UMA IGREJA NO RUMO CERTO



UMA IGREJA NO RUMO CERTO

 

Acabei de examinar um livro intitulado “Uma Igreja na Contramão”, escrito por José Roberto dos Santos. Trata-se de um libelo contra uma série de práticas, atitudes, idéias, métodos, doutrinas e posições controversas e perigosas existentes hoje no seio do Cristianismo. É um livro interessante que lança um alerta sobre o que a igreja não deve ser, nem fazer. Resolvi, então, escrever alguma coisa sobre o contrário – como é a igreja verdadeira de Jesus Cristo e o que ela crê e faz.

 

A Igreja de Cristo é invulnerável. Mateus 16.18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

 

Amado leitor, eu tenho a incômoda mania de crer em tudo o que a Bíblia diz. Por causa disto sou chamado de “biblista”, “literalista”, “fundamentalista” e outros epítetos semelhantes. Isto não me incomoda porque, como herdeiro da Reforma, aceito o postulado que a Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática, o famoso “Sola Scriptura”.

 

Se existem igrejas que entram na contramão é porque no verdadeiro sentido do termo jamais foram igrejas.

 

Gostava muito do trabalho de um missionário inglês na Amazônia. Um dia, pregando em minha igreja ele afirmou algo que jamais esqueci:

 

“Eu tenho trabalhado na Amazônia e, como vocês devem saber, tive que usar muitas vezes canoas, pequenas, médias e grandes. É muito difícil a canoa que não faz água. Por isto temos uma cuia que chamamos de “cupuiador”, para tirar a água da canoa. Olhem, irmãos, eu fico muito contente quando a canoa está na água, mas fico muito preocupado quando a água está na canoa”.

 

É claro que ele fez a aplicação depois. Afirmou que a igreja no mundo é uma necessidade e uma benção, mas o mundo na igreja é o maior perigo que existe.

 

É por isto que estamos começando este livro dizendo que a igreja de Cristo é invulnerável. Podem os inimigos assestar os piores golpes contra ela, ela permanecerá de pé, invicta, tranqüila, abençoada!

 

A Igreja de Jesus Cristo não comete o principal erro dos escribas e fariseus. Mateus 22.29 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.

 

O primeiro e terrível erro dos fariseus era não conhecer as Escrituras. Por causa disto enveredavam em tradições orais e idéias erradas dos rabinos. Entendiam a vida religiosa como algo artificial, exterior, estereotipada, vaidosa.

 

O conhecimento das Escrituras traz segurança, certeza, humildade, paz e disposição.

 

Os maiores problemas surgidos em nossos dias são por desconhecimento da Palavra de Deus. Existe uma grande necessidade de analisar mais profundamente as escrituras, principalmente aquelas que tratam da conduta, ordem e doutrina da igreja.

 

O segundo erro dos fariseus é que eles não conheciam o poder de Deus. A igreja que tem o poder de Deus, que pratica de maneira genuína os dons espirituais, que vive em um ambiente mais sobrenatural do que natural, seu destino será o sucesso em todos os quadrantes da vida eclesiástica.

 

A Igreja de Jesus Cristo ganha almas. Atos 2.47 - Louvando a Deus, e caindo na Graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

 

Você acha isto impossível? Acha que é difícil demais? Para honra e glória de Jesus já participei de igrejas assim. Sem exagero, todos os dias elas aumentavam. Todos os dias recebíamos os relatórios de diversos evangelistas locais que haviam ganhado uma, duas, cinco, dez e até mais almas para Cristo.

 

Jamais participei de um culto em que não houvesse decisões. E por que isto acontecia? Porque os irmãos não convidavam as pessoas simplesmente. Havia uma verdadeira campanha antes de cada culto para trazer as almas aos pés de Cristo. Mas antes de convidá-las havia um trabalho sério de conscientização, de discipulado. As pessoas já vinham para os cultos preparadas para tomarem uma decisão.

 

Se isto não estiver acontecendo em sua igreja, cuidado! Provavelmente você não está fazendo parte de uma igreja que está no rumo certo.

 

Uma igreja genuína é uma chama, um magneto poderosíssimo que atrai as almas. Não é necessário criar um magnetismo artificial, o Espírito Santo é a atração maior da igreja do Senhor.

