Crendices e seitas populares



Num dos mais conceituados dicionários, o “Aurélio”, crendice significa crença popular absurda e ridícula. O dicionário não está errado.

As crendices sempre procuram a relação com “o espírito de algo ou de alguém”, se comunicando com alguém vivo, ou provocando situações inusitadas.

Devido ao fato de muitas gerações passadas e, até atuais, não terem se aprofundado ou, não terem se “refinado espiritualmente”, na busca de Deus, pois, demanda uma verdadeira comunhão literária com as “Escrituras”, até desconhecem as “revelações divinas”. Assim, milhões de pessoas, ainda, mantém um primivitismo tribal no que tange a crença, a fé e, dão sobrevida a todos os tipos de crendices, seitas e superstições, que o “Aurélio”, assim, define:

“Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança de coisas ineficazes; crendices. Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos. Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa: a moça tem a superstição do número treze”.

A busca cega do homem para transformar seus medos em respostas para as doenças, a morte, e, a luta pela sobrevivência, ante as intempéries da natureza e as feras selvagens, sempre lhe suscitou as mais escatológica indagações transcendentais. Para poder viver em leveza de consciência com seus atos e gestos, tentando até, legitimar assassinatos e crueldades o homem, em sua ignorância, sempre recorreu “a força” do além.

É assim que o homem primal, selvagem e afastado das condições de uma vida melhor e, de um maior convívio evolutivo, tende a buscar “respostas”, mesmo que absurdas para suas fraquezas espirituais.

Essas franquezas, carências estruturais da alma humana, sempre vão buscar no transcendental, respostas, que na verdade, correspondem á sua ignorância, sua fragilidade espiritual.

Porém, o mais impressionante, é o aumento assustador de crenças e de adeptos que povoam o mundo, em pleno século XXI. São bilhões de humanos que, ao invés de cultuarem uma religião civilizada – refinada pela luz e experiência da sapiência humana, preferem a obscuridade de animismos, mágicas, feitiçarias ou, a ação dos supersticiosos e pregadores mal intencionados.

Os incautos, os incultos, os ignorantes, quando, além de tudo, são espiritualmente fragilizados, cada vez mais, vão aumentar essa população. No Brasil, temos uma parte da população, muito grande, que, mesmo sendo católica, vez por outra, está nas fronteiras dessas crendices, provocando no catolicismo brasileiro o que se chama de “tolerância sincrética”.

Esse “sincretismo”, muito em voga na Bahia e Rio de Janeiro, permite a convivência, por exemplo, que o catolicismo conviva com: o espiritismo kardexista; com o umbanda; com misturas exóticas, como seixo-no-iê; com budismo oriental; e, até com o convívio de curandeiros, de benzedores, de macumbeiros, de vários tipos de crenças e superstições, não sendo possível a prática religiosa dos católicos, apenas, com pagãos, ateus e evangélicos.

Para se dar um exemplo de verdadeira ignorância religiosa, em algumas seitas e crenças, é o quanto as pessoas desconhecem Deus! Até muitos praticantes espíritas, umbandistas, não tem muita certeza, daquilo que crêem.

Por exemplo, dizem que acreditam no poder de Deus. Em suas vidas, em suas almas, em cada destino. Só não sabem, que nos dogmas ”de suas crenças” no espiritismo, no umbandismo, no candomblé –, não existe Deus, o Deus cristão. No entanto, perguntados, eles pensam que em suas “crenças” inclui-se, além de Deus, o Jesus, a Virgem, e seus Anjos. Ora, se incluíssem, não haveria razões para crerem em “espíritos humanos” ou “de cachoeiras”, ou “de bichos”, entidade essas inexistentes, insignificantes para o verdadeiro poder de Deus, de Jesus, de seus Santos!

Um teólogo que completou seus estudos teológicos em Roma, Aquilino de Pedro Hernandez, autor do Dicionário Religioso, Professor Universitário no Chile, assim define a proliferação das ultimas seitas e crenças:

“Grupos religiosos que não tem a seriedade doutrinal das confissões religiosas. No âmbito do cristianismo, são os grupos que, apresentando-se como cristãos, têm muito pouco ou nada dele, e dão mais relevância á figura do líder fundador que a de Jesus Cristo. Em nossos dias chama nossa atenção o fenômeno da multiplicação das seitas. Em grande medida ocorreu imediatamente depois da II Guerra Mundial. A maior parte delas provém da separação de confissões protestantes; mas são numerosas também outras de tipo ocultista, mistérico e relacionadas com a mentalidade oriental. Sua proliferação é atribuída a vários fatores: Causas Psicológicas; insegurança e angústia, confusão, falta de guias que dêem confiança, contradições entre os dirigentes políticos e religiosos. Causas Sociais: crises familiares com seqüelas de vazio e solidão, crise de estruturas, massificação, anonimato da grande cidade, confusão diante de uma comunicação dos grandes meios (rádio, TV, cinema),não digerida, despersonalização”.

Aliás, não é raro, aqui no Brasil, acontecer de pessoas fraquejarem em sua fé, na religião que sempre professaram (ou, quem sabe, nunca professaram pra valer), e, de repente estarem em outra crença e, assim estarem buscando “milagres fácies” (ou muito duvidosos), até em crendices populares, feitiçarias, magias ou, em seitas que prometem até “entregar”, o divino, alí no ato, ao vivo.  Como diz aquela musica:

“Os falsos pregadores,/ Que o dinheiro faz/ Que usam em vão o nome de Deus/ Mas ficam ricos/ Com o sócio Satanás”.

E aí, esses milagreiros trabalhando pra o bem ou, para o mal envolvem o crente incauto, vendendo a ele os mais diversos “serviços de despachos” ou serviços “abre caminho”, e até uma infinidade de amuletos, ervas, velas, bugigangas, quinquilharias,...para “oferecer” a ávida entidade ou, a seu cavalo (“aparelho”, ou embusteiro humano), responsável pelos pedidos encomendados.

Dependendo da “essência da cultura” e da evolução interior da pessoa, ela acaba se dando conta, com o passar do tempo, que fez uma troca imatura e infeliz e, assim volta para a Igreja (Católica) e também, – agora com fé redobrada –, para seus artigos religiosos: o crucifixo, a medalhinha do Frei Galvão, a correntes, o Oratório do Frei Galvão, o escapulário, o terço, os santinhos de sua devoção, as jóias religiosas e, nunca mais se separa deles.

Não ofenda a Deus! Deus está acima de tudo e, se você procurá-Lo com paciência e enlevo, está lá, dentro de você.

Deus não está abaixo de credulidades insanas; de superstições e seitas que tanto faz se encomendar um bem, como se encomendar o mal, para uma pessoa. Deus não aceita isso. Deus também, não pode estar abaixo da vontade de um alguém que negocia a sua “boa fé” com o Diabo...”Deus e seu Filho Jesus são bem maiores. E” bens maiores”.
Autor: T. Ranto Rochar


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