ADORO EVENTOS !



ADORO EVENTOS

De Romano Dazzi

 

Sim,  adoro mesmo, eventos sociais.

Não todos, é verdade; só as feiras, exposições, mostras,  workshops, que são acontecimentos únicos, excelentes para você se divertir olhando os outros, aprendendo  coisas importantes sobre eles – e sobre você mesmo -  sem fazer força e sem gastar nada.

Fui outro dia a um desses workshops; eu não conhecia ninguém e ninguém nunca tinha visto a minha cara.

Entrei de alegre, interessado em ver gente e em saber o  que estava acontecendo.

Desde a entrada, gostei dos vigilantes e das recepcionistas, simpáticos, todos  com um sorriso cordial estampado no rosto, convidando-me a participar. 

E lá dentro, dezenas de pessoas, atendentes, garçons, encarregados e balconistas,  todos eufóricos, mostrando produtos e serviços, atentos às minhas reações, explicando com carinho, paciência e convicção, as vantagens do que ofereciam e tentando convencer os possíveis compradores. 

O que impressiona no ambiente que se forma nessas ocasiões, é a cordialidade, a simpatia, o bom humor, que se espalham por todos os lados.

O pessoal é atencioso, conta piadas, brinca e faz caretas, deixando todos bem a vontade,  contentes e dispostos a perder alguns minutos para escutar argumentos e explicações.

Alguns, mais expansivos,  olham, acreditam reconhecer, e:

- “Olá, seja bem vindo, como vai , como tem passado ?  há quanto tempo !!!”   

Nunca o vi mais gordo, mas respondo educadamente e até com uma certa simpatia:

- “Tudo bem, obrigado, e você ?  sempre na luta, não é ?”  .... 

Mas não vou perguntar pela família, claro !

O bom humor é contagioso e positivo. Cada um se torna cúmplice dos outros, parceiro de um pequeno jogo, no qual nada há a perder  e todos saem bem.

As pessoas de repente assumem um ar alegre, parecem felizes, o grande público, normalmente sisudo, tenso e arisco, acaba entrando no clima , aceitando  as brincadeiras e   trocando  piadas e sorrisos.

 

E além disso, tem as comidinhas; umas balinhas aqui, uns chocolates ali, uns salgadinhos aí adiante, uns amendoins lá na esquina;  quando se trata de feira típica, então, o cardápio torna-se muito mais amplo, e fica uma festa: vai de salsichinhas a vatapá, de pastéis a acarajés com direito a água mineral, coca ou guaraná.

 

Porque não pode ser tudo assim ? 

Afinal, a vida inteira não passa de um grande, um espetacular    “evento” !!!!.......

 

Imagine você entrando em uma loja, com a melhor das intenções de comprar, digamos, um fogão ou um televisor.

Você vê logo uns  quatro vendedores.

Porém ,  um está ocupado com uma senhora, que pede pormenores sobre um secador de cabelos;

Outro está muito concentrado preenchendo um relatório de vendas, que com certeza devia ter sido entregue na semana passada;

O terceiro, está em precário equilíbrio numa cadeira desconjuntada, enquanto tenta arrumar a prateleira da vitrine; 
 Enfim,  sobra só um, aquele garoto sardento e antipático, que com certeza só se

encontra aí para te fazer um favor.

Mas ele não está  nada interessado em  atender, em responder perguntas, em esclarecer  qualquer pormenor.   Sorrisos, salgadinhos, coca, nem pensar ! 

Se você arriscar uma piadinha, logo o vendedor fecha a cara, se tranca, emudece e você acaba saindo, deixando a compra para o sábado que vem, quem sabe....

 

Porque têm que ser tão diferentes, a loja – que é ainda o lugar tradicional onde se faz negócios, isto é, compra e venda  de produtos e de serviços – e a exposição, o evento, onde teoricamente as pessoas só vão para ver e não para comprar ?

 

De agora em diante, vou tentar comprar tudo nas exposições, e assim talvez consiga nunca mais ser mal atendido em uma loja..... e ainda por cima, receber um porção de batatinhas de graça....   


Autor: Romano Dazzi


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