 

A Igreja de Jesus Cristo é uma igreja que ensina a Palavra. Atos 11.26 - E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

 

Se você analisar o livro de Atos , descobrirá que a igreja primitiva dava uma ênfase abençoada ao ensino da Palavra. É incrível, mas é verdade, que muitos não entendem nem as doutrinas básicas da salvação, como Eleição, Vocação, Remissão, Justificação, Redenção, Santificação e Glorificação.

 

O ensino da Palavra trará crescimento espiritual, dará segurança, incrementará a santificação, potenciará para o serviço, impulsionará muitos ao trabalho missionário, evitará danos irreparáveis através das heresias e do pecado, em suma, edificará uma igreja madura.

 

Como tão bem afirmou o Pastor Ron Riffe em seu artigo “Salvação – Um Conceito Muito Mal Compreendido”: “As megaigrejas seriam esvaziadas, ou transformadas rapidamente, se o entretenimento fosse removido e se o povo fosse exposto ao estudo bíblico sério e a uma pregação poderosa, que combatesse com firmeza o pecado e o mundanismo na vida do cristão”.

 

O homem, na sua carreira humana, sente necessidade de lazer, diversão. Sente vontade, de ver em quando, de fazer uma “higiene mental”. Vejamos como, nos textos que se seguem, alguns escritores sagrados demonstram que a Bíblia é a maior diversão que existe para o filho de Deus:

 

Salmos 1.2 - “Tem o seu prazer na lei do Senhor”.

 

Jeremias 15.16 - “Achadas as tuas palavras, logo as comi. As tuas palavras me foram GOZO DE ALEGRIA para o coração”.

 

Salmos 19.8 - “Os preceitos do Senhor são retos, e ALEGRAM o coração”.

 

Salmos 119.14 - “Mais me REGOZIJO com o caminho dos teus testemunhos, do que com todas as riquezas”.

 

Salmos 119.47 - “Terei PRAZER nos teus mandamentos os quais EU AMO”.

 

Diversões são inventadas para ajudar o homem a livrar-se da angústia existencial, mas esta não é a única angústia que assola a humanidade. A maior de todas é a angústia metafísica. Aqueles que não têm na Bíblia a maior diversão, porque nela não crêem, vêem-se lançados neste mundo, aparentemente sem motivo, e condenados à morte. O salmista demonstra que a Lei do Senhor, Sua bendita Palavra, é o melhor antídoto contra tais crises:

 

“Não fosse a tua lei ter sido O MEU PRAZER, há muito já teria eu perecido NA MINHA ANGÚSTIA”. (Salmos 119.92).

 

 


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UMA IGREJA NO RUMO

CERTO FUNCIONA COM

UM MINISTÉRIO PLURAL

 

Atos 13.1 - E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.

 

Efésios 4.11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.

 

Atos 14.23 - E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.

 

A igreja do Senhor Jesus Cristo funciona com uma variedade de ministérios, uma vez que a sabedoria de Deus é, como diz Efésios 3.10, multiforme. Pedro também diz que a Graça de Deus é multiforme (I Pedro 4.10).

 

É por isto que ele distribuiu os dons ministeriais em diferentes classes ou unções.

 

Apóstolo. Apóstolo é um enviado. É aquele que lança os fundamentos da vida da Igreja. Trabalha edificando a Igreja nas suas bases.  (Ex.: Tiago , Marcos)

 

Na Bíblia encontramos três tipos de apóstolos: 1)      Os 12 Apóstolos (que estiveram com Jesus), 2) Os apóstolos primitivos e fundadores da Igreja (como Paulo e Barnabé), 3)       O ministério apostólico de caráter permanente (que Cristo segue dando a igreja até que se complete a edificação de seu corpo).

 

A função de um apóstolo é fundar igrejas e evangelizar novas regiões. É um ministério que Deus levanta para trabalhar na base da vida da Igreja, nos princípios da vida da Igreja.

 

Ele também restaura princípios e mantém a Igreja na base correta, dando-lhe a verdadeira fundamentação.

 

Na estrutura da igreja verdadeira o apostolo é a autoridade principal, contudo junto com os profetas, pois é assim que a igreja é edificada.

 

Efésios 2.20 - Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina.

 

Seu ministério é universal. Por exemplo: Paulo ia para Corinto, pregava o evangelho, fazia discípulos, estabelecia presbíteros (liderança) e ia para outro lugar.  Depois ele escrevia para eles e de vez em quando passava por lá para ver como as coisas estavam indo.

