PREFERÊNCIAS DAS EMPRESAS DE PETROLINA PELOS PROFISSIONAIS TÉCNICOS EM TURISMO EM RELAÇÃO AOS TURISMÓLOGOS.



O objetivo desse trabalho será identificar, por meio de pesquisas em campo, quais os motivos da preferência das empresas turísticas de Petrolina pelo técnico em turismo em relação aos turismólogos. O artigo inicia com a demonstração do perfil do profissional graduado em turismo, a disputa de espaço nas empresas entre os técnicos em turismo e o bacharel em turismo, sua importância no contexto regional e para o empreendimento turístico, os motivos da preferência pelo técnico em turismo de acordo com as pesquisas realizadas em campo. Por fim, será sugerido de que forma promover a inserção do turismólogo nas empresas turísticas de Petrolina. Palavras-Chave: Turismólogo, Técnico em Turismo, Turismo, Perfil do Turismólogo, Preferência de Contratação e Empresas Turísticas de Petrolina.

1 PERFÍL DO PROFISSIONAL TURISMÓLOGO

O estabelecimento do perfil do profissional de turismo nos conduzirá a uma melhor compreensão das principais características do turismólogo e suas principais funções dentro de uma região em pleno desenvolvimento agrícola, com pontencialidades turística ainda não desbravadas e campo aberto para o desenvolvimento do turismo em vários segmentos desse setor.

Com isso, tomamos como base o perfil do turismólogo estabelecido pelo curso de graduação em Turismo da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina – FACAPE, sendo o graduado em turismo aquele que:

"Apresentar características que possibilitem investigar, estudar e caracterizar a oferta e a demanda relativas ao Turismo para adequar ou elaborar Programas, Projetos e Planos de Desenvolvimento para Estâncias Turísticas, Regiões Ecológicas, Municípios e outros espaços, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, valorização e preservação dos recursos naturais e humanos. Bem como implantar, organizar e administrar empresas e empreendimentos dos diversos segmentos de Turismo, tanto do setor privado.como público. Adicionalmente, preparar e coordenar recursos humanos, especializando-os para desenvolver atividades e serviços para o Turismo."

Como se pode analisar, existe uma tendência profissional do bacharel em turismo para um perfil de liderança administrativa junto às empresas turísticas, além de sua capacidade de investigação e promoção de programas e, até mesmo, projetos de empreendimentos turísticos, que poderia facilmente se adequar na região do Vale do São Francisco, cuja característica promissora abre espaço para tais desenvolvimentos.

2. TÉCNICO EM TURISMO X TURISMÓLOGO E A IMPORTÂNCIA DESTE PARA O TURISMO

Há uma tendência atual em se contratar o bacharel em turismo para realizar trabalhos rotineiros e sem aproveitamento do grande potencial intelectual que esse qualificado profissional adquiriu em toda sua vida acadêmica. Os espaços e empregos oferecidos pelas empresas aos turismólogos são de atividades operacionais que muito se confundem com o trabalho do técnico em turismo. Com isso, o trabalho ou as oportunidades de emprego nessas áreas se equivale mais ao trabalho do técnico do que o turismólogo e, diante desse fato, estimula uma disputa pelo mesmo emprego entre o bacharel e o técnico em turismo.

Essa obscura diferenciação e a falta de espaço dos bacharéis em turismo, desencadeia uma disputa desleal entre o turismólogo, mal locado e perfazendo o salário de uma pessoa qualificada de nível médio, e o técnico em turismo preparado para ocupar uma função disputada por pessoas com qualificação superior.

O turismólogo é o profissional preparado para conduzir o empreendimento em função das mudanças sociais, culturais e tecnológicas e, com isso, garantir o pleno desenvolvimento da empresa e da região na qual esta inserida. Nesse contexto destaca Fabiano Couto Corrêa da Silva e Cristine Fabris em seu artigo Atuação do Turísmólogo na Sociedade da Informação:

"O turismólogo, profissional graduado nos cursos de bacharelado em turismo, se apresenta como um profissional preocupado com o mercado de trabalho e com as mudanças das tecnologias e da sociedade onde está inserido. Desse modo, observa-se o papel do turismólogo como atuante no desenvolvimento da sociedade da informação através de suas competências e habilidades para oferecer acesso às informações a fim de este profissional possa planejar, tomar decisões, definir metas, coordenar projetos e atividades, gerenciar pessoas e recursos voltadas para a indústria turística".

