A Exigência Do Mercado De Trabalho Para Profissionais De Tecnologia Da Informação



A EXIGÊNCIA DO MERCADO DE TRABALHO PARA PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

MATTOS, Fernando1

1. Aluno do Curso de Sistemas de Informação da Faculdade de Informática de Presidente Prudente da Universidade do Oeste Paulista.

Resumo

O presente artigo, teve como objetivo central analisar o mercado de trabalho e suas exigências para os profissionais de tecnologia da informação. Analisa a vida de crianças que perdem boa parte da infância em estudos, por causa da cobrança pais que observam a exigência do mercado de trabalho por profissionais altamente capacitados. Descreve e classifica o mercado como uma entidade que vende os produtos na base da troca, onde o cliente paga e obtém o produto que deseja. Analisa concorrência e a dificuldade de manter uma empresa ativa e a estatística de empresas que abriram e fecharam as portas no ano de dois mil e quatro. O mercado de trabalho competitivo e as características e habilidades observadas e necessárias para brigar por uma boa vaga de emprego em empresas de médio e grande porte. O perfil dos profissionais da área de tecnologia da informação e as principais habilidades demandadas pelo mercado de trabalho.

Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Tecnologia da Informação, Emprego.

Introdução

De acordo com Carvalho (2002), a batalha para garantir um bom lugar no mercado de trabalho começa cada vez mais cedo. As crianças estão trocando carrinhos e bonecas por livros e cadernos, freqüentando cursos de idiomas e informática e estudando em escolas particulares em período integral. Sendo acostumados desde cedo a pressões quanto ao desempenho e notas. Após esta fase de aprendizado, o primeiro desafio é o vestibular, quando jovens de aproximadamente 17 anos se deparam com a difícil decisão de escolher a carreira a seguir. Depois de escolhida, o egresso passa a conviver com um novo modelo de ensino e muitas vezes, longe da família e amigos. Mas nem sempre chegar ao fim de quatro ou cinco anos de faculdade é sinônimo de tranqüilidade, estabilidade e emprego certo. A partir deste momento, o recém-formado encontra-se em meio a enormes desafios, responsabilidades e riscos, onde terá a seu favor, todo o conhecimento adquirido desde a sua infância. Eles não são mais estudantes, já são profissionais, mas ainda não têm aquela palavra mágica no curriculum: Experiência.

De acordo com Vasconcelos (apud CARVALHO, 2002), uma das alternativas para o universitário seria o estágio realizado no período da faculdade, onde aluno passa a conviver com algumas situações adversas do mercado de trabalho, apesar de que o estágio nem sempre dá a real dimensão do dia-a-dia de um ambiente de trabalho e das funções que realmente serão realizadas. O estágio pode ser visto como uma espécie de formação extracurricular, onde através dele é que se podem aplicar os conhecimentos adquiridos. Mas mesmo assim, o profissional ainda não conviveu com todos os problemas que o ambiente de trabalho proporciona. "E aí ele se depara com algumas surpresas nada agradáveis, como a competição interna, pessoas que conduzem a carreira de forma irresponsável, um chefe irritado, entre outras coisas." (LANDINI, 2002 apud CARVALHO, 2002).

De acordo com Munuera (apud CARVALHO, 2002), somente depois de sair da faculdade é que o recém-formado passa a conhecer o terreno em que está pisando. E neste momento que se deve aprender, sem perder muito tempo, como lidar com a rapidez e agressividade da evolução tecnológica. A orientação é que o seu primeiro ano no mercado de trabalho é fundamental para o desenvolvimento da carreira.

A inclusão digital e a evolução tecnológica estão crescendo de maneira acelerada, gerando cada vez mais competitividade na área de TI, onde os profissionais não podem parar de estudar e adquirir conhecimento, e as atualizações devem ser imediatas, novos softwares e mais profissionais na área estão aparecendo todos os dias e aquecendo ainda mais o mercado que já está concorrido. A busca por diferenciais competitivos está deixando de ser conhecimento extra, para ser pré-requisito para o profissional da área de Tecnologia da Informação.