 

Profeta. É aquele que aponta a direção para a Igreja. Enxerga a posição em que a igreja está e para onde ela está caminhando. Ele tem a visão de Deus para encaminhar a Igreja, sendo um canal de revelação de Deus para a igreja. Ajuda os santos a compreenderem o que foi revelado pelo Senhor.

 

O profeta pode ser movido mais em palavra de sabedoria, como Ágabo (Atos 11.27-30; 21.10-11) ou em exortação, edificação e consolação, como no caso de Judas e Silas (Atos 15.32).

 

Evangelista. É a pessoa que Deus usa para estender o alcance do evangelho e fazer com ele seja obedecido nas diferentes localidades. As características deste ministério podem ser vistas nas vidas de Felipe e Timóteo. Ele trabalha com a Igreja local, preparando o povo, evangelizando, batizando, ensinando a doutrina, estabelecendo presbíteros e corrigindo desvios.

 

Pastor. É o que cuida de vidas, o que apascenta, que tem aliança com o povo e com ele está envolvido. O dom de pastor é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para assumirem uma responsabilidade pessoal, a longo termo, pelo bem-estar espiritual de um grupo de crentes.

 

Mestre. O dom de ensino é a capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para comunicarem informações relevantes para a saúde e o ministério do Corpo de Cristo e seus membros, fazendo-o de tal maneira que outros sejam capazes de aprender.

 

Sempre é necessário manter em mente o para que serve o dom de ensino: que as pessoas aprendam.  Este dom figura em todas as três listas primárias dos dons espirituais. Isso não quer dizer que um dom seja mais válido somente porque é mencionado mais de uma vez, embora provavelmente signifique que é mais universal.

 

Este dom, usualmente, é um dom que envolve tempo integral.  Ao inverso de outros dons que usualmente só são utilizados ocasionalmente, como o de libertação ou o de discernimento de espíritos, uma vez descoberto e estando em operação, o ensino geralmente envolve um uso regular e constante, em que muito tempo é dedicado ao estudo e à preparação.

 

Os mestres que receberam o dom de ensino também se mostram pacientes com seus alunos.  Eles criam uma atmosfera, em classe, onde os estudantes sentem-se livres para levantar indagações de qualquer tipo.

 

É o que ensina a doutrina (doutor). Pega as verdades mais difíceis e complicadas e traz de maneira clara para a Igreja entender.

 

 


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UMA IGREJA NO RUMO CERTO

NÃO TEM PREGADORES

QUE PREGAM COM

AFETAÇÃO

 

Os verdadeiros mensageiros de Deus são comedidos no falar. São finos, reverentes e educados. Ficam em silêncio no púlpito, evitando olhares diretos para as pessoas, principalmente para as irmãs.

 

No momento de assumirem a gloriosa missão de trazer uma mensagem ao povo de Deus e aos pecadores, saúdam a igreja sem floreios, com a simples e bendita saudação de um verdadeiro despenseiro.

 

Lêem o texto com cuidado, com reverência e, em seguida expõem a mensagem com a voz normal que Deus lhes deu, sem empostações teatrais, sem falsa emoção, tranqüilamente. Algumas pessoas infantis vão dizer que eles não têm fogo, mas o resultado será glorioso.

 

Um pastor brasileiro ficou praticamente escandalizado porque esteve na igreja de um famoso pastor a quem gostaria muito de conhecer e no momento de ele pregar, pegou uma cadeira, sentou-se e se dirigiu ao povo o tempo todo sentado. Quando terminou a pregação a obra que Deus fez naquela noite deixou o pastor brasileiro simplesmente embasbacado.

 

O próprio Senhor Jesus Cristo costumava pregar sentado. Podemos inferir, então, que suas mensagens eram bem suaves, calmas e pausadas, como um verdadeiro Mestre. Esta foi a observação dos escritores dos Evangelhos:

        

“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e, como SE ASSENTASSE, aproximaram-se os seus discípulos. E ele passou a ensiná-los...” (Mateus 5.1,2).

 

“Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente E SENTOU-SE. Então passou a dizer-lhes...” (Lucas 4.20,21).

 

“Entretanto, em um dos barcos, que era o Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia e, ASSENTANDO-SE, ensinava do barco às multidões”.(Lucas 5.3).

