A UTILIZACÃO DA TECNOLOGIA NA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E SUAS IFLUÊNCIAS PARA A MELHORIA DAS ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES RURAIS



Valdemir José Pires Barbosa[1]

As características do mundo globalizado somadas as diferentes mudanças organizacionais são fatores relevantes para uma análise mais profunda das atividades de uma empresa, sobretudo o grau de competitividade e produtividade que devem ser considerados como prioridades.

Para que uma empresa possa alcançar o sucesso desejado, ela precisa criar uma estabilidade financeira formando uma infra-estrutura planejada e controlada, as quais bem executadas se tornam fatores essenciais para a execução dos planos empresariais. Neste sentido para que uma organização possa inovar e criar mecanismos mais dinâmicos no contexto atual, ela precisa ter uma postura mais audaciosa, uma visão ampla para o futuro e uma eficiente aplicação dos recursos financeiros.

Este posicionamento inevitavelmente fará com que uma empresa navegue em águas menos turbulentas e possa sobreviver e crescer em um mercado altamente dinâmico. Uma das grandes preocupações que uma organização deve ter em tempos de economia globalizada é com o seu grau de competitividade organizacional. Si por um lado o mercado atual oferece oportunidades inéditas de prosperidade econômica, por outro, é extremamente exigente e desafiante, haja vista que no mapa competitivo as fronteiras simplesmente desapareceram.

Para Gitman (1997), a operacionalização mundial entre outras coisas, significa enfrentar riscos financeiros. A administração financeira deve se preparar para conviver com o mercado internacional, se preocupar com a obtenção de recursos monetários necessários para a manutenção, desenvolvimento e/ ou expansão da empresa no mercado e, por fim saber como proteger seus lucros das flutuações, das mudanças e de outros fatores inerentes à empresa. Até porque sem capital que atenda as suas operações, uma organização não terá como financiar seu crescimento, e sequer conseguirá sobreviver no mercado atual. Neste sentido a tecnologia se apresenta como uma importante ferramenta decisória, contribuindo para que a empresa desenvolva melhor as suas atividades, para que os custos sejam menores e os resultados melhores que os de seus concorrentes. Desta forma, os seus produtos ou serviços serão mais competitivos e de melhor qualidade.

Outro ponto que deve ser destacado é o papel das micro e pequenas empresas. Estas organizações que desempenham uma importante função para países como o Brasil, vêm enfrentando grandes dificuldades, principalmente em tempos de mundializaçao. Neste aspecto, se torna imperiosa a necessidade de criação de canais de acesso destas empresas ao mercado atual.

Esta mesma analogia pode ser considerada ao associativismo rural, que além dos seus aspectos típicos, requer o desenvolvimento de um suporte financeiro compatível com as necessidades deste segmento, o qual também envolve a motivação e maior interação dos próprios associados como mecanismo de inserção para enfrentar os desafios do mercado global. Considerando todos estes pontos, a tecnologia corresponde a um processo de desenvolvimento econômico, capacitação profissional e mobilização pessoal frente ao novo desafio da globalização. Por este prisma o leque de oportunidades pode ser maior e das dificuldades também, o que requer investimentos eficazes e maior interatividade no meio produtivo deste importante setor da economia Brasileira.

2. O QUE É TECNOLOGIA?

No censo comum, a tecnologia é vista como sendo a expressão material de um processo que se manifesta através de instrumentos, máquinas, entre outros, cuja suposta finalidade é melhorar a vida humana. Esta visão tem sido bastante difundida principalmente através dos meios de comunicação que constantemente divulgam produtos e serviços tecnológicos que vieram para facilitar o cotidiano das pessoas, promovendo conforto, eficiência e agilidade. É relevante destacar que a tecnologia também tem o papel de possibilitar o aumento da produtividade e da competitividade, melhorando o desempenho dos produtos e dos serviços. Sob este ponto de vista, a tecnologia foi apontada por Marx (1975) como uma das forças produtivas que juntamente com a força de trabalho garantem a produção de mercadorias em maior quantidade e em menor tempo e custo. Assim a comercialização proporciona a acumulação ampliada de capital e a reprodução do capitalismo.

Nesta perspectiva, a tecnologia é pensada de maneira a aperfeiçoar o processo produtivo de bens dirigidos ao mercado de consumo, o qual é conduzido à produção. Esta visão pragmática e utilitarista da tecnologia está bem presente em outras instancias da sociedade, tais como, órgãos do governo, institutos de pesquisa, escolas e instituições de financiamento para o desenvolvimento cientifico e tecnológico. No Brasil, por exemplo, o livro verde do Ministério da Ciência e Tecnologia (2001) conduz para o ponto que os paises em desenvolvimento vêm investindo na produção do conhecimento e inovação tecnológica pela percepção que este é o elemento central da nova estrutura econômica que está aparecendo e que a inovação é o principal veículo da transformação do conhecimento em valor.

