refere acabou por contribuir para a criação de fábricas e o crescimento do ato de consumir incessantemente, de modo que para isso foi preciso buscar novas matérias primas para atender as necessidades da sociedade, ao qual foram buscados na natureza. Esse processo de grande produção culminou no impacto ambiental negativo nunca antes visto na Terra, gerando problemas que podem ser sentidos por todos como o aquecimento global, efeito estufa, chuva ácida, poluição do solo e dos rios, inversão térmica, extinção de animais, entre outros.

Assim Induina afirma que o desenvolvimento, então, era associado ao progresso a qualquer custo, sendo que a mudança dessa consciência que se tinha a respeito do progresso só começou a ser criada com a constatação através dos estudos feitos pelos cientistas apontando os problemas que o consumo insaciável da natureza causa e com o início das discussões de alternativas para melhorar essa situação que começaram a ser realizadas nos anos 60 tanto nos Estados Unidos quanto na Europa pelo movimento pacifista. Oficialmente, essa nova visão apareceu, pela primeira vez, na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, Suécia, em 1972. O termo fazia parte do arcabouço teórico desenvolvimento pelo economista polonês, naturalizado francês, Ignacy Sachs.

Indruina ainda ressalta que em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas adotou o conceito no famoso relatório Brundtland, que discutia o futuro comum dos habitantes da Terra. Durante a Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro (Brasil), o conceito tornou-se princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21, uma série de metas, aprovadas pelos mais de 160 países participantes.

Em 2002, Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, ocorrida em Johanesburgo (África de Sul), ampliou ainda mais a discussão em cima do que seria o tripé da sustentabilidade ou triple bottom line. Esse sim, uma maneira mais sistemática de discutir o desenvolvimento sustentável, mesmo que ainda embrionário em vários aspectos.

3.O TURISMO ECOLÓGICO NO BRASIL

No Brasil, o Turismo Ecológico tem se desenvolvido cada vez mais, devido à grande riqueza de biodiversidade. Conforme Ruschmann (2002), o país destaca-se mundialmente pelas suas dimensões continentais (8.511.965 km ²) e por possuir as maiores áreas contínuas de florestas intocadas, nas quais vive o maior número de espécies de fauna e flora do planeta. Apesar dos graves casos de destruição das florestas, ainda é considerado o alicerce para o equilíbrio ecológico e climático do planeta.

A localização geográfica do nosso país proporciona condições climáticas e ambientais muito boas para o desenvolvimento de diversas atividades turísticas, por este ser um país tropical com uma flora e fauna exuberante e diferenciada de todo o mundo e por possuir biomas singulares, permitindo que o homem, além de apreciar as belezas naturais, também possa interagir com elas, através dos banhos no rio, caminhadas, passeios de barco e outras atividades. De acordo com Ruschmann (2002), o crescente interesse mundial pelos programas voltados para o turismo de aventura ou turismo "verde", que proporcionam o contato direto do turista com a natureza, faz com que o Brasil se posicione como uma destinação ideal para esse novo e promissor seguimento do mercado turístico.

O Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), órgão oficial da atividade no país, elaborou uma legislação específica para o desenvolvimento do turismo ecológico, compreendendo-o como sendo as atividades desenvolvidas em locais com potencial ecológico, de forma conservacionista, de modo a conciliar a exploração turística com o meio ambiente, harmonizando as ações com a natureza e oferecendo aos turistas um contato íntimo com os recursos naturais e culturais da região, buscando a formação de uma consciência ecológica nacional. (EMBRATUR, 2001).

O turismo ecológico no país tem tudo para ser uma grande força propulsora da atividade turística, mas para isso se faz necessário que se entenda os impactos que este pode causar e a melhor forma de implementar essa atividade de maneira que não agrida a natureza.

3.1 IMPACTOS DO TURISMO ECOLOGICO

O turismo pode gerar impactos ambientais positivos e negativos se no seu desenvolvimento, sendo que cada um desses vai depender exclusivamente de como este é planejado e controlado.

Ruschman (2002, p.93) afirma que no Brasil, os impactos ambientais do turismo ecológico não tem sido estudados de forma sistêmica, e as ocorrências estudadas são frutos de observações empíricas, relatórios de grupos de ambientalistas, de guias ecológicos e de empresários que organizam as viagens.

Parafraseando a autora acima citada percebe-se que mesmo no Brasil a atividade turística-ecologica já está se consolidando, ainda é deficiente os resultados de estudos e pesquisas cientificas que apontem as conseqüências dessas atividades, o que leva as pessoas que querem se inteirar a esse respeito pesquisarem em fontes internacionais através de publicações, estudos feitos em áreas naturais de outros países.

