Borboleta Amarela, Crianças E O Holocausto



Nessa edição do minharua.com havíamos decidido falar sobre um dos insetos mais bonitos e coloridos da natureza. A borboleta! Entretanto durante a nossa pesquisa encontramos um projeto que achamos muito mais importante de ser divulgado do que qualquer espécie em extinção de borboletas, que me desculpem os entomologistas!

O museu do Holocausto em Houston, Texas, está fazendo uma campanha/atividade para lembrar e homenagear as 1.5 milhões de crianças mortas durante a segunda guerra mundial. Essa atividade consiste em coletar 1.5 milhões de borboletas feitas manualmente em qualquer lugar do mundo e montar uma exuberante exibição feita com as mesmas.

O título “Nunca mais vi outra borboleta”, (I never saw another butterfly), é o poema título de umaMais do que amarela. coletânea de poesias e desenhos feitos por crianças que estavam presas no campo de concentração Terezin, sendo que das 15000 crianças que passaram por esse local, mais do que macabro, apenas 100 conseguiram sobreviver.

Como esse livro ainda não está disponível em português, traduzimos a poesia que intitula essa obra. Que, mais do que um livro, é uma lição de coragem e esperança. Mesmo que o Holocausto seja um assunto de tamanha crueldade que se torne impossível de ser entendido, ele jamais deve ser esquecido, afinal nós humanos temos uma tendência quase idiótica de deixar o passado se repetir, especialmente se falarmos de política ou emocionalmente.

Mais do que amarela. Uma das maiores dúvidas que tive sobre a introdução desse projeto, foi exatamente o fato de explicar para crianças a existência de tamanhas atrocidades. Depois de muito pensar, lembrei que (nesse texto, e somente nesse texto, devido a clareza idiomática e a força que a mídia exerce em mim, dei-me a permissão de usar dois clichês a lá UNICEF (chavão 1) as crianças de hoje são os adultos de amanhã, e cabe a nós fazer com que elas entendam que todas as pessoas, (chavão 2) independente de cor, credo e raça são iguais.

Nunca mais vi outra borboleta. . . A última, mais do que última borboleta. Cheia de vida e brilho, cheia de encanto amarelo. ...Lágrimas cantantes que o sol deixou escorrer sobre a pedra branca... Estonteantemente amarela. Sem hesitar foi carregada para o alto Foi porque desejava beijar o mundo pela última vez. Há sete semanas eu vivo aqui. Dentro desse gueto. Aqui encontrei minha gente. As flores à distância me chamam. Juntamente com os galhos floridos das castanheiras no campo

Eu nunca mais vi outra borboleta. Aquela borboleta foi à última Borboletas não vivem no gueto. Esse poema foi escrito por Pavel Friedman, em 6 de Abril de 1942, Pavel faleceu em 29 de Setembro de 1944 em Aushchwitz. Caso você queira participar do projeto das borboletas, você pode mandar as borboletas para a redação do minharua.com que nós estaremos remetendo-as para o museu, todos os dias 30 até o final do ano de 2007. Mais do que amarela.

Se você é professor, educador, avô, avó, pai, mãe, tio, tia... Não perca essa chance de ajudar o seu (ou a sua) “protege” de desenvolver o senso crítico e a empatia, que são fatores tão importantes de serem trabalhados como a preservação ambiental. Afinal não adianta só jogar a latinha de coca-cola na lixeira amarela.
Autor: Adriana Zimbarg


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