 

“Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, ASSENTOU-SE à beira-mar. E grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco E SE ASSENTOU. E toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas cousas lhes falou por parábolas...” (Mateus 13.1-3).

 

“Três dias depois o acharam no templo, ASSENTADO no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os”.(Lucas 2.46).

 

“No Monte das Oliveiras, achava-se Jesus ASSENTADO, quando se aproximaram Dele os discípulos...” (Mateus 24.3). Todo o sermão profético de Jesus Ele pregou SENTADO.

 

A Igreja de Jesus Cristo não se empenha em construir templos magnificentes e suntuosos. Para começar, a palavra inspirada diz que Deus não habita em santuários feitos por mãos humanas (Atos 17.24).

 

Atos 7.44-51 - Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. O qual, nossos pais, recebendo-o também, o levaram com Josué quando entraram na posse das nações que Deus lançou para fora da presença de nossos pais, até aos dias de Davi, que achou Graça diante de Deus, e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. E Salomão lhe edificou casa; Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono,e a terra o estrado dos meus pés.Que casa me edificareis? diz o Senhor,Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.

 

Quando Jacó acordou do seu sono, depois de ter presenciado visões gloriosas, ele disse:

 

“Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus” (Gênesis 28.17).

 

Que casa de Deus era esta. Ao ar livre?

 

Em Gênesis 28.22, lemos: “ E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.

 

Nunca ali foi construída uma igreja, um templo.

 

A primeira vez que o povo de Deus quis construir um templo, Deus não se agradou da idéia. O templo foi sua vontade permissiva e não sua vontade perfeita. Vamos ver o que aconteceu:

 

II Samuel 7.1-7 - E sucedeu que, estando o rei Davi em sua casa, e tendo o Senhor lhe dado descanso de todos os seus inimigos em redor, Disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu moro em casa de cedro, e a arca de Deus mora dentro de cortinas. E disse Natã ao rei: Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o Senhor é contigo. Porém sucedeu naquela mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo: Vai, e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-me-ás tu uma casa para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo. E em todo o lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei porventura alguma palavra a alguma das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro?

 

Está muito claro que Deus ficou até aborrecido. O povo de Deus sempre teve a tendência de conseguir substitutos para sua vontade perfeita. A Lei, os sacrifícios, as codornizes, os espias em Cades-Barnéia, o rei e o templo, tudo foi invenção do povo e não de Deus.

 

A Bíblia proíbe a construção de monumentos e, por inferência podemos deduzir que também proíbe a construção de templos magnificentes para locupletar o ego de alguns. E o que é pior: varias igrejas colocam uma torre no topo, indo diretamente contra a palavra de Deus e rendendo homenagem e saudade à torre de Babel.

 

“Não adorarás os seus deuses, nem lhes darás culto, nem farás conforme as suas obras. Antes os destruirás totalmente, e despedaçarás de todo as suas COLUNAS. Porque também os de Judá edificaram altos, estátuas, COLUNAS E POSTES-ÍDOLOS no alto de todos os elevados outeiros, e debaixo de todas as árvores verdes. Quebrarás as COLUNAS de Bete Semes na terra do Egito”.(Êxodo 23.24, I Reis 14.23, Jeremias 43.13).

 

As nações pagãs antigas não apenas adoravam imagens, mas adoravam também colunas, postes, postes-ídolos ou obeliscos! Eles tinham um significado secreto, misterioso, diabólico para isto. Práticas de baixo sensualismo tinham lugar diante deles. Eram símbolos do sol e também símbolos fálicos ou sensuais.

 

Este uso é claro, foi expressamente proibido nas Escrituras. “Não fareis para vós ídolos, nem vos levantareis imagens de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra, para inclinar-vos a ela”. (Levítico 26.1). Observe que a proibição não era somente a de adorar, mas era também de construir.

 

Deus ordenou aos seus filhos que destruíssem esses postes-ídolos, ou figuras de pedra, ou colunas, ou OBELISCOS, onde quer que os encontrassem.

 

É interessante e terrível observar que, à entrada da Basílica de São Pedro em Roma, mais especificamente no Vaticano, encontra-se um destes grandes obeliscos ou postes-ídolos. Ele não é apenas semelhante aos babilônicos e egípcios. Ele foi trazido por ordem do Papa Sixtus V, para ser colocado naquele local, proveniente do templo de Karnak, no Egito, um dos locais da antigüidade mais famosos pelas suas práticas de baixa feitiçaria.

