A Comunicação Pictórica de Walt Disney



Os primórdios da animação

O Processo atual de produção de um desenho animado é relativamente novo se comparado a outras formas de se produzir arte, trata-se de uma produção áudio-visual cujo método que se conhece hoje em dia remonta o início do século XIX com o surgimento do cinema. No entanto formas arcaicas de se compelir o movimento de figuras podem ser vistas muito mais antes deste período. Por volta de 35 mil anos atrás, primitivos homens das cavernas da era paleolítica já pintavam animais em rochas, algumas vezes desenhando a figura de um animal com quatro pares de perna; ou seja, os animais eram representados com múltiplas pernas na tentativa de convencer a percepção de um movimento.

No Egito antigo aproximadamente em 1600 antes de Cristo, o faraó Hamsés II construiu um templo para a deusa Isis, o templo continha 110 colunas cada coluna tinha uma figura pintada da deusa em uma posição progressivamente diferente; para cavaleiros que cavalgavam por perto do monumento a imagem da deusa Isis parecia se mover. Na Grécia antiga vasos eram decorados com figuras em estágios sucessivos de ação, movimentando o vaso podia se criar a sensação de movimento. A compilação humana de fazer figuras se moverem é muito mais antigas do que os filmes na televisão ou cinema.

De alguma forma estes povos antigos contribuíram para a história da animação, esses registros gráficos de movimento foram encontrados em larga escala em diversas sociedades. Mesmo antes do surgimento do cinema, têm-se vários inventos para se reproduzir o movimento, surge então os brinquedos ópticos que davam ao contemplador a sensação de movimento de desenhos e gravuras.

De fato a primeira tentativa de projetar desenhos numa parede foi feita em 1640 ou 1671 pelo jesuíta Athonasius Kircher com a invenção da lanterna mágica, um equipamento parecido com o moderno projetor de slides, que podia projetar numa pequena tela no interior sombrio imagens exteriores iluminadas pelo sol. Muitos acreditam que Kircher na verdade não foi o inventor desse equipamento, Kircher teria apenas popularizado no ocidente a lanterna Mágica, sendo esta uma invenção chinesa.

Na filosofia grega, o Mito da Caverna de Platão descreve que em uma caverna subterrânea onde habitavam seres humanos aprisionados, desde a infância, geração após geração.

A luz de uma fogueira no lado de fora da caverna projetava sombras de homens carregando estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas, Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Libertado e conhecedor do mundo, o prisoneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

Este mito do filosofo Platão é um bom exemplo de filosofia, mas colocando ênfase nos princípios técnicos de como aconteciam aquelas projeções, temos uma boa prova que os gregos já conheciam os processos básicos de projeção de imagens em uma parede, constatando o interesse humano pela projeção, essa descrição apontada por Platão se assemelha muito com uma invenção que iria ser criada muitos anos depois, A lanterna mágica. Uma das produções feitas com a lanterna Mágica sendo bastante usada nas apresentações com equipamento foi O engolidor de ratos The rat Swallower onde uma série de ratos podiam ser vistos pulando na boca de um homem dormindo. Apesar do próspero mercado de lanternas mágicas, com a invenção do cinema (Motion Picture) os slides foram sendo esquecidos, essas lanternas que restaram são ainda procuradas por colecionadores e amantes da sétima arte.

A lanterna mágica não foi o único brinquedo óptico inventado. Na era vitoriana havia o Thaumatrope, uma invenção de 1824 que se tratava de um disco ou cartão com diferentes gravuras em cada lado que era colado em dois pedaços de barbante, quando os barbantes eram girados rapidamente entre os dedos as duas figuras pareciam se fundir em uma única imagem, por exemplo: em um lado do cartão poderia ter uma jaula desenhada e no outro uma um pássaro. Como muitas invenções não se sabe quem realmente criou o Thaumatrope, as evidências cogitadas no decorrer da história apontam John Ayrton Paris e Charles Baggage.