Boo (1990, apud Ruschmann, 2002) afirma que:

[...] utilizam-se dados relativos a estudos realizados em outros países da América latina - Belize, Costa Rica, Equador, México e República Dominicana - cujos produtos turísticos ecológicos apresentam semelhanças marcantes com os do Brasil, tanto na organização dos programas como nos impactos que provocam nos meios naturais e sociais.

Mesmo sem estudos específicos, pelo menos no que diz respeito a estudos científicos, se é possível delinear os impactos negativos e positivos ocasionados pela atividade turística ecológica, levando em consideração as informações que cada um de nós tem a respeito do que é bom e ruim para o meio ambiente. Segundo Ruschmann (2002), a intensidade dos impactos das atividades relacionadas com o turismo ecológico sobre os ecossistemas varia de acordo com a observação ou não dos limites da capacidade de carga (carrying capacyti) de cada área quando da construção dos alojamentos de selva (lodges) ou de número de pessoas que participam das atividades. Esse mesmo autor, afirma também que os direcionamentos para a atividade somente terão êxito se os ambientalistas, os representantes dos órgãos públicos do turismo, os empresários do setor e a comunidade local determinarem conjuntamente qual a evolução ideal pretendida para determinada destinação, antes da tomada de decisão final, que antecede o processo de desenvolvimento turístico.

Além de se considerar a capacidade de carga, deve-se observar também os impactos ambientais e sócios cultural. Ruschmann (2002) define os seguintes impactos, ambientais e sócios culturais causados pelo turismo ecológico: acúmulo de lixo nas margens dos caminhos e das trilhas nas praias, montanhas, rios e lagos; usos de sabonete e detergentes pelos turistas contaminando as águas dos rios e lagos; lançamento de esgoto e lixo in natura nos rios; poluição sonora e ambiental provocada pelos motores dos barcos e pelos geradores; pintura e rasura nas rochas, onde os turistas querem registrar sua passagem, e outros.

A mesma autora ainda mostra que a implantação de equipamentos e programas voltados para o turismo ecológico é desenvolvida no Brasil sem o necessário controle e fiscalização. Assim entende-se que pela fala da autora que a preservação do meio ambiente depende de uma política turística eficaz, que deve considerar, entre outros fatores, a condução racional da ocupação territorial pelas facilidades turísticas e equipamentos de lazer, o controle de seu crescimento desmesurado, para salvaguardar a atratividade e originalidade das atrações para as gerações futuras. Mas a chave para a mudança comportamental dos agentes é a disseminação de novos conhecimentos e idéias por meio da Educação Ambiental.

Para Santos (2006):

[...] o turismo exerce tanto influencias benéficas quanto maléficas sobre os ambientes, afetando os recursos naturais de forma contraditória. Ele pode degradar irreversivelmente as atrações que o justificaram e o atraíram, destruindo recursos naturais, poluindo praias, desmatando florestas, dentre outros impactos negativos. Mas por outro lado, o turismo pode proteger o meio uma vez que estimula o interesse da população e autoridades locais para a apreciação do valor do ambiente e pode introduzir medidas para a sua proteção, gerenciamento e melhoria, financiados pelos recursos provenientes do próprio turismo.

Assim, percebe-se que mesmo os impactos negativo sendo mais discutido e mais vistos pelas pessoas o turismo ecológico também podem ter sua contribuição positiva em relação a praticas e atitudes positivas em relação ao meio ambiente.

3.2O TURISMO ECOLÓGICO COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O turismo ecológico pode influenciar de maneira positiva nas praticas do desenvolvimento sustentável, pois com a realização de atividades turísticas no ambiente físico este pode agir como uma ferramenta para a preservação do ambiente natural pois como o turismo ecológico realiza praticas corretas de observação, de trilhas e caminhadas em ambientes praticamente intocáveis, sendo que a realização destas implica numa preservação deste ecossistema, levando-se em consideração as próximas visitações de se preservar aquele ecossistema.

Assim mesmo as áreas de turismo ecológico tendo que de alguma maneira causar um certo impacto por se tratar de um ambiente onde não se tem nenhum tipo de estrutura como em outros empreendimentos turísticos de outras ramificações, a atividade turística ecológica como o próprio nome já diz conduz a uma visitação em áreas praticamente virgens comuma relação de encontro homem-natureza que é capaz de fazer reaproximar essa relação que ficou estremecida devido os impactos do chamado progresso industrial, onde a atividade humana fez uso irregular, sem nenhum planejamento das riquezas naturais para seu próprio beneficio não se preocupando com os futuros impactos que esse uso abusivo poderia provocar, tanto para os sistemas ecológicos quanto para si mesmo.

As atividades ecológicas influenciam de forma positiva na preservação ambiental, afinal um contato mais próximo com a paisagem natural desperta um sentimento de aproximação, de parte da natureza o que pode gerar um espírito de preservação, fazendo com que sejam mais eficazes as atividades de aproximação homem-natureza como forma de gerar um movimento preservacionista mais eficaz que possa ajudar na luta da preservação ambiental de um modo mais eficaz.