 

O obelisco do Vaticano tem, simplesmente, 40 metros de altura e pesa 320 toneladas. O papa, quando fez transportar aquele símbolo abominável para diante de sua principal catedral do mundo, decretou que, se alguém o deixasse cair e quebrar-se, seria punido COM A PENA DE MORTE!

 

Durante a instalação do símbolo de sensualidade, também foi exigido que toda a multidão que ali acorrera fizesse silêncio total, sob pena DE SEREM MORTOS! O silêncio tem muito a ver com as cerimônias mitraístas do paganismo.

 

Em um jornal evangélico brasileiro lemos há pouco tempo a notícia que transcrevemos a seguir, omitindo os personagens: “OBELISCOS BÍBLICOS -- Na Praça dos Evangélicos, na Freguesia do Ó, na capital paulista, foi inaugurado, no sábado 11 de abril, o primeiro de uma série de obeliscos em homenagem à Bíblia, cuja construção comunitária foi autorizada pelo prefeito “X”. O vereador “Y” espera construir, com a participação popular, obeliscos bíblicos em cada administração regional paulistana.”

 

Não é curioso querer homenagear a Bíblia utilizando algo que a própria Bíblia condena?!!!

 

A igreja no rumo certo se conforma com uma construção simples que possa abrigar os irmãos e possa proclamar a palavra de Deus.

 

A Igreja de Jesus Cristo não abriga divisões. Na igreja de Corinto havia quatro facções que chamaram a atenção do apóstolo Paulo. A primeira, dizia que era de Paulo, a segunda, que era de Apolo, a terceira, que era de Cefas, ou Pedro, e a quarta, que era de Cristo.

 

Até mesmo aqueles que diziam ser "só de Cristo", eram perigosos, pois tal afirmação era apenas um pretexto para desprezar os demais irmãos.

 

Eis quatro classificações para esses grupos:

 

1.     O grupo da Graça absoluta.

 

2.     O grupo do intelectualismo estratificante.

 

3.     O grupo do legalismo intolerante.

 

4.     O grupo do separatismo preconceituoso.

 

Será que você conhece algum desses grupos, ou conhece todos eles?

 

O grupo da graça absoluta é aquele que acha que tudo é permitido. Quer gozar o mundo inteiro e o céu também. Quer transformar a igreja em apenas um ponto de referência, um local de reuniões e de confraternização.

 

O grupo do intelectualismo estratificante é aquele que só aceita altos intelectuais em seus púlpitos, não aceitando qualquer irmão com menos cultura. São altamente preconceituosos e preferem um culto gélido onde muita cultura seja apresentada do que um culto cheio de poder, mesmo dirigido por pessoas mais simples.

 

O grupo do legalismo intolerante é o que vê pecado em tudo. Tem um padrão rígido e, muitas vezes, ilógico e quer que toda a igreja seja pautada por aquele padrão. Como falamos no capitulo anterior, este legalismo não gera amor, só gera ódio.

 

O grupo do separatismo preconceituoso é aquele que se dizendo “de Cristo”, constroem um gueto piedoso, ascético, misterioso, parecendo uma sociedade secreta dentro da igreja. Vêem todos os demais como inferiores espiritualmente.

 

A verdadeira igreja abraça a todos os irmãos e não cria estas linhas de pensamento. A verdadeira igreja não tem preconceito de idade, de condição social ou financeira, cultural ou intelectual. Quebra todo o preconceito e fala da mesma forma que o apóstolo Paulo falou:

 

II Coríntios 5.16 - Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.

 

Nada de conhecer alguém segundo a carne. Temos que conhecer a todos os irmãos segundo o espírito, amando-os indiscriminadamente.

 

A Igreja de Jesus Cristo é teocêntrica em sua adoração e liturgia. A ênfase do culto verdadeiro é na Palavra e não em apresentações artísticas. É claro que todos os que se apresentam na frente, em uma espécie de culto antropocêntrico, ou seja, voltado para agradar aos homens, voltado para atrair as pessoas, dizem que estão servindo ao Senhor, que estão adorando a Deus.

 

Não podemos questionar isto, mas podemos orientar aqueles que demonstram mais um interesse artístico do que de adoradores. Pode ser um sucedâneo aos espetáculos mundanos para sublimar a questão para muitos. Contudo, para o verdadeiro cristão, sua atração maior é a própria palavra, ministrada por verdadeiros ministros.