A tecnologia vista como a aplicação de conhecimentos científicos, é outro significado que este termo recebe. De acordo com Varga (1994) o estudo ou tratado das aplicações de métodos, teorias, materiais e processos utilizados pela técnica (1994), ou ainda percebidos como um conjunto de atividades humanas, associado a um sistema de símbolos, instrumentos e máquinas visam á construção de obras e a fabricação de produtos. Para Ruy Gama "a tecnologia moderna é a ciência do trabalho produtivo". Segundo (Gama, 1987) a tecnologia está ligada somente ao sistema capitalista, visto que é por meio deste que se realiza o trabalho produtivo, isto é, o trabalho que produz um valor de mercadoria, que é convertido pelo o capital.

A tecnologia não é somente instrumental, mas passa a contemplar dimensões socioculturais envolvidas na produção. Esta concepção a centraliza como um fenômeno que se manifesta na sociedade moderna a qual tem se caracterizado pela existência do trabalho produtivo. O processo de humanização por si só, trás a produção de instrumentos que vêm para viabilizar o trabalho por meio de um conhecimento que pode ser considerado tecnológico, pois implica na solução de desafios permanentes. Para Bastos, tecnologia é a capacidade de perceber, compreender, criar, adaptar, organizar e produzir insumos, produtos e serviços. Em outros termos, a tecnologia transcende a dimensão puramente técnica ao desenvolvimento experimental ou à pesquisa em laboratório; ela envolve dimensões de engenharia de produção, qualidade, gerência, marketing, assistência técnica, vendas, entre outras, que a fizeram um vetor fundamental de expressão da cultura das sociedades (Bastos, 1998).

3. A TECNOLOGIA COMO AGREGAÇAO DE VALORES

Em tempos de globalização a tecnologia tem sido um fator determinante para aumento da competitividade. Uma empresa pode utilizar-se de inovações tecnológicas para melhorar os seus processos produtivos, ampliar o ciclo de vida dos seus produtos ou para alcançar maior eficiência operacional. Com a melhora do desempenho organizacional, uma empresa pode se tornar mais competitiva e apta a vencer os desafios impostos pela globalização econômica. Esta analogia deve ser considerada a organizações de diversos portes, mesmo porque o mercado mundial está mais integrado e dinâmico e a oferta de produtos e serviços de melhor qualidade se torna um fator vital.

As pequenas empresas não estão fora desse contexto, elas sofrem muito com a escassez de recursos financeiros. Neste sentido é importante que o governo estimule a capacidade tecnológica destas empresas através de financiamentos, o que a médio e longo prazo pode se converter em maior rentabilidade, diminuição dos custos produtivos e capacidade da empresa em honrar os seus compromissos.

O financiamento em longo prazo possibilita tempo suficiente para as pequenas empresas atingirem seus objetivos e para que possam gerar os resultados desejados. O sucesso destas organizações não está somente na diminuição dos custos, até porque a falta de inovação de diversos segmentos levaram muitas organizações a fechar suas portas e até mesmo a deixarem de existir. Pode-se atribuir este fato como sendo um dos fatores de fracasso de muitos setores produtivos por não terem promovido o aperfeiçoamento tecnológico necessário. Desta forma, além da visão global, o estímulo ao crescimento das pequenas empresas é essencial, haja vista que os acontecimentos do mundo atual afetam os rumos e estratégias dos negócios e podem inclusive inviabilizá-los caso as empresas não estejam preparadas para reagirem concretamente aos desafios que se apresentam.

Paradoxalmente a grande realidade brasileira, algumas organizações agrárias, inclusive as de pequeno porte, têm conseguido alavancar crescimento financeiro. Este resultado pode ser atribuído à ação integralista adotada por muitos produtores que de forma associada investiram em tecnologias como, por exemplo, tanques de resfriamento e técnicas modernas de produção mesmo sendo pequenos proprietários rurais. Esse avanço tecnológico é resultante da sinergia do trabalho e conscientização competitiva dos produtores e do apoio financeiro através de financiamentos. De acordo com Keynes, cabe ao governo financiar parte destes empreendimentos, com o objetivo de satisfazer os interesses sociais, proporcionando grandes impulsos de desenvolvimento e agregação de valor ao produto.