Hoje se tem muitos parques ecológicos de preservação ambiental,mas estes são apenas simulacros que tornam as atividades de aproximação real com a natureza como algo superficial, afinal não é a mesma coisa se relacionar com todos os sistemas ecológicos de maneira natural, espontânea, pois mesmo nos parques ecológicos de preservação ambiental tentarem resguardar um ambiente normal não se pode comparar com uma aproximação real como as que são feitas nas praticas de turismo ecológico, pois mesmo sendo atividades de caráter simples essas são capazes de gerar a tão discutida consciência ambiental.

Não há duvidas que as pessoas dêem mais importância as coisas as quais elas conhecem neste sentido se faz necessário que para se conseguir ter a participação ativa de grupos de pessoas em determinada causa antes tem que se ter um conhecimento prévio do que se trata, com relação a questão ambiental isto não é diferente, já que se realizando uma aproximação das pessoas com os ecossistemas que se pode ter em alguma área natural será mais fácil despertar uma consciência de que aqueles ecossistemas na atual conjuntura da nossa sociedade é totalmente dependente das escolhas da sociedade, que a maneira que eles se encontram dependem intrinsecamente dos atos que serão realizados pela sociedade, cabendo a cada individuo realizar suas atividades, escolhendo preservar a natureza ou não, pois esta preservação parte basicamente da mudança de visão e postura que cada um pode ter com realização aos atos que pratica.

As atividades turísticas hoje exercem grande influencia na sociedade e no espaço ao qual se encontram neste sentido cabe aos planejadores desta, fazendo com que os praticantes dessa modalidade realizada não veja esse processo de atividades na natureza como praticas de consumo, mas sim como praticas de mudança de mentalidade, sendo que como qualquer outra atividade turística nessa o turista busca pelo lazer, mas se é possível se obter o lazer e ao mesmo tampo se criar uma consciência positiva nesta é de fundamental importância que essas atividades sejam cada vez mais difundidas, pois não basta haver uma sustentabilidade que se limite apenas ao bem-estar humano mas se faz necessário uma concepção que a importânciada natureza também é de crucial importância, de modo que há uma interdependia entre a natureza e o ser humano, sendo que cada problema ambiental que surge influencia direta ou indiretamente na vida de cada ser humano, assim a busca pelo turismo de forma sustentável deve partir basicamente de atividades que sejam capazes de fazer uso sim das áreas naturais, mas que mesmo com esse uso esta não cause danos ao ambiente.

A natureza tem um poder de seduzir o viajante fazendo com que cada vez mais pessoas estejam interessadas por praticas de caráter ecológico, gerando uma demanda de turistas politicamente corretos, que buscam um lazer mais brando, com características mais simples, deixando de lado as atividades com um toque mais superficial com relação aos retoques de instrumentos pré-produzidos para atraírem o visitante. O respeito ao meio ambiente é um dever de todos, cabendo a nossos governantes fiscalizar as indústrias poluidoras, reciclar o lixo, impedindo que seja lançado na natureza e, cuidando para que o esgoto não fique a céu aberto ou indo parar em riachos e rios , comprometendo a saúde dos homens e animais que consomem a água, cada vez mais poluída.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto percebe-se que o turismo ecológico é um nicho promissor no Brasil, sendo que este por ter recursos naturais incomparáveis e singulares, apresenta-se como uma destinação perfeita para os turistas que procuram este tipo de atividade.

Assim percebe-se que a atividade turística desenvolvida em áreas naturais pode trazer tanto benefícios como prejuízos. Entre os pontos negativos destacam-se os danos causados pela má educação do visitante que pode vir a poluir o ambiente, e também a atividade pode causar a alteração da flora da área quando desenvolvida sem levar em consideração a capacidade de carga do lugar. No entanto o turismo ecológico também tem os pontos positivos, este pode contribuir para a preservação do local através do estimulo que dá numa interação entre homem-natureza que este se sinta parte formadora do ecossistema e desperte uma consciência ambiental mais elevada no sentido de que como ele está na área natural usufruindo dela pressupõe-se que a partir daí ele já conhecendo mais o ambiente natural vai dar mais valor.

Neste sentido fica evidente que este tipo de atividade tem os dois lados da moeda, mas neste trabalho procurou-se evidenciar mais a questão da contribuição mais valorosa das questões positivas da atividade como a questão da educação ambiental, afinal a melhor maneira de preservar não é com uma restrição da atividade turística em áreas naturais, afinal esta não é a única que impacta de alguma maneira nos ecossistemas, mas sim com a implantação de uma conscientização para o visitante de modo que a sua presença não provoque modificações ambientais e não prejudique o prazer do visitante ao usufruir do lugar.

REFERÊNCIAS

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Autor: Tiago Ferreira


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