SUPERPROTEÇÃO TRAZ DEPENDÊNCIA EMOCIONAL AOS FILHOS



A PROTEÇÃO  só é positiva quando os pais conseguem equilibrar: Dar proteção ao filho x Ensiná-lo a se proteger. Este equilíbrio está intrincicamente ligado ao fato de conseguir independê-lo fisicamente e emocionalmente  possibilitando que o próprio filho se proteja.

Podemos dar como exemplo o beber água em copo. É lógico que não podemos dar um copo de vidro para as crianças aprenderem a sair da mamadeira e usar um copo, no entanto há um momento em que ainda colocamos o copo na boca da criança, em outro podemos deixá-los segurar o copo sozinho e só após a criança ter uma capacidade de apreender e equilibrar o copo é que podemos deixá-lo utilizar o copo de vidro. 

O problema não está em seguir esta ou outra sequência que leve à conquista da independência física, o problema está quando os pais não permitem esta evolução para a criança e vão sempre preferir dar copos de plástico ou alumínio em nome de protegê-lo dos possíveis acidentes que um copo de vidro pode provocar nas crianças. Este é um exemplo de superproteção.

É lógico que utilizar mamadeira é muito mais fácil e tem menos possibilidades de sujeira ou acidentes. Utilizar copos de plástico também é mais garantido e corre menos risco.

No entanto se os pais não dão oportunidades a seus filhos de crescerem e lidarem com os perigos eles não crescem e amadurecem emocionalmente.

Foi muito comum em minha prática profissional encontrar crianças imaturas, com dificuldades de se relacionarem com outras crianças, com dificuldades de se separarem das mães quando cursavam a pré-escola. Com dificuldades para traçar com lápis ou mesmo utilizar uma tesoura ou cola. Com dificuldades de copiar da lousa em uma segunda ou terceira série do ensino fundamental.

Ao averiguar, junto aos familiares, sobre esta criança... era batata!!!: Os adultos faziam tudo por ela. Davam comida na boca, davam banho, vestiam as meias, calçavam os sapatos, levavam a criança a dormir em suas camas de adultos e na maioria das vezes justificavam:

_'Mas se eu não der na boca ele não come!'(Mãe de criança de 4 anos).

_'Mas se eu não colocar o sapato demora um ano e chegamos atrasados!'(Mãe de criança de 8 anos).

_'Mas meu marido viaja e ficamos muito sozinhos, então fazemos companhia um para o outro!' (Mãe de criança de 5 anos).

Aí, sempre começamos uma série de orientações para os pais, não para eles largarem de uma vez mas para eles oferecerem oportunidade do filho superar sozinho tais diiculdades.

Impressionante como após a criança adquirir uma certa independência física a independência emocional acontecia.

Para a indepnedência emocional ou seja, crescer capaz de tomar decisões e resolver problemas na vida, é muito importante o filho auxiliar as tarefas domésticas, aprender a tomar conta de uma planta, de um animal e de si mesmo através dos cuidados de higiêne, alimentação e organização de seus brinquedos e objetos.

Auxilie seu filho a adquirir a independência emocional oferecendo-lhe independência física.

Vou deixar aqui uma frase brilhante retirada do projeto: 'EDUCAR OS PAIS PARA EDUCAR OS FILHOS'

 'Ofereça  tempo e oportunidade para que seu filho, pouco a pouco, refaça com sucesso aquilo que anteriormente foi um fracasso, uma frustração e não o critique ou apresse frente a suas tentativas infrutíferas..'


Autor: Ely Paschoalick


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