O CONHECIMENTO



Conhecimento, segundo o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, entre outros significados, representa o ato ou efeito de conhecer, de ter consciência de si próprio. Por seu turno, conhecer, significa ter noção de; saber; ter relações com; ter experimentado; ter ouvido; distinguir; julgar; avaliar; reconhecer, etc.

 

Como se pode ver, o conhecimento não é aquele contacto superficial que muitas vezes temos com as coisas, pessoas ou circunstâncias. Representa na verdade, o aprofundamento necessário que nos leva a afinar a nossa sintonia com o universo.

Significa lapidar, eliminar as brumas e incertezas que cercam a ignorância e mandar para longe a escuridão.

 

Lembro-me que desde a tenra infância, fui cercado de livros e de pessoas lendo. Talvez, esteja aí a causa de minha busca obsessiva pelo conhecimento. Não sei se esta constatação pode ser erigida à condição de princípio ou de regra, porém tenho observado que crianças que gostam de ler são geradas em ambientes em que os adultos também apreciam a leitura. Nota-se que a proximidade dos pais ou os representantes destas crianças com os livros, fazem com que ela desperte o interesse pela leitura. Como conseqüência natural desse interesse, advém o gosto pelo conhecimento.

 

Assim sendo, a exortação que faço aos pais ou responsáveis que quiserem despertar os seus pupilos para a leitura, é de que deverão dar o exemplo. Não apenas busquem informações, ou seja, aquelas gotículas de notícias de fatos que ocorrem no mundo e que ficamos sabendo principalmente, através dos jornais e da televisão. Elas são importantes, eis que nos colocam a par dos acontecimentos e nos oportunizam estarmos atentos ao que está ocorrendo no mundo. Porém, acredito que o mais importante, é o conhecimento aprofundado sobre determinadas matérias que nos interessam. É aquele conhecimento que nos modifica de alguma maneira, nos acrescenta, nos lapida e nos torna seres melhores e mais harmonizados com o meio que nos cerca. Não basta aprender, mas apreender, ou seja, fazer com que aquele novo conhecimento passe a fazer parte de nossa vida e produza efeitos modificativos e transformadores para o nosso futuro como seres humanos.

 

Entendo ainda, que não se deve tentar despertar o desejo de buscar conhecimento baseado em afirmações como “se você não estudar, acabará não sendo ninguém”. Não tente associar a busca de conhecimento a um eventual proveito econômico que dele possa advir. Ensine a conhecer por conhecer, a conhecer para crescer e evoluir intelectualmente. Até porque, o conhecimento dá à pessoa uma luz própria, um brilho que não se apaga. E todos sabem que qualquer pessoa ou coisa que tem um brilho natural, exerce um poder de sedução que faz com que ela nunca esteja sozinha, eis que os outros estarão sempre gravitando ao seu redor, na ânsia de haurir um pouco desse brilho, brilho esse, que muitas vezes essas pessoas não possuem. Aqueles que caminham por um lugar qualquer, pedras opacas não lhe atrairão o olhar. Porém, se ele se deparar com uma pedra brilhante, a atração imediata e fatalmente ocorrerá e ele se sentirá desejoso de guardá-la para si.

 

Lembre-se: pessoas que possuem o brilho pessoal, acabam iluminando os demais seres que estão ao seu redor, servindo como um farol norteador indicando a direção a ser seguida sem que sejamos vítimas dos obstáculos que possam surgir em virtude do desconhecimento do caminho.

 

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS. http://jobhim.blogspot.com/


Autor: Jorge André Irion Jobim


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