RESENHA DA OBRA LITERÁRIA: MANIFESTO COMUNISTA DE MARX E ENGELS



Edson Vando de Souza Morais

Graduando do 9� Período de Pedagogia Licenciatura Plena.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Educaçção da Baixada Fluminense

RESENHA DA OBRA LITERÁRIA: MANIFESTO COMUNISTA DE MARX E ENGELS

Esta obra literária que perpassa os séculos foi encomendada a dois intelectuais comunistas, que são sem dúvidas umas das figuras mais importantes da ideologia comunista científica, ou seja, Marx e Engels. A mesma foi constituída pelas múltiplas aglutinações de idéias e ideais críticos que transitavam no mundo da revolução da época. Nessa literatura são encontrados profundos conhecimentos científicos econômicos para um maior entendimento de futuras modificações, nos meios sociais, não tão longínquas. Tendo como um dos objetivos centrais "o chamamento" convocando os proletariados para a luta.

Com uma organização, aparentemente, simplista a obra Manifesto Comunista foi dividido em três partes, que são: uma concisa introdução, três sucintos capítulos e uma curta conclusão. Mas, com profundos saberes em suas entrelinhas que eram e são necessários para o desenvolvimento do senso crítico dos atores ativos e políticos que formam a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir (MARX & ENGELS, 1848. p. 01.), ou seja, os proletariados. Vejamos um breve resumo sobre o que tratam essas partes.

Na introdução é problematiza o profundo abalo que o movimento comunista causa nas bases das classes dominantes representadas, no momento, pela a consagrada Igreja Católica, a crescente e emergente burguesia e seus dirigentes políticos. Diante de uma situação de temor esses distintos dirigentes intelectuais uniram-se formando uma nova força ideológica para silenciar e acabar de vez com rival, que começou a abrir os olhos dos que eram vítimas do status quo com as várias explorações. Fazendo surgir na classe pobre e trabalhadora o senso crítico como atores políticos no mundo em que vivem. Questionando sempre essa imposição que excluía (e exclui) economicamente os mesmos. Nesse contexto, é possível perceber o comunismo como uma estratégia política de luta entre as classes que expõe as suas ideologias comunistas através das questões econômicas explorátivas. É importante salientar, que em Marx e Engels a sociedade se dividiu de maneira histórica e econômica em duas grandes classes opostas, a burguesa e proletária. E por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado (MARX & ENGELS, 1848. p. 01.). Essas classes se formam com a junção de seus atores, por situações econômicas e interesses semelhantes.

No primeiro capítulo uma luta ideologia entre duas classes sociais é narrada e contextualidade através da historicidade e dos saberes científicos econômicos com a utilização, estratégica e metodológica, do passado remoto das civilizações antigas até a contemporaneidade moderna da época. O acumulo do capital primitivo através das colonizações e explorações é uma das voltas ao passado para a compreensão do presente, economicamente falando, entrelaçando os continentes africano, americano e asiático. Esses intelectuais comunistas com uma visão macro e complexa sobre as metamorfoses industriais burguesas centram-se em descrever, nesse capítulo, as suas adaptações e possíveis conseqüências no mundo. Anunciando, ainda que brevemente, os intensos indícios da mundialização. Tudo isso, é analisado e discutido a partir de aspectos históricos que os avanços tecnológicos estavam seguindo.Como, por exemplo, a magnitude territorial que o comércio (com suas relações de troca originando cada vez mais lucratividade) estava tomando, as novas tecnologias que as grandes navegações obtinham com o passar do tempo e os muitos meios de comunicações que se aperfeiçoavam de acordo com a necessidade emergente da prevista muldialização. Nessa obra pode-se prever o tamanho do grandioso iceberg que o capitalismo se tornaria, com forças nunca pensadas e imaginadas antes. Tais perspectivas de explorações capitalistas alimentam e aumentam a, tão almejada, revolução social.

