Análise do texto: métodos e confinamentos de engorda (como fazer render mais porcos, galinhas e crianças).
Tais nuances fazem analogia com a conjuntura educativa e refletem de maneira plausível o atendimento quase carcerário que os nossos alunos vêem recebendo.
Nesta premissa, pode-se enfatizar sem exageros que o referido autor expõe que o nosso sistema de ensino está aquém do desenvolvimento da motricidade humana e mais distante ainda da saúde integral do corpo - corporeidade.
Destarte, voltando as esferas esquadrinhadas por Freire, fazemos a priori um elo entre o panóptico de Benthan (esmiuçado por Foulcalt), e a instituição escolar: se não bastasse o condicionamento apertado das carteiras, nossos alunos são vigiados por diretores bem posicionados - em salas edificadas sob locais estratégicos - com "ampla visão"; igualmente a um sistema penitenciário.
Ademais, esse fator abarca os currículos, avaliações e até mesmo projetos sutilmente disfarçados em uma linguagem modernosa, escondendo o verdadeiro objetivo do "adestramento".
No que concerne neste momento o esboço de Betheleim, vale destacar o principal objetivo dos campos de concentração nazistas nas ideias de Freire; a transformação de indivíduos em massa dócil.
Se não bastasse, nós educadores fingimos estar tudo bem, assim, inserimos vez ou outra uma dinâmica aqui e uma atividade nova acolá, no entanto, não relutamos em recorrer aos velhos preceitos vestidos de uma roupagem nova - como a cartilha na forma de apostila, a cópia na forma do xerox, o mimeografo na forma do impresso de computador.
Em um ultimo rebate colocamos a "História sem fim" bosquejada pelo autor - para o vilão da história é preciso retirar as esperanças e incumbir o ódio e desconfiança sobre aqueles que pretendem ajudar.
Percebemos que esse aspecto está arraigado no âmbito educativo - tão fortemente, que a simples idéia do novo assusta todos os componentes nele inseridos.
È só trazer uma atividade inovadora e estimular a criatividade e pronto; está travada uma batalha entre os colegas de trabalho: isso sugere a falta de vontade e na forma mais menos grave o medo de se arriscar.
Ponderando agora sobre os confinamentos de engorda de galinhas, porcos e vacas, pode-se destacar a “mcdonaldização” do ensino exposta por Alcadipani e Bresler (2000), fazendo uma analogia da educação com a cadeia de lanchonetes.
O sucesso do Mc Donalds é incontestável, estando em qualquer parte do mundo é possível comer os mesmos números. Tudo é semi pronto e qualquer um pode produzir um lanche, percebendo o trabalho morto ressaltado por Marx.
O cliente cumpre disciplinadamente o seu papel esperando em filas e pedindo os mesmos produtos. Tais dimensões se interrelacionam, acarretando a massificação e a racionalização extremada produção, gerando ganho de escala, rapidez e maximização de resultados.
Perdemos nossa autonomia e quando conseguimos estimular o raciocínio somos ridicularizados por não seguir padrões da “fast imbelização” - tudo que se faz tem que ser apenas quantificável - a educação virou um comercio; a pluralidade , concepções e a reflexão crítica perderam o seu lugar para resultados pragmáticos.
Esses fatores com certeza também afetam negativamente a motricidade e a saúde integral do corpo humano - a corporeidade.
Referências: ALCADIPANI, Rafael e BRESLER Ricardo. Mcdonaldização do ensino. Carta Capital - São Paulo- SP, 10 de maio, 2000.
FREIRE, João Batista. A educação fisíca para o século XXI; Métodos de confinamento de engorda ( como fazer render mais porcos, galinhas e crianças). Papirus, Campinas - SP, 2007.
Autor: Luciana Carvalho Morsani
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