3 OS MOTIVOS DA PREFERÊNCIA DO TÉCNICOEM TURÍSMO AO INVÉS DO TURISMÓLOGO PELAS EMPRESAS TURÍSTICAS DE PETROLINA

Pesquisa realizada pelos alunos de turismo da FACAPE nas empresas que se beneficiam do turismo local – hotéis e agências de viagens localizadas em Petrolina, demonstrou que, segundo pesquisa, 60% dos empresários entrevistados revelam que os técnicos em turismo trarão mais lucros que os próprios profissionais turismólogos. Outra informação obtida na pesquisa constatou que 70% dos entrevistados concordam que um profissional de turismo seja necessário para a empresa e as principais vantagens para a contratação de um técnico em turismo em relação ao graduado estão relacionadas a mão-de-obra barata, tipo de especialização e a falta de profissional graduado.

Pode-se então destacar que existem necessidades de profissionais em turismo nas empresas, contudo fatores financeiros e o tipo de trabalho oferecido por esses empreendimentos, se enquadram melhor no perfil do técnico em turismo.

Os próprios empresários, ou seja, 100% dos entrevistados, acreditam que os turistas sentem a carência de idéias inovadores de sua empresa. Destaca-se com isso que, existe área dentro das empresas que poderá ser explorada pelos turismólogos, contudo ainda não potencializada. Essa área poderia ser de planejamento e coordenação de projetos turísticos para a empresa, formulação de programas turísticos que viabilizem a permanência de turistas nos centros receptivos e a fidelidade da própria prestação do serviço e o desenvolvimento, ampliação e comercialização de novos serviços prestados pela empresa aos turistas.

4 COMO PROMOVER A INSERÇÃO DO TURÍSMÓLOGO NAS EMPRESAS TURÍSTICAS DE PETROLINA

É factível a pesquisa em se constatar que as empresas abrem seus espaços para atividades mais operacionais e menos nas de coordenação e planejamento. Contudo, a pespectiva do empreendedor esta limitado ao campo operacional e de necessidades puramente internas, deixando de lado o grande potencial de desenvolvimento que o turismólogo poderia proporcionar ao seu empreendimento, com o planejamento e coordenação de eventos turísticos.

Dentro da região do Vale do São Francisco, diante de todas as suas peculiaridades – grande pólo agrícola, desenvolvimento econômico, as feiras de negócios, congressos, pólo educacional e outros, o turismólogo possui qualificação necessária para aproveitar esse potencial turístico da região e desenvolver o crescimento da empresa ligado ao alto grau de qualidade na prestação de serviços.

Diante de todos esses fatores positivos que o profissional turismólogo poderá proporcionar às empresas turísticas de Petrolina, surge então o questionamento: como promover a disseminação de todos esses fatores que contribuem para o desenvolvimento das empresas da região, de forma a sedimentar essa idéia nos empresários aliado a contratação do turismólogo como o promotor desse desenvolvimento em sua empresa? Pesquisas científicas a cerca dessa comprovação e a criação de fóruns de discussão sobre o tema, pelas entidades de ensino da região, seria a princípio um importante passo para argüir do profissional graduado em turismo essa qualificação capaz de promover o retorno esperado, e com isso proporcionar um trabalho científico pleno e contínuo sobre o tema pelas instituições de ensino da região.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos argumentos apresentados, buscamos sintetizar nossa compreensão sobre os motivos que levam as empresas turísticas de Petrolina pela preferência do profissional técnico em turismo ao invés do turismólogo. Bem como, identificar elementos característicos das atividades profissionais do bacharel em turismo, para que dessa forma conseguissem incentivar e promover a inserção desse profissional no mercado turístico local, não apenas pela inserção, mas pelo o grande desenvolvimento que irá promover para as empresas turísticas, para o mercado turístico e principalmente para toda região do Vale do São Francisco.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACERENZA, Miguel Angel. Administração do Turismo: Conceituação e organização / Miguel Ágenl Acerenza; tradução: Graciela Rabuske Hendges. - - Bauru, SP : EDUSC, 2002. V

BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. 11. ed. São Paulo: Senac, 2006.

CASTELLI, Geraldo. Turismo: atividade marcante. 4. ed. Caxias do Sul: Educs,2001.

CURSO de Graduação Bacharelado em Turismo – Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina – FACAPE. Site: http://www.facape.br/turismo/

PETROCCHI, Mario. Hotelaria: Planejamento e Gestão. São Paulo: Pearson, 2007.

SILVA, F. C. C. da; Fabris, C. A atuação do turismológo na sociedade da informação. 2008. Artigo Científico publicado na Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,Campinas, v.5, n. 1, p 40-54, jan./jun. 2007– ISSN: 1678-765X.



Autor: Leone Coelho Bagagi


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