Ao se projetar à visão de uma ou mais empresas, referindo-se neste caso as associações, o crescimento sustentável e da competitividade são pontos muito relevantes. Os esforços conjuntos de todos os associados devem funcionar como um fio condutivo na produção, eliminando os custos desnecessários, buscando maior maximização do lucro e aumentando o valor para o cliente final. O valor percebido pelo cliente surge naturalmente, uma vez que a tecnologia tenha sido usada como ferramenta decisória e que os recursos financeiros tenham sido investidos de forma estratégica.

Hoje em dia o consumidor está cada vez mais exigente devido a grande diversificação de produtos e serviços. Buscar uma aproximação com o cliente final é ponto relevante para o sucesso de qualquer empresa. Conhecer os seus desejos é fundamental, definir qual produto ou serviço vai corresponder com a sua demanda, também é outro ponto importantíssimo.

Sendo assim, a tecnologia utilizada nos processos produtivos do setor agrário projeta a longo prazo na criação de novos valores substanciais ou até mesmo radicais para os clientes e para as empresas. Isso acontece por meio da alteração dramática de uma ou mais dimensões dos sistemas de negócios existentes ou pela criação de sistemas completamente novos, os quais dimensionam uma situação de maiores riscos e êxito quando se fala em retorno financeiro.

Dessa forma a tecnologia promove a mudança dos processos internos e influencia nos processos externos, cujas características o cliente vê e sente, ou às vezes sabe que está acontecendo. Sua eficiente utilização faz com a empresa se destaque como inovadora não somente do ponto de vista tecnológico quando os processos ou os produtos são alterados, más também quando ocorre a interação da empresa com o cliente, o qual percebe muitos valores através de múltiplos aspectos.

4. A RELAÇÃO DA TECNOLOGIA COM A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Se por um lado há a necessidade de que as empresas façam um planejamento e definição de estratégias de atuação no mercado, por outro existe a necessidade que sejam despendidos recursos financeiros para aplicação em fatores tecnológicos. Com isso uma empresa espera aumento da produtividade e do lucro, até porque a sua continuidade depende do retorno financeiro e de políticas de desenvolvimento eficazes. Alem disso, uma organização sempre tem como meta aumentar a receita e diminuir os custos de produção. Por esta ótica a tecnologia é essencial para que uma empresa possa aumentar o seu grau de competitividade. Pode se perceber que a incorporação da tecnologia tem uma relação direta com os recursos financeiros, pois ao definir sobre sua utilização espera-se minimização dos custos de produção e retorno financeiro. Neste aspecto os recursos financeiros precisam ser racionalmente bem aplicados como medida preventiva de gastos desnecessários.

Pode-se observar que com uma eficiente aplicação dos recursos financeiros e decisões tomadas corretamente, a empresa está apta a alcançar o grau de sucesso desejado. Fica claro, portanto, que a tecnologia possui estreita relação com a administração financeira, pois quando as empresas aplicam seus recursos de forma planejada em fatores tecnológicos, o aumento da produtividade, a agregação de valor e a redução dos custos operacionais são alcançados.

5. A APLICAÇAO DA TECNOLOGIA COMO RETORNO FINANCEIRO

Quando se fala em avanço tecnológico na economia, pode-se observar que alguns pontos são essenciais para uma melhor caracterização. O melhoramento, a experiência e o desenvolvimento de novas máquinas são fatores que podem explicar o desempenho produtivo e por conseqüência o lucro de diversas organizações.

No setor produtivo da agroindústria, os micros produtores rurais que compõem associações têm conseguido aperfeiçoar dia a dia o processo de produção, agregação de valor ao produto e melhor comercialização. Primeiro porque a tecnologia tem diminuído os custos e os preços das atividades laborais das pequenas propriedades rurais. Segundo porque, com o ingresso dos pequenos produtores no associativismo e a adesão a fatores tecnológicos, tanto o desenvolvimento do setor quanto o bem estar social do produtor são obtidos.

É importante ressaltar que as pequenas propriedades rurais com a abertura econômica do Brasil na década de 90 passaram a enfrentar forte concorrência de grandes empresas que já haviam incorporado a tecnologia nos seus processos produtivos. Essas pequenas empresas em tempos de economia globalizada são constantemente submetidas a elaborar estratégias eficazes para vencer os desafios atuais, como a forte concorrência dentre outros fatores.

A tecnologia utilizada pelas grandes empresas requer alto grau de pesquisas e investimento, o que implica planejar estrategicamente a aplicação dos recursos. Isso também tem ocorrido com as micro e pequenas empresas. Os altos riscos que o mercado impõe e a dificuldade de acesso quanto aos recursos financeiros, cujo mercado de capitais é muito difícil, é outro grande desafio para estas organizações. Mesmo não dispondo de recursos que vão de encontro com suas necessidades, é evidente que o investimento em tecnologia é um mecanismo importantíssimo para a sobrevivência do setor produtivo rural e para que as pequenas propriedades rurais inseridas em associações possam obter retorno financeiro.