1. Persistência de visão



Em 1824 Peter Mark Roget descobriu um principio vital para o funcionamento da animação, Segundo o autor WILLIAMS (2001, p. 13) a persistência da visão, é uma teoria que se baseia na idéia de que a retina do olho humano retém temporariamente a imagem de algo que acaba de se visto aproximadamente um décimo de segundo, quando uma serie de imagens são colocadas em sucessão rápida dá-se a ilusão de movimento, caso não houvesse a persistência de visão jamais se poderia criar a ilusão de conexão inquebrável em uma serie de imagens, ou seja o cinema seria inviável caso não houvesse persistência de visão, pois pelo principio mais técnico uma animação acontece quando no intervalo de duas diferentes tomadas (posições) o cérebro humano através do olho retém a imagem anterior que acaba de ser visto por alguns segundos; como nosso cérebro não processa tão rapidamente tende-se a fundir a posição seguinte com a anterior criando a ilusão no intervalo entre as duas imagens que a figura se movimentou.

Trata-se de um fenômeno chamado memória icônica, psicólogos e fisiologistas rejeitam esta teoria alguns cientistas a consideram um mito.

2. Comunicação pictórica: Os símbolos visuais de comunicação

O homem primitivo convivia com o movimento como uma forma de sobrevivência, o movimento desde aquela época remota era digno de interesse humano, no entanto não representa entretenimento como hoje representa o cinema, mas representava sobrevivência. Toda vez que o homem das cavernas via arbustos se mexerem era sinal que havia alimento era sinal de carne.

Há milhares de anos a força da fome imperava, o estômago tem comandado a evolução de todas as espécies a linguagem foi importante arma ao homo sapiens, pois sem ela jamais hominídeos de 1,20 e 1,30 de altura, sem presas poderiam ter sobrevivido, a caça acontecia graças à cooperação baseada na linguagem. (QUINTELLA e CARVALHO,1995, p. 25-29)

Os desenhistas da Disney Frank Thomas e Oliver Johnston ressaltam que convencer uma platéia sobre um certo sentimento é a essência da comunicação em qualquer forma de arte. A resposta do telespectador é emocionada porque arte fala ao coração, isto dá a animação uma possibilidade mágica de alcançar qualquer platéia e comunicar idéias a pessoas em qualquer lugar e em qualquer época (um formula Disney, já que filmes produzidos na década de 30 são assistidos até hoje como sendo tão atuais, comparados ou sendo superiores a produções contemporâneas). As diferenças culturais nunca são obstáculos, jamais sendo obliterado pelas barreiras de linguagem, pois as ferramentas de comunicação utilizadas pelos desenhistas de animação remontam a semiótica, são na verdade símbolos que qualquer indivíduo no mundo entende, pois os símbolos são muito mais antigos do qualquer língua humana.

De acordo com o cientista e autor Jame Goodall (Apud, JOHNSTON,Oliver. THOMAS, Frank) relata que mesmo primatas, tais como chimpanzés têm um complexo não-verbal de comunicação (p.13) baseado no toque, na postura e no gesto. Os desenhistas da Disney, principalmente o mestre da análise gestual e instrutor de arte Walt Stanchfield souberam empregar a importância desses gestos e posturas, transportaram-los para os desenhos, transformando-os em uma linguagem mundialmente compreendida, pois gestos e posturas humanas primitivas e sem conexão cultural podem ser facilmente compreendidas tanto por um estadunidense como por um chinês, as barreiras culturais são quase nulas, trata-se então de um meio de comunicação primitivo, mas nem por isso deixa de ser eficaz, sendo assim as reações do corpo humano exprimem necessidades, raiva, alegria e muitos outras reações. Logo deve se entender as reações corporais como meios visuais de comunicação que utilizam símbolos comum a qualquer ser humano.