O Mercado

Segundo Mañas e Oliveira (2004, p. 193), "[...] atender à necessidade de uma pessoa ou grupo de pessoas não deixa de ser uma atividade de troca, implicando em uma negociação e conflito de idéias a respeito da troca em questão.". Isto significa, que o mercado baseia-se na troca de produtos ou bens, visando atender as necessidades de ambos os lados, de maneira que todos saiam satisfeitos. No caso do consumidor final que adquire um produto em uma loja, também há a troca de bens, enquanto a empresa tem o produto industrializado, o consumidor tem o valor monetário, efetuando a troca desses bens e satisfazendo ambas as entidades.

O profissional no mercado de trabalho é o agente, que partindo de uma matéria-prima, produz um produto final que atenda as necessidades do consumidor. No caso do profissional da área de tecnologia da informação, é necessário que após analisar um bloco de dados sobre atividades desenvolvidas pela empresa e aplicando o conhecimento adquirido em cursos e no decorrer de sua vida profissional, possa traduzi-los em informações importantes e relevantes para um bom rendimento da empresa. De acordo com Mañas e Oliveira (2004, p. 193):

A inovação tecnológica, quando relacionada com o desenvolvimento de produtos, com a administração da produção, da logística e com instrumentos capazes de mobilizar e conquistar a clientela, é um fator importante para a elaboração de modificações substanciais no relacionamento com o mercado.

As empresas devem estar sempre procurando melhorar o atendimento e inovando seus produtos, visando atender as necessidades pessoais dos clientes e atraindo-os cada vez mais.

A competição entre as empresas está muito forte, fazendo que não fiquem paradas, utilizando os pontos fracos das concorrentes para se promoverem e conseguir espaço neste mercado de trabalho tão competitivo. "A competição que o mercado propõe e impõe não deixa ao produtor que se coloque na situação de espera. É necessário dar-se a conhecer pelo cliente" (MAÑAS; OLIVEIRA, 2004, p. 193). As empresas que não tiverem um posicionamento mais agressivo quanto ao mercado de trabalho, dificilmente terão êxito.

Para se manter uma empresa aberta, é necessária muita atenção e uma boa administração, segundo IBGE (2004):

Em 2004, surgiram 716 604 novas empresas, o que representou um aumento de 1 537 450 pessoas ocupadas e foram extintas 529 587, correspondente a uma redução de 991 387 pessoas ocupadas, resultando em um saldo líquido positivo de 187 017 empresas e 546 063 pessoas ocupadas na comparação com o ano anterior. Observa-se que para cada dez empresas criadas, cerca de sete foram fechadas.

Requisitos do Mercado de Trabalho

Nos dias atuais, a concorrência por vagas de emprego em empresas de grande porte e multinacionais está muito acirrada. Se antes, tendo apenas noções de básicas de língua estrangeira, já ajudava a empregá-lo neste seguimento, hoje já se fala em ter domínio da terceira língua, isso sem contar o português, que é o idioma nativo. Os idiomas mais visados são: o inglês, o espanhol. E o candidato deverá ter fluência em ambas as linguagens. O terceiro idioma, seria mais um diferencial do que um pré-requisito e os idiomas mais procurados, normalmente é o alemão ou o francês. De acordo com Macedo (1998), um dos fatores que fazem à diferença neste quesito é o fato do egresso já ter viajado para o exterior, pois além de adquirir uma melhor fluência no dialogo, aprende a lidar com costumes e tradições diferentes das que estava acostumado, tornando-se uma pessoa mais flexível quanto as suas atitudes e seus comportamentos.

Um pré-requisito muito importante para a área de tecnologia da informação, é o conhecimento administrativo e estrategista, que poderá ser adquirido através de experiências profissionais no mercado de trabalho ou de estágios e cursos na área de gestão de negócios e pessoas. Sem ter uma visão clara de negócio, o candidato não tem nenhuma chance de entrar neste mercado, pois o profissional deverá ter o conhecimento de como extrair e organizar as informações tiradas do banco de dados da empresa, repassando toda a informação de maneira completa e fácil de entender, para que os gerentes e administradores possam tomar decisões precisas e que atendem as necessidades da empresa.