 

Mas, tudo isto não se transforma hoje em uma utopia? Talvez, porque os valores eternos, espirituais tem sido substituídos flagrantemente. Quer dizer que isto é um motivo para desistência ou motivo para recrudescer a luta e alcançar os objetivos maiores da vida cristã? É claro que a segunda resposta é a verdadeira.

 

Estive em uma inauguração de uma grande igreja e não havia lugar nem para se deslocar, porque convidaram dois grandes cantores evangélicos. A primeira apresentação foi a deles. Logo depois, eles foram embora e o pregador da noite foi anunciado. Era também alguém com um bom renome nos meios evangélicos. Quando ele se levantou para ler a Bíblia, havia muitos lugares sobrando, porque um quarto dos “fiéis” havia se retirado.

 

Conheci outra igreja onde as caixas de som, bateria e outros instrumentos foram empurrando pouco a pouco o púlpito para um lado, até que o púlpito ficou em um cantinho escondido da plataforma de onde o pregador, após o show, enviava uns quinze minutos palavras triunfalistas para tentar captar um pouco a atenção dos ouvintes.

 

A Igreja de Jesus Cristo prima pela reverência. O comportamento no culto é impecável. Conheci uma igreja assim nos Estados Unidos. Vou descrevê-la:

 

Faltando uma meia hora para o culto começar não se via praticamente ninguém. Faltando uns dez minutos os carros começavam a chegar e, dentro de pouco tempo enchiam o estacionamento. A igreja se enchia rapidamente.

 

As crianças sentavam-se entre seus pais. Não se ouvia um sussurro, um cochicho, uma conversa. Ninguém ficava olhando para trás para ver quem estava chegando. Alguns permaneciam em oração enquanto outros meditavam na Palavra de Deus.

 

Na hora exata do culto ser iniciado um órgão começava a tocar o prelúdio. No púlpito um único irmão vinha à frente e convidava o povo para uma leitura da Palavra. Após a leitura era feita uma oração. Após a oração era anunciado o primeiro hino. Todos cantavam alegremente. Durante meia hora cantava-se um hino após o outro.

 

Talvez você já julgou esta igreja. Talvez já tachou-a de “tradicional” ou “fria”. Não, mil vezes não! Conheci, em minha longa vida, poucas igrejas pentecostais tão fervorosas, tão abençoadas, tão cheias do poder do Espírito Santo como aquela igreja.

 

Quando terminava o período de louvor o órgão tocava um hino sozinho. Os diáconos começavam a passar entre os bancos. Era o momento da oferta. Ninguém anunciava a oferta, ou dava ênfase à mesma. Simplesmente todos ficavam em profunda reverência, enquanto esta parte do culto era realizada.

 

Terminada a oferta o dirigente anunciava a mensagem. O pregador aparecia de um gabinete onde estivera meditando na Palavra, orando e se preparando para aquele momento.

 

Durante uma hora, uns dez minutos mais ou uns dez minutos menos, ouvíamos uma mensagem bem elaborada, madura, sem afetação, cheia de poder, realmente abençoada.

 

Ao término do culto, as pessoas dos bancos da frente saíam enquanto todas as demais esperavam e olhe que não era uma igreja pequena.

 

Daí iam saindo pouco a pouco, ordenadamente, até sair o último. Do lado de fora formavam duas filas e os que iam saindo depois, cumprimentavam todos.

 

Gostei muito daquela demonstração de reverência. Se em fábricas, escritórios, lojas e outros ambientes a ordem é exigida por que não fazer o mesmo na casa de Deus?

 

MAS, AFINAL, O

QUE É UMA IGREJA

NO RUMO CERTO?

 

1.     É a única instituição que Cristo prometeu edificar e abençoar.

2.     É o lugar onde se reúnem verdadeiros adoradores.

3.     É a mais preciosa assembléia da terra, porque Cristo a comprou com o seu próprio sangue.

4.     É a expressão terrena da realidade celestial.

5.     É o lugar onde temos a verdadeira fraternidade.

6.     É a plataforma de lançamento para a evangelização do mundo.

7.     É a que proclama e protege a verdade divina.

8.     É onde se forma e amadurece uma forte liderança.

9.     É o ambiente para a edificação e o crescimento do crente.


Autor: Paulo de Aragão Lins


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