Ainda no caso dos chimpanzés as ações dos primatas variam de uma troca de saudação quando se encontram a atos de submissão, por exemplo, quando um macho chimpanzé chega em qualquer grupo diferente, os outros chimpanzés apressam-se para tocar-lo com as mãos espalmadas ou reclinadas, como cortesãos que se curvam diante de um rei. Quando um macho solteiro passa por uma mãe e sua família, o chimpanzé solteiro deve segundo a etiqueta acariciar o filhote na cabeça. Mais de 200 signos mostram-se claramente a nós as emoções dos chimpanzés. É comum ver chimpanzés lançar seus braços ao ar, arremessar objetos com raiva e gritar de maneira feroz. A maioria dessas expressões de sentimento e símbolos de linguagem são bem conhecidas pelo homem, o ser humano guardou em sua consciência ou ainda usa esses símbolos como seu próprio comportamento comunicativo mesmo que não utilizassem nenhum tipo de som esses animais falariam com seu corpo numa mistura de atitude e movimento, o ser humano entende isso por que é comum a nós também esses signos, no entanto nós apenas criamos uma linguagem diferente dos outros animais que se expressam através do movimento do corpo, trata-se de linguagem gestual. Segundo MCCLOUD (1999, p.82) em 1872, Charles Darwin escreveu que algumas expressões poderiam ser universais. visão compartilhada por modernos especialistas em expressões, como Paul Ekman.

As pinturas nas cavernas podem ser consideradas as primeiras histórias em quadrinhos, pois contavam histórias de caça, no entanto não seguiam uma seqüência lógica, segundo o autor e curador chefe do Museu do Louvre BAZIN no livro Histoire De l` art, afirma que as pinturas rupestres não tinham a representação como se estabelece hoje em dia:

O artista primitivo é um mago cujo desenho tem valor de encantamento possivelmente esses humanóides desenhavam os animais que caçavam no intuito de possuí-lo. A faculdade de nomear as coisas também foi importante e é considerada o primeiro ato criador, para o primitivo a palavra designa posse num poder mágico que a identifica com o objeto. (BAZIN, 1965, p.20)

Diversas civilizações representam e se enalteceram em obras com suas concepções do mundo. Os egípcios foram com certeza uma das civilizações que mais acreditavam na crença da identidade da imagem e seu objeto.

Representações pelas quais conhecemos os detalhes mais relevantes da vida egípcia naquela época estão destinadas a dar um suporte de realidade e aos personagens que devem acompanhar o morto, afim de supostamente permitir-lo viver os mesmos luxos que vivia na terra. Aquelas imagens eram sósias dos objetos ou seres representados. Eram considerados tão reais quanto os próprios objetos. A produção da imagem era entendida como uma criação, tanto é que no vale do Nilo, o escultor se denominava o que faz viver, na sociedade egípcia a crença em vida após a morte era tão certa que quanto um rei morresse, seus servos deveriam ser sacrificados e enterrados nas proximidades do sarcófago real, com o tempo para se evitar hecatombes, a imagem começou a substituir os servos por sua representação, sendo assim em certa fase da história serviu para poupar vidas humanas.



2.1 A imagem e a construção do pensamento



A arte visual no decorrer da história humana foi como um meio de comunicação para as massas, sendo uma forma de divulgar idéias e conceitos e uma das mais antigas formas de propagar doutrinas, principalmente religiosas, a igreja percebeu que o uso de pinturas poderia ter uma função didática para ensinar aos fiéis as doutrinas da igreja, pois a população da idade média, como muitas do mundo atualmente eram analfabetas, as pinturas disseminavam idéias sobre religião e política. A erudição era reservada intencionalmente a nobreza e ao clero

As pinturas amiúde ajudavam a contar histórias bíblicas de maneira eficaz e compreensível sem a necessidade dos fiéis saberem ler. Sendo assim a arte foi importante para ajudar a fortalecer o poder da igreja principalmente entre a paupérrima população camponesa que amedrontada com as condenações patibulares feitas pela igreja aos fiéis era obrigada a pagar indulgências.

