A INCLUSÃO ESCOLAR DO DEFICIENTE AUDITIVO: CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE EDUCACIONAL



Wederson Honorato Inácio[1]

RESUMO

Atualmente, é do conhecimento de uma maioria de pesquisadores quanto aos mecanismos de avaliação sobre a surdez, que estes são ou estão inseridos dentro do contexto das ciências clínicas-antropológicas e apontam às diferentes representações sobres a surdez, entretanto o processo de transformar questões sociais em biológicas, chamadas de "biologização", é bastante conhecido na história da humanidade, e suas conseqüências para a educação têm trazido nos últimos anos resultados negativos em especial para a prática pedagógica do ensino dos alunos com deficiência auditiva. Por outro lado a questão da inclusão social abre um significado especial no bojo da educação brasileira, com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais necessidades de uma clientela, cada vez mais exigente, quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações, que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir, como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular, e sobretudo buscar soluções, com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade.

Palavras-chaves: Deficiência auditiva, surdez, educação inclusiva, pesquisa e desenvolvimento

ABSTRATS

Currently, it is of the knowledge of a majority of researchers how much to the evaluation mechanisms on the deafness, that are or are inserted inside of the context of sciences clinics-anthropology and point to the different representations on the deafness, however the process to transform social matters into biological, called "biologização", sufficiently it is known in the history of the humanity, and its consequences for the education have brought in recent years resulted negative in special for practical the pedagogical one of the education of the pupils with auditory deficiency. On the other hand the question of the social inclusion opens one meaning special in the bulge of the Brazilian education, with the inclusivistas estimated ones that in recent years are being argued for its characteristics that they job the search of a egalitarian society, in the molds of the real necessities of a clientele, each more demanding time, how much to its rights and its potentials of accomplishments, that has for purpose if the not only auto search to manage, as well as to place the citizen inside of the regular pertaining to school context, and over all to search solutions, with the participation of all in search of an education with quality.

keyswords: deficiency, deafness, inclusive education, research and development

O conceito de Surdez

Se o individuo se apropria, domina e influência seu meio social, em particular e, através da linguagem independente de como ela é,mas que seja valorizada, aceita e que até mesmo busque defende-la,temos um caso de um grupo socialmente formado, pelo menos em termos sociolingüísticosque se aceita e defendem,reciprocamente essa forma de linguagem, e se são capazes de expressar seus anseios e seus desejos em todos os sentidos da liberdade de expressão, temos um caso de estudo, que incita-nos a pensar que a questão da surdez tem mais um caráter de déficit de comunicação por falta de instrumentos capazes de suprí-la do que uma deficiência propriamente dita como fator de exclusão.

Segundo Skliar (1998, p.11) a surdez constitui uma diferença a ser politicamente reconhecida; a surdez é uma experiência visual; a surdez é uma identidade múltipla ou multifacetada e, finalmente, a surdez está localizada dentro do discurso sobre a deficiência.

Desta forma estamos buscando e propondo, conhecer a apropriação das potencialidades do sujeito surdo, voltados para a análise dos discursos acerca da surdez no contexto escolar inclusivistas, sem entretanto esquivar da importância deste, como um todo no meio social. As análises mencionadas acima são de suma importância para que se possa compreender a realidade desde a aquisição, ao uso da linguagem, e de como ela se perpetua no contexto histórico-social-escolar.

Do lado biológico temos visto que, a medicina tem feito grandes progressos nas curas e descobertas de remédios para várias doenças não só no mundo como também no Brasil. Entretanto quando o assunto é deficiência auditiva ou surdez, a tendência do médico e que haja a restituição da "normalidade" do sujeito quando da detecção de perda auditiva, quando na verdade após todos os esforços em vão (tratamento),se negam a afirmar uma doença inexistente,negar ao individuo,fazer parte de um contexto social diversificado, ocorre quando se percebe que mais nada se pode fazer em termos clínicos, não se tem aqui o pretexto de discutir a formação dos médicos, mas apenas discordar dessa perpetuação dos profissionais, quanto a questão de (doença X deficiência X tratamento), que chegam a serem em alguns casos desnecessários e até contraditório.

Assim como existe grande falta de informação à cerca das deficiências em todos os aspectos desde a física, visual e mental, a auditiva tem em si um caráter mais visual como no dizer de Skliar, esse visual está naquilo que se diz é preciso ver a surdez, no sentido mais amplo seria necessário em primeiro lugar conhecer que a linguagem utilizada pelo surdo no caso a LIBRAS, e ela que lhes dão o significado de "ser surdo" do sujeito que utiliza forma diferente de se comunicar, e quando existem esses grupos temos um contexto social definido, por sua principal característica a linguagem.

Definir a surdez como um fato concreto leva-nos a repensar a formação do sujeito como um todo, a perda auditiva implica em várias mudanças desde psicológica quanto social e educacional, quotidianamente determinamos a surdez como a perda da capacidade de ouvir, a perda do som em seu aspecto natural, incapacidade de compreender a fala humana e portanto de se comunicar através do uso da linguagem oral, há entretanto uma enorme disparidade quanto às perdas auditivas, que vão desde perda auditiva suave, moderada e profunda, existem sujeitos surdos capazes de ouvir e pronunciar palavras de forma quase que totalmente dentro da normalidade da língua falada em outros e quase inexistente a percepção de uma linguagem oral quando ocorre, e bem pequeno seu domínio de vocabulário oralista, ainda por fim temos aqueles que são tidos como surdos profundos, onde não há qualquer forma de comunicação oral, mas sim gestual, com o uso da linguagem de sinais, pelo menos se tiveram acesso a essa aprendizagem.

Acredita-se que a questão fundamental para a compreensão do sujeito surdo está sim focalizada fora dele, no ambiente externo propriamente dito, ali é que ocorre todo o processo de desmistificação a cerca de sua capacidade de aprendizagem, pois a surdez é uma questão de linguagem, portanto está fora do sujeito, ressalta-se que se existe um "instrumento", que configura de uso comum entre determinados grupos sociais temos então que se eles apropriam-se dele para realizar entre si as mais variadas formas de comunicação (no caso a linguagem), temos então que a surdez pode e deve ser superada através da comunicação adotada em especial e em particular por um grupo social. Vejamos no dizer de Nídia Regina Limeira de Sá:

 
 

Autor: Wederson Honorato Inacio


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