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O ser humano precisa de símbolos e de objetos simbólicos, precisa da religião, precisa de Deus. Por outro lado, vivemos num mundo onde essas realidades vinham sendo deixadas de lado. A modernidade trouxe grandes benefícios para o homem. Isso é inegável. Mas a vida moderna afastou as pessoas das coisas simples, de um tipo de vida simples, inclusive da religião. A vida nas cidades grandes mudou drasticamente o comportamento do ser humano de tal forma que os símbolos e aqueles artefatos religiosos que nos remetem ao transcendente, foram sendo deixados de lado.

Mas a modernidade não conseguiu tirar a necessidade de Deus do coração do homem. Por isso, assistimos a um renascimento da fé. Assistimos a uma feliz renovação da religião. Uma religião que realmente nos “re-liga” a Deus. E esta “re-ligação” vem acompanhada dos artigos religiosos que fazem parte do universo religioso das pessoas. O povo quer manifestar sua fé também através dos artefatos religiosos. Isso é uma bênção.

Hoje assistimos ao aparecimento de uma gama enorme de artigos religiosos. O mais bonito, porém, é que eles não estão aparecendo no comércio simplesmente pelo comércio e nada mais. Não. Eles estão ressurgindo como conseqüência da renovação da fé, da religião, da esperança. A fé está sendo mais bem vivida nas comunidades, melhor compreendida. A Igreja Católica, graças a Deus, conquistou um bom espaço nos meios de comunicação. Tudo isso faz com que as pessoas voltem a querer manifestar sua fé. Aí entram os artigos religiosos. O grande número deles na atualidade mostra que a fé está ressurgindo e com força.

E uma característica interessante dos artefatos religiosos modernos é que grande parte deles são bonitos, são bem feitos, bem fabricados, projetados com bom gosto. Alguns são verdadeiras jóias religiosas, o que confere ao artefato toda a dignidade que ele merece. Isso pode não parecer, mas é muito importante. Um artigo religioso “feio” torna-se um triste símbolo de fé, cria um “quê” de algo desagradável. Deprecia o que ele representa.

Porém, é preciso ter cuidado. Se essa tendência humana natural for mal orientada, aparece o risco de confusão e desvirtuamento do verdadeiro sentido dos símbolos em nossa vida. E isso não é bom. Os artigos religiosos podem se transformar em simples objetos sem valor transcendente ou em amuletos, objetos com “poderes mágicos”. Temos que ter cuidado para não cair em nenhum desses extremos.

Os artefatos religiosos são objetos importantes em nossa vida. Eles nos relembram nossa fé, ajudam a testemunhar essa fé para os outros e têm valor sentimental e espiritual para nós que cremos. Mas eles não têm poderes mágicos nem são amuletos que usamos para “dar sorte”.

Os objetos religiosos merecem respeito e não podem ser tratados como qualquer coisa, porque eles não são qualquer coisa. Eles são objetos de devoção. E, por serem objetos de devoção, eles são queridos e respeitados por aqueles que os usam. Alguns artefatos religiosos, como os escapulários, por exemplo, são chamados na Igreja de “sacramentais”. Isto quer dizer que eles são “sinais” da presença de Deus, da fé, do transcendente. Mas se eles forem usados sem esta consciência, eles perdem o valor espiritual que carregam.

Esta meditação nos faz compreender que, para carregar um artigo religioso com toda a dignidade, precisamos conhecê-lo, saber o que ele significa, saber o que ele representa e procurar viver esta realidade em nossas vidas. Se fizermos isso, daremos um salto em nossa vida espiritual. Se não fizermos, perderemos uma grande oportunidade de crescimento. Através dessa consciência, os artigos religiosos católicos, os escapulários, os presentes religiosos, os presentes católicos ganham um sentido muito mais profundo. Sentido de manifestação da fé, sentido de devoção, sentido de oração, sentido de espiritualidade, de transcendência, de simbologia e de beleza.