A imagem também contribui durante a historia (e até hoje contribui) como processo de surgimento de idéias e invenções, muitos avanços científicos têm sido descobertos através da imagem, na verdade a maior parte do conhecimento se adquire visualmente, o pensamento e o sonho ocorrem de forma visual segundo as autoridades cientificas e filosóficas. Foram muitos os gênios e intelectuais que elaboraram idéias e criações através da imagem, Leonardo Da Vinci pode ser considerado o gênio que mais fez uso do desenho, da imagem para exteriorizar suas idéias, seus cadernos de anotação eram levados a todos os lugares que o cientista fosse, fazia isto para não perder se quer uma idéia que pudesse surgir fora de seu local de trabalho. Leonardo Da Vinci costumava dizer que era um "Homo sono lettere" um homem sem letras, ou seja que a base de seus pensamentos era a imagem, o desenho, a pintura. Segundo ele "la pittura è uma poesia muta" a pintura é uma poesia muda, essa frase comprova que o gênio renascentista realmente acreditava na supremacia da imagem e que este era sua forma de elaborar idéias.

Os quadros que Leonardo Da Vinci pintou não passam de dez, no entanto Da vinci deixou centenas de cadernos de anotações que são estudados e admirados até hoje.Outro exemplo de utilização de imagem para exteriorização de idéias pode ser escrito através de Thomas Alva Edison que desenhava tudo que pudesse imaginar com teor cientifico, um de seus desenhos que revolucionou a historia foi a lâmpada. O químico Kekkule teve a idéia do anel de benzeno durante um sonho, quando surgiu-lhe a imagem de uma cobra mordendo sua própria calda, praticamente tudo que nos cerca ou não teve um dia que estar na mente de alguém sendo depois transformado em imagem e por fim transformado em algo tangível.

Três grandes focos de civilizações se destacam na época neolítica, antes do ano 3.000: uma no vale do Nilo, na Mesopotâmia (vales dos Tigres e Eufrates e no mar Egeo. Conforme BAZIN (1965) todas essas civilizações estiveram animadas por uma heróica vontade de manifestar em obras sua concepção de mundo.

Os povos que lá se edificaram parecem ter sido dotados de uma descomunal imaginação plástica; nada existe, nem sequer os conceitos mais abstratos que souberam integrá-lo em uma forma concreta numa figura. Nenhuma civilização porém tem colocado tão alto a crença na identidade da imagem e seu objeto como a civilização egípcia. (BAZIN, 1965, p.22)

3. A arte e o jornalismo

Deve-se aos artistas o crédito de ter inventado o jornalismo. (BARNHURST,1991). Nas culturas antigas arte era o jornalismo, as grandes batalhas e eventos das civilizações passadas eram retratados em pinturas, os grandes feitos do reino ou os heróis que venceram as guerras eram exaltados nos murais, vasos, tapeçarias e esculturas, o mundo atual conhece muito sobre essas sobre essas civilizações através da produção artística desses povos. Muitas civilizações que nem mesmo tinha desenvolvido a escrita podem ser exploradas e conhecidas pelo homem contemporâneo através das imagens outrora produziram. Uma pintura jornalística pode ser vista em uma parede de Pompéia (antiga cidade do império romano destruida durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio em 24 de Agosto do ano 79 d.C..), a pintura retrata um grande motim no anfiteatro, na qual morreram muitas pessoas, tratava-se de uma luta ocorrida no ano de 59 entre cidadãos de Nocera e Pompéia.

Honoré Daumier (1808-1879) foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês que pode ser um descomunal representante do artista comprometido em mostrar desigualdade sociais, A caricatura Gargântua feita em 1831 onde ridicularizava o rei Luís Filipe, custou-lhe seis meses de prisão. Mesmo estando em tempos que a imprensa já tentava ser um meio comprometido com interesses do povo Daumier na obra Le Wagon de troisième classe (O vagão da terceira classe) de 1864 critica a condição insalubre do transporte público feito nos trens da época, sua obra comprometida com a escola realista criticava a desigualdade social e remete novamente a arte e o jornalismo de maneira invólucra.

