Boa notícia: consumidor mais confiante



Aos poucos, o consumidor retoma a confiança, abalada ainda pela crise.

Prova disso é que a perspectiva de melhora da economia cresceu pelo terceiro mês consecutivo dando continuidade à tendência de recuperação gradual da confiança, segundo a Sondagem de Expectativas do Consumidor divulgada no dia 26 de maio pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em maio, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) aumentou 1,3% em relação a abril, passando de 99,2 para 100,5 pontos. No entanto, o indicador ainda se encontra em patamar distante do registrado em setembro do ano passado (110,2 pontos).

O ICC de maio foi calculado com base em entrevistas em mais de 2 mil domicílios, em sete capitais, entre 30 de abril e 20 de maio. Ele é dividido em outros dois indicadores: o Índice de Expectativas (IE) e o Índice de Situação Atual (ISA).

Em maio de 2009, tanto as avaliações sobre a situação presente quanto as expectativas para os próximos meses tornaram-se mais favoráveis. O Índice da Situação Atual (ISA) elevou-se em 1,1%, de 97,4 para 98,5 pontos. O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,6%, de 100,7 para 102,3 pontos o maior nível desde setembro de 2008 (108,2).

Dentre os quesitos que compõem o Índice de Situação Atual, houve melhora da avaliação presente em relação à situação econômica local. Entre abril e maio, a parcela de consumidores que avaliam a situação como boa elevou-se de 7,3% para 7,8% do total; a dos que a julgam ruim reduziu-se de 52,1% para 49,2%, segundo a FGV.

O quesito que, isoladamente, mais influenciou na evolução do ICC em maio foi o que trata das expectativas em relação à situação econômica local nos próximos 6 meses. Na comparação com o mês anterior, a proporção de consumidores que prevêem melhora aumentou de 26,3% para 28,0%; a parcela dos que projetam piora diminuiu de 23,5% para 20,6%.

Para a FGV, a melhora não significa o fim das incertezas do consumidor quanto ao cenário econômico. Um dos pontos negativos, diz, é a expectativa em relação à evolução do mercado de trabalho.

Segundo a pesquisa, o percentual de entrevistados que fazem uma avaliação positiva do mercado de trabalho está em apenas 24,3%, pouco acima dos 24% registrados em abril, mas em um patamar histórico muito baixo ainda.

Outro dado ruim é a percepção dos consumidores sobre a situação atual financeira da família, que caiu 1,5% para 100,7 pontos em maio, o menor patamar desde março de 2007.

Segundo a FGV, o mês de abril foi fortemente influenciado por uma euforia exagerada do consumidor, impulsionada principalmente pelas famílias de baixa renda. As boas notícias do mês passado, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no material de construção e em produtos da linha branca, e o anúncio do Programa de Habitação "Minha Casa, Minha Vida" explicaram o otimismo.

Em maio houve ajuste entre as expectativas do consumidor e o cenário real da economia, por isso, a taxa do ICC subiu menos. De qualquer forma houve melhora significativa em maio na avaliação do consumidor sobre o atual cenário econômico.

Outro dado importante é que a confiança do consumidor de menor renda (até R$ 2.100) demora a se recuperar. Essa classe foi abatida mais tardiamente pela crise internacional, diferentemente dos consumidores com maior renda, que sentiram mais rapidamente os efeitos da turbulência global.

A atitude menos eufórica do consumidor não abalou as intenções de compra de bens duráveis, de abril para maio. No período, foi de 12,9% para 13,3% o porcentual de entrevistados que pretendem comprar mais bens duráveis nos próximos seis meses.

Com eu já havia comentado em um artigo anterior: “em tempos de crise, empate é considerado vitória”.

Bibliografia
Jornal Folha de S. Paulo de 26 de maio de 2009
Jornal O Estado de S. Paulo de 26 de maio de 2009
Jornal Gazeta Mercantil de 26 de maio de 2009

Autor: Alexsandro Rebello Bonatto


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