Estratégias De Comunicação Para Consolidar O Nome De Aécio Neves à Presidência Da República Em 2010: Análise Nas Páginas Do Jornal Estado De Minas



A eleição para escolher o próximo presidente do Brasil acontecerá em outubro de 2010 e será a primeira, desde 1989, que Luiz Inácio Lula da Silva não disputará a Presidência da República. Porém, a três anos antes deste pleito, percebe-se que os potencias candidatos já começaram a configurar-se no cenário político e as especulações já tomam conta deste campo. Enquanto ainda há uma lacuna, pelo lado petista, de possíveis nomes que poderiam suceder o presidente Lula, o analista político Rogério Schmitt (2006), diz que a oposição terá grande chance de voltar a Presidência. “O PSDB e o PFL, juntos ou separados, são fortes candidatos a chegar ao poder em 2010”.

A mídia, por sua vez, fala em nomes que, antes da crise política de 2005 e 2006, não eram conhecidos como Jacques Vagner, governador da Bahia, e Sérgio Cabral, do Rio de janeiro. Fala-se ainda em Ciro Gomes, afastado dos holofotes desde que deixou o Ministério da Integração Nacional em Planejamento e retornou à Câmara dos Deputados em 2006. Outras batalhas, entretanto, vão acontecer nesta guerra. Dentro do PSDB, por exemplo, um partido de oposição ao governo e com risco de fragmentação, coexistem nomes já conhecidos no cenário político nacional e fortes candidatos ao Planalto: Geraldo Alckmin e os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), robustecidos pelas urnas. Embora Alckmin tenha surpreendido ao alcançar o segundo turno, Serra e Aécio terão instrumentos fortes nesta disputa, pois assumiram dois dos mais importantes estados do país.

Por outro lado, Aécio Neves tem dentro do próprio PSDB um entrave às suas pretensões presidenciais: vencer José Serra na convenção do partido. Tarefa que muitos consideram difícil. Segundo notícia veiculada pelo Correio Web, em dez de maio de 2007, pensando numa possível troca de partido, o governador de Minas “abriu negociações com o PMDB que, há algum tempo, vem demonstrando desejo de fazer de Aécio um presidenciável’, ou seja, para ser seu candidato em 2010. “O flerte dos peemedebistas com Aécio”, segundo a notícia, “é estimulado por Lula”. “O presidente avalia que, ingressando no PMDB, Aécio Neves pode viabilizar-se como presidenciável da coalizão governista e ter o apoio do Planalto.” (www.noticias.correioweb.com.br). Quanto a Lula, tendo em vista os bastidores da política, algumas especulações marcaram o jogo político estabelecido entre o presidente, o governador Aécio Neves e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), nas eleições de 2006.

Analistas políticos avaliam que houve certo acordo tácito entre os três, evitando qualquer tom mais agressivo na campanha, para que o projeto político de cada um pudesse ser concretizado: Lula garantir a reeleição, Aécio construir o cenário para a sua candidatura à Presidência em 2010 e abrir espaço para que Pimentel seja o nome para o governo de Minas Gerais daqui a quatro anos. Dessa forma, num cenário em que ainda não aparecem nomes concretos para Presidência da República, o governador Aécio Neves, reeleito com 70% dos votos válidos, é apontado como um dos pré-candidatos que irá disputar o posto mais alto do país daqui a três anos.

Para que isto ocorra, no entanto, é fundamental que não seja feito somente um trabalho de articulação política, mas principalmente um bom trabalho de planejamento de marketing político, que construa na imprensa uma imagem positiva do potencial candidato. Portanto, a proposta desse projeto de pesquisa é analisar como estão refletidas as estratégias de marketing político nas matérias do jornal Estado de Minas, para consolidar o nome de Aécio Neves para Presidência da República em 2010. Utilizaremos para tanto, autores que trabalham com mídia, marketing e política e analisaremos a imagem do atual governador de Minas, em 20 dias de veiculação do jornal.

Autor: Marcilene Neves


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