O mesmo tema social representado por Daumier pode ser percebido em uma obra do fotografo estadunidense Alfred Stieglitz (1864 -1946), Segundo Strickland (1999,p.153) Stieglitz fotografou um transatlântico retratando duas formas de nível social na parte superior da foto; a burguesia, com rostos na escuridão e abaixo a terceira classe de famílias de imigrantes pobres, uma luz forte realça a humanidade naquelas pessoas que eram desdenhadas e tratadas como inferiores. A fotografa Dorothea Lange (1895-1965) também pode ser um bom exemplo de quanto a arte se associa com o jornalismo, durante sua trajetória profissional a fotografa expressou em imagens o sofrimento do povo americano durante a queda da bolsa em 1929, celebrizando com a fotografia de 1936 "mãe imigrante" (migrant Mother) .

4. A Semiótica e os desenhos animados

Para Charles Sanders Pierce signo é aquilo que representa alguma coisa para alguém, trata-se de qualquer elemento que seja utilizado para exprimir uma realidade física ou psicológica, cada comunidade desenvolve seus sistemas de signos e códigos, no entanto signos, principalmente de códigos não-verbais são facilmente compreendidos pela sociedade humana, em geral, sem obstáculos culturais e lingüísticos. Existem códigos da língua e códigos não-verbais como o gesto, posturas corporais. A animação ampara-se demasiadamente nos códigos não-verbais e sendo assim a obra cinematográfica do gênero são facilmente aceitas por diversas culturas, pois a criação dos códigos não-verbais é anterior a criação dos signos verbais.

Os símbolos são uma das espécies de signos classificados por Pierce. Os símbolos não representam similaridade com a coisa representada. Símbolos podem ser figuras, objetos, gestos quando remetem a uma idéia ou a uma significação não tem qualquer semelhança com aquilo que simbolizam, um exemplo pode ser as vestes negras indicando luto, na verdade são meras convenções consagradas pelo uso de determinada cultura.

5. A Comunicação de massa e a indústria cultural

Com advento da revolução industrial e passagem do século XIX para o XX surgem os meios de comunicação de massa que são diversas formas industrializadas de produzir informação e entretenimento para a sociedade de consumo como o cinema, radio, livro, publicidade, televisão e sua diversidade de programação.

A Escola de Frankfurt (Institut für Sozialforschung) era um grupo de estudiosos que abordavam com uma perspectiva crítica e de maneira acadêmica vários estudos os quais podem se destacar os relativos à industria cultural com foco na manipulação. Para os investigadores desta escola os indivíduos sob ação da Indústria Cultural deixam de agir autonomamente passando a aderir acriticamente aos valores impostos, dominantes e avassaladores difundidos pelo meios. Sendo assim as teorias desta escola apontam a Indústria cultural como uma adesão irreflexiva aos valores.

Uma das limitações dessa teoria é tratar a mentalidade das massas como algo imutável, e tratar os indivíduos como desprovidos de autonomia, consciência e capacidade de julgamento. Segundo ADORNO (1947) a repetição da chamada "música ligeira" deixa de ser um momento especifico de distanciamento do mundo e se tornam algo mecanizado presente a todo instante, uma reação ligada ao automatismo e de consumo irreflexivo, sendo incapaz de produzir estranhamento, O resultado deste processo é o desmoronamento da individualidade, que é substituída pela pseudo-individualidade. Segundo Benjamim essas músicas afastam os ouvintes do processo de criação da "aura", os intelectuais desta escola acreditam que a arte não deve ser algo mecanizado, plural e duplicável mas algo singular vindo direto do artista ao contemplador. A indústria cultural, com seu "canto sedutor e destrutivo" impede a formação de homens autênticos, atrai para a" morte do espírito" .

A época dos estudos da escola de Frankfurt coincide com a popularização do filme sonoro e a substituição gradativa da música clássica pela "música ligeira"

