Boa notícia: cai o número de pobres no Brasil



Boas notícias devem ser sempre comemoradas. Ainda mais quando o “cenário atual” não é lá muito alegre. Uma ótima notícia foi anunciada no dia 20 de maio.

Segundo o estudo inédito, a pobreza nas seis regiões metropolitanas do país, ao contrário do que se esperava, não vem aumentando desde o início da contaminação do Brasil pela crise internacional.

Pelo contrário, registra-se, inclusive, a continuidade, até o mês de março de 2009, de sua queda. O dados foram apresentados  21º Fórum Nacional, no Rio, com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

O fato é que apesar da atual crise econômica global, cerca de 316 mil brasileiros saíram da linha da pobreza entre outubro do ano passado e março deste ano, segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo a pesquisa, nesses seis meses, 315.921 brasileiros deixaram a condição de pobreza nas seis maiores regiões metropolitanas do país --São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, o estudo destaca os principais elementos que podem estar contribuindo para que a pobreza persiga, pelo menos até o momento, trajetória distinta da verificada em outras circunstâncias de crise econômica.

Esse desempenho é inédito no Brasil, já que, nas outras grandes crises das últimas décadas, a pobreza subiu muito.  De acordo com o Ipea, em outras crises, o contingente de pobres aumentou.

Segundo o estudo apresentado, houve um aumento do número de pobres de 6,7 milhões na crise da dívida externa em 1982 e 1983; de 3,9 milhões no pico da hiperinflação e no plano Collor, em 1989 e 1990; e de 1,9 milhão na crise da desvalorização do real, em 1998 e 1989.

Entre 1998 e 1999, o número de pobres avançou no Brasil em 1,9 milhão.

Em março de 2002, outro momento em que o país atravessava uma crise econômica -em meio à eleição que levou o presidente Lula ao Palácio do Planalto-, o nível de pobreza era de 42,5% do total da população das seis regiões metropolitanas pesquisadas, afirma o Ipea.

Pelos critérios do Ipea, órgão ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, está abaixo da linha da pobreza quem tem rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo. Segundo o Ipea, a taxa de pobreza nessas seis regiões em março deste ano ficou em 30,7%, o que significa um recuo em relação aos 42,7% no mesmo período de 2004, ano em que esse número deixou de crescer no país.

Essa marca corresponde a 1,7 ponto percentual menor que a registrada em março do ano passado, o que representa uma redução de 670 mil pessoas na condição de pobreza. A pesquisa mostra que, em outubro de 2008, havia 14,574 milhões de pobres dentro desse critério. Em abril agora, eram 14,258 milhões.

Entre as possíveis explicações para a recente trajetória da pobreza metropolitana, diversa de outros períodos analisados, encontram-se as políticas públicas. A elevação do valor real do salário mínimo e a existência de uma rede de garantia de renda aos pobres contribuem decisivamente para que a base da pirâmide social não seja a mais atingida, conforme observado em períodos de forte desaceleração econômica no Brasil.

Concorde-se ou não com a política assistencialista do atual Governo, a questão é que ela pode realmente estar ajudando os menos favorecidos...

E como eu disse no início desse artigo: boas notícias devem ser comemoradas, venham elas de dentro do Bolsa Família, ou não.

Bibliografia:
Jornal de Brasília de 20 de maio de 2009
Jornal O Estado de S. Paulo de 20 de maio de 2009
Jornal Gazeta Mercantil de 20 de maio de 2009
Jornal O Diário do Nordeste de 20 de maio de 2009
Jornal Correio Braziliense de 20 de maio de 2009

Autor: Alexsandro Rebello Bonatto


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