Quando amor só um que tem
Quando amor só um que tem...
(by Lucia Czer)
Já nem sei quem fui, que sou,
Não tenho nome nem identidade,
Trilhei a vida que atrás ficou
Rastreando teu facho de vaidade
Cansei de dar sem receber,
De amar o reflexo do teu vulto.
Falar de amor e não ouvir dizer,
Felicidade ser somente culto.
Passei minha vida a limpo,
Abri janelas, enxotei as sombras.
Varri os medos do meu limbo,
Deixei a cama sem alfombras.
Dos armários removi cadáveres,
Restos de mortos insistem em ficar,
Páginas opacas já sem caracteres
De um tempo ido, só pra relembrar.
Diante do espelho já sem aço,
Olhei-me e vi somente pó,
Daquilo que fui, apenas traço,
Amante, amada, apenas tua.
Livrei-me das amarras e das vestes.
Pra me reencontrar, postei-me nua...
Autor: lucia czer
Artigos Relacionados
Fragmentos...
Literatura Contemporânea - O Caminho Abstrato
Ontem O Amor Chorou...
Cidade Linda
Degraus
Gata Mineira
Igualdade Exata