Na novela experimental do alemão Herman Hesse " O lobo da Estepe (Der Steppen Wolf), o protagonista da trama Harry Haller direciona o leitor a uma indagação psíquica e filosófica da desagregação do homem. Num trecho da obra aborda-se também a questão da popularização da arte e em conseqüência disso a precarização da mesma. Herman Hesse mostra uma preocupação com a transmutação da arte em produto, em um trecho do livro o lobo da estepe, um intelectual que vive crises psicológicas por indagar o mundo constantemente como um asceta, encontra-se com o músico Mozart e pergunta –o sobre a suposta vulgarização da música, o livro foi escrito em época de transformações nos padrões culturais, surgira a pouco tempo o radio, aparelho que revolucionou o que se conhecia por cultura de massa, era a democracia cultural, mas segundo Hesse a qualidade da obra artística se torna inferior, com o radio a arte poderia ser levada a qualquer individuo, a qualquer classe social, apesar de não ser tão popular de inicio, com o tempo viria se popularizar. No entanto Harry Haller descreve o meio de comunicação como um "diabólico funil de metal" a personagem como já foi dito encontra Mozart e com ele debate de maneira filosófica e burguesa a vulgarização da arte através do surgimento de meios de comunicação de grande alcance, como o radio, como se pode notar num trecho do livro quando Harry Haller ao se encontrar com Mozart e uma espécie de viagem metafísica, vê o compositor alemão com aparelho de rádio nas mãos e relata:

[...] imediatamente para meu indescritível assombro e horror, o diabólico funil de metal começou a vomitar aquela mistura de viscosidades bronquias e goma de mascar que os proprietários de fonógrafos e amantes do radio concordam em chamar de musica, e no fundo daquela turva reunião de mucilagem e escorias podia-se perceber, como por baixo de uma grossa camada de graxa, uma antiga e aoreciada imagem, a nobre estrutura dessa musica divina, o amplo e profundo sopro, a funda e larga ressonância das cordas [...](HESSE, 1955 ,p. 192)

Sendo assim Harry Haller põe ênfase na precarização da arte com o surgimento da comunicação em massa, pois percebeu que no fundo da música que tocava no débil rádio havia a antes considerada e verdadeira prima arte, a musica divina, talvez uma alusão a opera e concertos de grandes maestros na qual se deleitava a burguesa da época. Mozart por sua vez responde a Harry Haller sobre a pretensão de deixar a diabólica aparelho a triunfo da época, a ultima arma vitoriosa na luta de destruição contra arte. Mozart ri e acalma Harry Haller:

Ouça de novo, ó infeliz, ouça sem sentimentalismos nem zombarias, e deixe passar por trás do véu deste ridículo e imbecilizante aparelho, a forma distante dessa música divina! Preste atenção que aprenderá algo. Observe o que este alto-falante idiota o mais estúpido e inútil objeto que o mundo contem consegue fazer: apodera-se de certa musica tocada em qualquer parte, sem qualquer seleção ou refinamento e alem disso lamentavelmente desfigurado, e carrega-a para um espaço que não lhe pertence e contudo nada pode destruir o espírito original desta musica, mas apenas manifestar nela a própria técnica e a febre de atividade isenta de qualquer espírito. (HESSE, 1955,p. 192)

6. Desenho animado: Uma forma de arte nasce

A partir do século XIX começa a criação de equipamentos ópticos que buscavam produzir no observador a sensação visual de movimento. Surge então o Zootrópio de W. A. Horner, o fenacistoscópio de Joseph Plateau e o praxinoscópio de Émile Reynaud.

O desenho animado é um processo cinematográfico na qual filma quadro-a-quadro imagens em uma seqüência progressivamente diferente, permitindo no intervalo entre cada figura a ilusão de que o objeto filmado se movimentou devido a persistência da visão. A história do desenho de animação, como processo cinematográfico, provavelmente começa com o francês Charles-Émile Reynaud, que pela primeira vez na história em 28 outubro de 1892 no Musée Grévin em Paris exibiu imagens em movimento numa tela, utilizando o Théâtre Optique um aparelho similar ao projetor moderno, foi a primeira apresentação de figuras em movimento para uma platéia, o filme era Pauvre Pierrot, deve-se ainda destacar o filme Autour d'une Cabine. Reynaud inventou ainda o praxinoscópio, um brinquedo óptico que possuia uma listra de figuras colocadas em volta da superfície interna de um cilindro giratório.

A apresentação do cinematográfico dos irmãos Louis e Auguste Lumière aconteceria três anos depois da apresentação de Reynaud com o Théâtre Optique, pode-se assim dizer com base teórica que o desenho animado precede qualquer outra forma de produção cinematográfica e que este é que este possui o procedimento técnico para qualquer forma de cinema, sendo Reynaud um percursor do cinema.