No segundo capítulo é trabalhado o papel político social dos comunistas e dos proletariados juntos em um mesmo ideal, as desmistificações em relação ao movimento revolucionário comunista, que já se estendia, por todo o continente Europeu. São sugeridas possíveis sugestões, que poderiam ser tornar real com as práticas dos proletariados. É importante salientar, que no sistema econômico socialista ainda existiria a divisão de classes, mas com o chamamento e vitória dos proletariados a desigualdade econômica e a exploração acabariam, então até essa pequena divisão de nomenclaturas "comunistas e proletariados" se extinguiria, já que ambos fazem parte do mesmo partido político, ou seja, todos seriam comunistas. Ainda nesse capítulo é problematizada a exploração que o capitalismo obtém com a utilização das mãos de obras baratas que são as crianças e as mulheres dos proletariados da época. Nesse documento a existência e a importância da minoria (crianças e mulheres) é apresentada e discutida de forma crítica e reflexiva. Todos pais, mães e filhos trabalhando pela sobrevivência e para o sustento econômico do lar, em terríveis condições de higiene nos interiores das diversas fábricas. Destruindo as relações familiares, através das excessivas jornadas de trabalho exploratórias. Com as adaptações políticas a educação, dos mesmos, é quase que inexistente, ou seja, uma presença-ausente na sociedade da época e através do primor que é essa obra, uma educação pública e gratuita é defendida a todas sem distinções principalmente entre o campo e a cidade.

Já no terceiro capítulo, é aprofundada uma discussão sobre os três tipos de socialismos que se originaram com o passar do tempo naquela época. São eles: o reacionário, o conservador-burguês e crítico-utópico[1]. Essa pequena análise que Marx e Engels traz das correntes socialistas é conseqüência do marco temporal e local que cada um tomam, pois alguns perdem a sua real significância, reproduzindo, em suas essências de alguma forma, a reprodução social que conseqüentemente a exploração, também, estará agregada. E se os ideais comunistas fossem co-habitado, podemos perceber esse fenômeno nos diferentes tipos de socialismo da época, a revolução não traria a vitória aos proletariados.

Na pequena conclusão o chamamento é reforçado, com a expressão "proletários de todos os paises, uni-vos", ressalta a importância crítica de um movimento em que todos os explorados economicamente que necessitavam realizar o quanto antes, já que a exploração do capitalismo crescia a cada momento, tornando-se a cada dia mais perverso em suas raízes. Com isso, a vida dos proletariados tornava-se mais precária com o passar dos dias.

Nessa grandiosa odisséia que é o Manifesto Comunista, a cada parágrafo lido, com as distintas subjetividades a cada releitura, pode-se perceber o grande oceano que as suas entrelinhas possuem. No entanto, essa resenha nada mais é do que a uma partícula da água desse tão complexo oceano. Com as conseqüências identificadas no passado moderno referente ao capitalismo tornam-se bastante atuais no nosso presente pós-moderno. Porém, temos plena consciência que ao transpormos, literalmente, essa obra para a nossa atualidade corremos o risco de cair nas artimanhas capitalistas, já que as mesmas se adaptam para sobreviver e se legitimar como estratégias políticas e econômicas em um sistema econômico majoritário e opressor com a sua ditadura, que faz do capitalismo sempre mais selvagem. Mas, contextualizar historicamente e negociar com a realidade pós-moderna é um ato político e necessita acontecer em cada subjetividade literária. Todavia, compreendendo o Manifesto Comunista e atrelá-lo a outras obras de Marx e Engels para que as análises não sejam vazias e sem significados como os diferentes tipos de socialismo, anteriormente, expostos. Toda obra de cunho marxista é necessário uma releitura contínua para o aprimoramento intelectual e político contra o opressor capitalismo. Para que um dia esse império legitimado por anos possa cair por terra e outro sistema econômico mais humano e justo possa reinar e garantir a igualdade a todos, abrangido todos os aspectos sociais.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARX, K. & ENGELS, F.Manifesto Comunista. Cultura Brasileira versão em pdf. Disponível em: <www.culturabrasil.pro.br/manifestocomunista.pdf> Acessado: 09 de fevereiro de 2009.




Autor: Edson Morais


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