Insano desejo



Vira-te para mim
e vês como meus olhos te suplicam,
ao mesmo tempo em que se encantam
por ti.
Tremores e suores,
num medo louco de perder-te...
Tem dó de mim...
Eu, qual pássaro ferido,
querendo aninhar-me em teu peito,
com teus dedos acariciando meus cabelos,
embalando-me o sono.
Eu com ímpetos de beijar-te
a ponta do nariz
e o canto esquerdo dos lábios...
Saudades do que poderíamos ter
e não temos.
De beber em teus lábios
o vinho que bebo.
E tu não sabes de meus lábios
nem deste vinho que decanto.
Preciso desse sonho!
Entrelaço meus dedos
em teus dedos e,
espelho-me no teu olhar.
“Me ponho aqui
a falar-te de dedos e bocas,
quando só quero
beber-te inteiramente... sem gelo...”
Gosto vinho em meus lábios trêmulos...
Boca sedenta...
Gosto de vinho.
Ânsia de boca
Emoção que se derrama
em urgência gritante.
Transformo-te em vinho
para te degustar.
Penetra-me a boca
escorrendo por minha garganta...
Devagar...
Aconchego meio a minhas entranhas
Saboreio-te na taça
tua boca que tanto desejo
e beijo...
Toma-me agora!
“tenho-te cá na boca...
E não és mais vinho;
És carne de minha coxa...
Retalho de meu peito...
Minha alma partida eu te bebo nesta vontade de ti
Deixa-me te penetrar no peito...
Seio...
Infinitas pernas...
Deixa-me estu prar tua língua...
Lamber-te os lábios”
não me atreverei a dizer-te mais de mim...
não sei mais de mim.
Atormento-me sem ti,
sem teu corpo,
neste espaço unitário
em que vivo.
Preciso de ti.
Deixa-me viver em ti...
Contigo...
Em mim!...
Autor: Maria do Carmo Costa


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