Para os profissionais que desejam trabalhar em áreas mais técnicas, como administrador de redes e administrador de banco de dados, além dessa visão administrativa, deve contar com certificações especificas para suas áreas de atuação, para que dominem as ferramentas de trabalho no dia-a-dia da empresa, tomando decisões objetivas para resolver problemas e indicando soluções eficazes para as rotinas executadas. Uma das certificações mais procuradas na área de gerenciamento de banco de dados é a certificação Oracle, pois é a ferramenta mais utilizada em sistemas que gerenciam um grande fluxo de dados e normalmente adotada por empresas de grande porte. O número de pessoas que possuem certificação, não atende a necessidade de demanda que as empresas necessitam e dificilmente uma pessoa com certificado fica sem emprego, visto que nos dias atuais a informática esta se tornando cada vez mais especifica, o bom profissional é aquele que tem um conhecimento aprofundado na sua área e um conhecimento básico das outras áreas envolvidas, pois a informática é tão complexa, que não tem como se especializar e dominar todas as tecnologias, (ESPECIALISTAS EM TI RENDEM-SE À CERTIFICAÇÃO, 2005).

Além do conhecimento técnico, necessário para emprego, as empresas procuram candidatos que se relacionem bem, que saibam ligar com vários grupos de pessoas. Para avaliar a timidez e o comportamento dos candidatos, normalmente são aplicadas dinâmicas em grupo, onde os avaliadores analisam tudo, desde o vocabulário e concordâncias, até os assuntos e o comportamento do candidato em relação aos outros. Certa vez, foi desenvolvida a seguinte dinâmica a um grupo de candidatos a estágio de uma empresa: Reunirão todos os candidatos em volta de uma mesa, onde os entrevistadores pedirampara o grupo abordar um assunto de interesse deles e que cada um debatesse suas idéias, enquanto eles avaliavam o comportamento de cada um, neste momento é muito importante demonstrar calma e segurança,respeitando as idéias dos outros candidatos e sabendo impor a sua, tomando sempre muito cuidado com o português, evitando erros de português e concordância verbal.

De acordo com Flory (2004), outro fator que conta e muito na hora da seleção, é o fato do candidato participar ou não de trabalhos voluntários, pois a idéia que se tem, é que uma pessoa que se preocupa com o próximo, pode ajudar muito mais a empresa, do que uma pessoa que só pensa em si mesma, além do que, não teria problemas caso a empresa precisasse que a pessoa voluntária fizesse hora extra ou tivesse trabalhar no fim de semana e quanto ao relacionamento dessa pessoa, ela teria uma boa aceitação dos companheiros e estaria sempre disposto a ajudar outros funcionários com dificuldades do dia-a-dia da empresa.

O estágio hoje em dia, é a principal ferramenta de admissão de egressos da faculdade no mercado de trabalho, onde a empresa passa a avaliar o candidato, desde o início do seu estágio até o término, para então, concluir se está apto ou não a integrar o quadro de funcionários da empresa. Está é a maneira mais segura de minimizar os custos e riscos do processo seletivo a vaga de emprego. "Este mecanismo é bastante eficiente uma vez que a empresa pode avaliar a performance do estagiário para uma potencial vaga efetiva futura, sem correr os riscos inerentes a um processo de seleção.", (GANANCIO, 2007). O estágio é a prática mais comum das empresas atuais para a contratação de funcionários qualificados, visto que há um período maior para a avaliação do candidato e a melhor maneira de um egresso sem nenhuma experiência, aprender mais e demonstrar o seu potencial e sua capacidade pessoal. "O caminho com maior probabilidade de sucesso para egresso em multinacionais é o de internship ou estágio, no caso do candidato não ter experiência significativa no mercado de trabalho.", (GANANCIO, 2007). Além de ser a melhor maneira de avaliação de uma empresa, é a maneira mais fácil de um egresso da faculdade conseguir seu espaço no mercado de trabalho.

