No espelho!



Não há mais dias de trovões(talvez nublados!), as pedras parecem mais de areia do que do cascalho duro de nossas ruas esburacadas e o frio por um momento sucumbe perante ao cobertor macio de cheiro singular forte e suave ao mesmo tempo mas de um frescor aquecedor que somente os sentimentos podem proporcionar. Não há mais dias de paredes brancas
tentando manter um diálogo sobre o quanto já se passou desde a ultima vez que alguém sem tinta falara algo comigo, também não existem mais os epílogo acalorados sobre a fossa ou o desconforto de lutar sozinho em batalhas épicas contra o que me rege, me motiva! Agora só o caminho rentilineo sem curvas ou obstáculos épicos não por que eles tenham sumido, apenas fui eu que cresci demais para que qualquer tipo de pormenor me atrapalhasse.
É difícil de transpor em palavras. Li esses dias que é mais fácil
retratar uma pessoa em total desespero do que alguém na plenitude da felicidade. Agora percebo que era alguém infeliz! Por mais que sinta falta de algumas coisas que "possuía" antes ainda assim  sempre faltava algo que agora claramente vejo: faltava alguém! Pena que no meio do caminho perdi um pouco do meu EU escritor, pois a dor da incerteza era seu combustível e através dele surgia o paradigma que em uma espécie de transe se transformava em, parafraseando um amigo, "uma prosa poética".
Mudar é sempre difícil! Cheguei inclusive a pensar que só conseguia escrever pois meus sentimentos eram inquietantes, mas sempre falava pra mim mesmo que aquilo tudo era a retratação do meu EU escritor e esse personagem por mim descrito era bem exagerado. Ledo engano! Eu realmente sofria! E isso alimentava minha criatividade a um ponto de que brincar com as palavras me dava um prazer que não sentia continuamente. Até que em um momento esse EU maníaco-depressivo da lugar a um centrado, feliz  e principalmente "preenchido" por sentimentos que além de serem pulsantes funcionam como um verniz: as coisas que me esperam, cercam , não importam mais pois eu as vejo agora sem nenhuma mascara!
Qual a ultima vez que você se olhou no espelho? O que você vê? Foi isso que me perguntei nesses últimos meses ao tentar entender por que as palavras que sempre me acompanhavam agora fugiam; onde estavam as referencias históricas ou citações inerentes das horas de experiências culturais. Isso acabou! Pelo menos essa forma de encarnar se foi, agora é só um personagem não mais um EU, apenas um livro que guardo em uma estante em meu cérebro para poder acesa-lo quando necessario.
A ação de meu novo personagem agora se concentra em encontrar sua verdadeira identidade que por ser nova ainda não está presente na sua face no espelho em que se vê. Ele apenas sorri como se tudo não passasse de um grande romance sobre como ele consegue se enxergar e ser enxergado de tantas maneiras, então ele apenas sorri pois como ele reflete em um espelho ele apenas diria: "Depende de onde você me olha!".
Autor: Phelipe Fabres


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