Em se tratando de economias como a do Brasil, o setor agroindustrial é o principal vetor de crescimento econômico. Neste sentido as pequenas empresas rurais têm sido uma cadeia muito contributiva para esse crescimento. A boa aplicação dos recursos e investimentos eficazes em fatores tecnológicos tais como (melhoramento genético, tanque de resfriamento, etc) bem como, maior eficiência e qualidade do produto e do serviço oferecido se tornaram requisitos fundamentais no meio produtivo para aumento da competitividade. Um grande exemplo está na cadeia produtiva do leite, onde o nível tecnológico, caracterizado pela produção leite/quantidade/ano, é um fator importante no retorno econômico e está diretamente relacionado ao sistema de produção.

Os produtores que se antecipam em inovação e na expansão de empreendimentos com redução dos custos, tendem a ganhar mais obtendo maior margem de retorno do capital investido. A partir dos resultados dos custos de sistemas de produção, pode ser observado que os sistemas mais tecnificados na produção do leite são mais rentáveis que os de nível tecnológico inferior (Konzen 1998).

Para melhor caracterizar o exposto acima, os preços do leite in natura e do leite armazenado em tanques de resfriamento são diferentes conforme esta tecnologia é utilizada. Sintetizando este exemplo, uma associação de micros, pequenos e médios produtores rurais foi escolhida. Neste caso a Aprosant localizada em Ipameri estado de Goiás, a qual tem uma produção de leite de mais ou menos 3.030 litros/dia de 22 associados.

Para a demonstração e comprovação da importância tecnológica, foram escolhidos 4 proprietários rurais desta associação, denominados "A","B", "C" e "D" os quais têm uma produção de leite de 200 litros/dia cada um, ou 73.000 litros/ano, já que não foi instalado um tanque de resfriamento central ainda.

Exemplificando o exposto acima, o preço de um litro de leite tipo "c" armazenado em latão é em media R$ 0,42, o que significa que um produtor que não utiliza a tecnologia neste caso tanque de expansão vai ganhar ao final do período R$ 30.660,00 pela produção anual. Já para o leite produzido e armazenado no tanque de resfriamento a media é de R$ 0,47 o litro, ou seja, R$ 0,5 de diferença. Assim sendo, o produtor vai ganhar ao final do período R$ 34.310,00 pela produção anual, o que totaliza R$ 3.650,00 de diferenciação quando se utiliza a tecnologia em questão.

Essa diferença pode ser observada conforme é pago aos produtores rurais por uma empresa de captação deste produto, Laticineos Carvalho LTDA com sede no município de Ipameri estado de Goiás.

Já que se trata de micros e pequenos produtores que na maioria das vazes não têm disponibilidade de recursos financeiros para fazer os investimentos necessários. O financiamento deste tipo de tecnologia por parte do governo ou de outros órgãos como discutido anteriormente é vital para que estes produtores possam ter acesso ao tanque de resfriamento que é à base do exemplo.

De acordo com a mesma empresa de captação de leite, Lacticínios Carvalho, a qual financia a aquisição deste tipo de tecnologia para os produtores rurais da região, segue o levantamento dos custos de implantação, tempo para fazer o pagamento, juros, etc.

Quadro 1: Financiamento de um tanque de resfriamento capacidade 1000 litros valor R$ 10.000,00 (Laticínios Carvalho LTDA) Ipameri – Goiás.

      Parcelas

tempo

Taxa de juros

    Total  R$

          8

8 anos

3% al ano

 

1ª parcela R$ 1.250,00

1º ano

R$ 300,00

R$ 1.550,00

2ª parcela R$ 1.250,00

2º ano

R$ 262,50

R$ 1.512,50

3ª parcela R$ 1.250,00

3º ano

R$ 225,00

R$ 1.475,00

4ª parcela R$ 1.250,00

4º ano

R$ 187,50

R$ 1.437,50

5ª parcela R$ 1.250,00

5º ano

R$ 150,00

R$ 1.400,00

6ª parcela R$ 1.250,00

6º ano

R$ 112.50

R$ 1.362,50

7ª parcela R$ 1.250,00

7º ano

R$ 75,00

R$ 1.325,00

8ª parcela R$ 1.250,00

8º ano

R$ 37,00

R$ 1.287,00

 

 

 

Total R$ 11.349,95

Fonte: Dados da pesquisa

Este simples demonstrativo evidência que, para os produtores rurais da associação acima referida, a tecnologia é um bom negocio como retorno financeiro, pois o tanque de resfriamento do leite com capacidade de armazenagem de 1.000 litros/dia, é pago pela compra R$ 11.349,95 ao final de 8 anos, o que corresponde a parcelas fixas de R$ 1.250,00 mais taxa de juros de 3% ao ano, conforme mostra o quadro acima.