Podemos verificar que o acesso ao mercado de trabalho não é nada fácil e que para chegar lá, é necessária muita força de vontade e determinação.

Perfil do Profissional

O mercado de trabalho necessita de profissionais de Tecnologia da Informação, que não tenham medo das mudanças e procuram sempre se manter atualizado e por dentro dos assuntos em discussão, profissionais de liderança e saibam trabalhar em equipe. O bom profissional é aquele que veste a camisa da empresa e que se destaca dentro dela.

O profissional deverá demonstrar entusiasmo e vontade de aprender e ensinar, se dedicando ao máximo para realizar a função a qual foi designado. A ética é um fator fundamental para o bom rendimento do profissional nessa área, mesmo ele sendo o melhor funcionário com relação aos conhecimentos técnicos, se não tiver ética, dificilmente será mantido no cargo, pois as empresas depositam muita confiança nestes profissionais, visto que terão em mãos, todas as informações confidencias, e as empresas precisam sentir confiança para se sentirem mais seguras. Estes fatores são muito avaliados pelas empresas nos períodos de estagio dos alunos da faculdade. De acordo com Ganancio (2007):

Um ano e meio como estagiário, foram fundamentais para que eu pudesse demonstrar as características com valor para a empresa, como (1) conhecimento de língua inglesa, (2) entusiasmo, (3) ética, (4) clareza nos objetivos de vida e de carreira, e claro (5) uma boa estrutura acadêmica e competência.

Como podemos ver, estamos sempre sendo avaliados e precisamos ter caráter e princípios bem definidos, para não passar por situações que venhamos a nos arrepender futuramente.

No mundo atual, e principalmente na área de informática, novas tecnologias vêm surgindo todos os dias, o feedback é de extrema importância para os profissionais dessa área, pois o fato de já estar empregado, não lhe assegura a estabilidade no mercado de trabalho, pois a tecnologia está em constante evolução. O profissional deve estar sempre preparado para novos desvios, pois a empresa necessita da evolução tecnológica para se manter no mercado e concorrer com empresas do ramo.

Saber trabalhar em grupo também é um ponto forte do candidato, pois dentro de uma empresa é necessário que as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento do projeto conversem entre si, evitando que ocorra perda de informação durante as etapas do projeto. A equipe deve ser unida e trabalhar para um único objetivo. Quando todos dentro de um grupo têm um bom relacionamento, o ambiente fica mais agradável, as pessoas têm liberdade de opinar e fazer criticas construtivas, o projeto é executado de maneira mais rápida e sem muita pressão. Saber se relacionar também é importante para o crescimento profissional, onde um bom relacionamento com um companheiro de equipe ou com o líder do grupo, pode lhe render bons frutos no futuro, como uma promoção ou um aumento no salário, ou até mesmo, uma oportunidade em uma empresa melhor.

Um perfil muito admirado e que poucos profissionais de tecnologia da informação tem é a liderança. A liderança é uma qualidade que não se aprende, a pessoa tem que nascer com este instinto. Este perfil é uma exigência para quem almeja cargos altos dentro da empresa, o líder tem que se conhecer bem e ter empatia com toda a sua equipe, deve saber lidar com pessoas e extrair o melhor delas, para que desenvolvam um bom papel na empresa. Deverá ter sabedoria para lidar com diferenças e ouvir sugestões. Ser um líder não é fácil e não é serviço para qualquer um, pois um líder deve estar sempre preparado.

Há vários tipos de habilidades necessárias para a demanda do mercado de trabalho atual. De acordo com Berto e Plonski (1999 apud FERREIRA, 2003), as habilidades e competências para se trabalhar com a prática da gestão do conhecimento estão listadas na quadro 1.

Quadro 1 – Ranking das habilidades demandadas pelo mercado.


Autor: Fernando MATTOS


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