A MARQUISE
A MARQUISE
Choveu e, lá estava eu, novamente na marquise.
Parecia, reprise do dia anterior.
Junto com um pedreiro, um gari e um aprendiz de açougueiro.
Ali, ninguém imaginava que eu era um Professor.
- Professor?...
Alguém grita lá da avenida.
Um carro para e eu, vou a revelia.
No outro dia, outra chuva, outra enxurrada.
E eu ali, na marquise, sob minha apatia.
De todos que eu vi, naquela marquise,
Nenhum tinha uma mala.
Porque o pedreiro, o gari ou o aprendiz de açougueiro,
Sob a marquise, não lembro de vê-los numa sala.
Mas, sob a marquise, todo mundo é igual.
Até porque sob a marquise... ninguem é tão normal.
Autor: Emivaldo Aires da Silva
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