A partir do momento que o produtor decide utilizar a tecnologia, ele já está ganhando, primeiro porque o retorno financeiro de R$ 3.650,00 anual supre a parcela do financiamento que no primeiro ano é de R$ 1.550,00 já acrescidos juros de 3% ao ano, depreciação, e custos fixos, tais como assistência técnica, limpeza e eletricidade que é de mais ou menos R$ 930,00.

Investir em fatores tecnológicos traz muitos benefícios, como retorno financeiro e maior eficácia operacional. A tecnologia do tanque de expansão para pequenos produtores rurais além de útil está bastante acessível como pode ser comprovado, já que a parcela do financiamento do primeiro ano é de R$ 1.550,00 mais os custos fixos e depreciação que anualmente é de mais ou menos R$ 930,00, o que totaliza R$ 2.480,00 ao ano, dividido pelos os quatro produtores denominados "A", "B", "C", "D". Este total corresponde a R$ 620,00 como obrigação para cada produtor fazer o pagamento do financiamento no primeiro exercício.

Levando-se em conta o que ganham os produtores rurais com o uso da tecnologia e o que têm como custos, é de imediato o retorno financeiro. Neste aspecto um número cada vez maior de produtores tem incorporado fatores tecnológicos nos processos produtivos, quando todos os benefícios que podem ser obtidos como agregação de valor, minimização dos custos e maximização do lucro passam a ser considerados.

6. CONCLUSÕES FINAIS

Em tempos de globalização e alta tecnologia, muitas reflexões foram realizadas, sobretudo a partir dos anos 90, no sentido de indagar se já tínhamos de fato elementos drasticamente diferentes da visão liberal da riqueza, como nos ensina Adam Smith, que nos autoriza a desenhar a nova fase da circulação de bens e serviços do capitalismo como uma "nova economia".

Quando usamos expressões e conceitos como tecnologia e volatilidade financeira, entre outros, estamos lhe dando com novos ambientes e diferentes modos de viver, operar e realizar transações comerciais. Falamos, por tanto, de uma economia e sociedade muito diferentes. Como articular, ainda, esses fenômenos com traços comuns da economia tradicional, a figura da escassez dos fatores de produção, terra, capital e trabalho?

As novas tecnologias têm incrementando o bem estar social a níveis sem precedentes. Ainda, somos seres humanos altamente imperfeitos, com necessidades ilimitadas, e recursos disponíveis por um lado e restritos por outro. Diante da dimensão dos nossos desejos, a tecnologia parece somente sofisticar nossa propensão "sempre querer mais", mesmo que no universo virtual que envolve um novo tipo de tecnologia de alto valor agregado, más intrínseco a natureza humana.


7. Referências Bibliográficas

BASTOS, João Augusto de Souza L A. Educação Tecnológica: conceitos, características e perspectivas In: REVISTA TECNOLOGIA E INTERAÇÃO. Curitiba: CEFET - PR, 1998.

GAMA, Ruy. A tecnologia e o trabalho na história. São Paulo: Nobel: Editora da Universidade de São Paulo, 1986.

FLEURIET, M. A dinâmica financeira de empresas brasileiras. Belo Horizonte, fundação D. Cabral, 1980.

GITMAN, LawrenceJ. Princípios de Administração financeira. Tradução por Jean Jacques Salim, João Carlos Douat. São Paulo: Harbra, 1997. Tradução de: Principles of Managerial Finance.

KEYNES, John Maynard – A teoria geral do emprego, do juro e da moeda.Tradução de Mario R. da Cruz São Paulo: Atlas, 1982.

MARX, Karl. O Capital. Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.

SILVA, C.G. e MELO L.C.P. (coordenadores) Ciência, Tecnologia e Inovação: desafios para a sociedade brasileira. (Livro Verde). Brasil: Ministério da Ciência e Tecnologia/ Academia Brasileira de Ciências, 2001.

KONZEN, O.G. Modernização e competitividade entre sistemas na produção de leite. Revista de Economia e Sociologia Rural, v.36, n.1, p.105-125, 1998.

VARGAS, Milton. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo: Alfa-Ômega, 1994.

Curriculum Vitae




Autor: valdemir pires barbosa


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