Meu vício mais certo



Seus olhos indescritíveis

Decifram os meus desejos

Nas fases da lua e da maré

Absorvem todos meus sentidos

 

Nos meus passos ao desconhecido

Suas mãos parecem me guiar

Ignorando que nossos caminhos

Cruzam-se sem se acompanhar

 

É o vício que me percorre

Não morre, socorre aflito

O peito abatido

Caído em puro delírio.

 

Meus braços desabrigados

Parados em cruz no teu quarto

Esperam-te, se embebedam

E falam bobagem ao acaso

Em movimentos desencontrados

Feito loucos otários sem pressa

 

Minha boca não resiste à tua boca

Minha nuca precisa do seu calor

Com palavras e gestos tão discretos

Mais certos que o amanhecer

Do outro dia.


Autor: Marilis Shimano


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