FILHOS OBSERVADORES



 

FILHOS OBSERVADORES

 

Todos os dias ele chegava em casa, abraçava o filho e o convidava para sairem juntos. Abraçados paravam no botequim na esquina da casa em que moravam e lá encontravam  os amigos de sempre. Pedia um guaraná para o filho e uma cerveja bem gelada para ele. Enquanto jogava buraco, o filho estava sempre pertinho observando os atos do pai. Quando ganhava sorria e cantava, quando perdia xingava e ficava furioso.

Nos fins de semana, iam para a praia “apreciar as meninas” era assim que ele falava para o filho, e sempre com gírias e frases galanteadoras ensinava o pequenino como conquistar uma mulher.

Entre ensinamentos, fazia um estilingue e ensinava-o a matar os pombos.

Homem,  tem que ser forte e aprender com a vida, nunca apanhar, sempre bater e tirar vantagem de toda e qualquer situação seja ela qual for.  Era sempre o que dizia ao filho.

No domingo resolveu levar o filho ao cinema. O filme era permitido para maiores de doze anos. Ele disse ao filho... Não tem problema, faz de conta que você tem doze anos, nós não podemos é deixar de assistir ao filme. E foi assim, dessa forma que ele sentia-se um ótimo pai que estava sempre presente na vida do filho.

O telefone toca,   ele pede ao filho para dizer que não está. Pode ser alguém querendo cobrar alguma dívida de jogo.   

Um dia na reunião de pais da escola, fez uma lista de reclamações para deixar bem claro   que  não adimitia que alguém chamasse a atenção de seu filho (afinal ele estava pagando). Seu filho era incapaz de fazer bagunça, de brigar com algum colega, de tirar notas baixas, de sair de sala sem avisar a professora, enfim... seu filho era o máximo,  incapaz de errar.

Bem, estamos presenciando essas cenas na novela que está em cartaz, e aí verificamos que na maioria das vezes não é a presença e a relação com  o pai que contribui para uma boa educação, é necessário que esse pai tenha capacidade para educar e discernir o certo do errado. É preciso que saiba que todos erramos e  que aprendemos com nossos erros.

A criança precisa de um parâmetro para seguir, mas de alguém que seja eficaz e correto. Hoje presenciamos  cenas das familias que exigem um filho imaginário, mas repassa ensinamentos sem qualquer eficácia. Precisamos pensar nos nossos valores, conceitos, exemplos e éticas. Para educar precisamos estar ciente de que é necessário sabedoria e doutrina pois nem todos estao em condições de exigir de uma criança aquilo que ela é incapaz de doar.

Os pais precisam ser educados para só assim repassarem  para os filhos.

Um sujeito honesto, trabalhador, educado,  com certeza faz a diferença na educação de seu filho.

Cuidado. Pois essa criança será o adulto que cuidará de você amanhã.

 

Edna Maria de Almeida Santos Paixão

Pedagoga, Psicopedagoga, Diretora do Centro Educacional André Luiz

 

 

 

 

 

 


Autor: EDNA PAIXÃO


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