Com o advento da fotografia abriu-se um descomunal campo de possibilidades para o surgimento do cinema. O fotografo inglês Eadweard J. Muybridge (1830-1904) foi um dos primeiros a perceber isto, foi um dos primeiros a tornar empirica a teoria da persistência de visão, num projeto artístico e ao mesmo tempo cientifico. A partir de ... Muybridge fotografou modelos nus e semi-nus em poses seqüenciais de movimento, analisando como funcionava o movimento no seres vivos, ele estudou o processo a partir de uma imagem estática na construção do movimento; animais de vária espécies e humanos foram fotografados quadro-a-quadro caminhadas, lutas e ações diversas, rotineiras do dia-a-dia. Os estudos de Muybridge são até por animadores, cineastas e artistas, muito antes do advento do cinema, Muybridge mostrou o principio técnico da obtenção do movimento que ate hoje é utilizado.

6.1 J. Stuart Blackton

James Stuart Blackton é considerado o pai da animação norte americana, era um vaudeville performer e em suas apresentações costumava desenhar, logo ficou conhecido como "The Komikal Kartoonist". Blackton também era repórter para o jornal New York Evening World e em 1896 ele conhece Thomas Edson logo fica interessado em colocar seus desenhos em filmes, cria em parceria com um amigo um dos primeiros estúdios de animação no mundo o Vitagraph company. Surge então o filme "The Enchanted Drawing" (1900) no qual o próprio Blackton aparece desenhando seus personagens em um quadro-negro, a técnica era chamada de lightning sketches que compreende numa variação da técnica de stop-motion, quando a câmera desligada, uma pequena mudança é feita em seguida a câmera e ligada de novo, este método foi utilizado muito antes por Mélies e outros animadores.

Outro obra significante de Balckton foi o filme Humorous Phases of Funny Faces (1906) que também utilizava stop-motion e marionetes para produzir uma serie de efeitos

6.2 Émile Cohl

O caricaturista Francês Émile Cohl (1857-1938), se destaca na história da animação por revolucionar princípios e técnicas, além de utilizar o desenho através de sua característica única, os personagens das animações de Cohl transmutavam-se e faziam coisas que eram impossiveis a qualquer forma realmente viva, talvez esteja ai o sucesso para a animação, fazer coisas parecem reais mas ao mesmo tempo impossíveis de acontecerem na vida real. No filme Fantasmagorie (1908), Os princípios de tranqüilidade e racionalidade humanas são constantemente perturbados, o impossível se realiza e quase se cria uma lógica do absurdo. A obra de Cohl é composta por mais de cem filmes no qual ele constrói a estrutura estética e os padrões do desenho animado utilizados até hoje.

Dentre outros nomes de percusores e pioneiros na historia da animação deve-se destacar ainda George Mélies, Charles Migé, Lotte Reiniger e o espanhol secundo de Chomon , Tex Avery e no Brasil Anélio Latini Filho Pintor, desenhista e cineasta carioca de Nova Friburgo produz em 1953 "Sinfônia Amazônica" o primeiro longa-metragem de animação brasileiro.

O filme Bambi (1942) pode ser um exemplo disto, Bambi é um filme baseado no romance do austriaco Felix Salten, roteiristas de Hollywood vinham tentando a tempos adaptar a obra literaria para o cinema, mas logo perceberam que o filme não funcionaria como filme live-motion era quase impossível para época, então Walt Disney entendeu que um filme como este só poderia ser feito através da animação, assim como muitas produções japonesas que poderiam ser filmes com pessoas de verdade (live-motion) mas acabam se tornando mangas devido a supremacia nipônica na área dos desenhos animados.

6.3 Winsor McCay

Um marco importante para história da animação foi a apresentação Gertie, a dinossaura feita em 1914 um curta de animação feito pelo cartunista Winsor McCay. Muitos acerditam que Gertie tenha sido a primeira personagem de desenho animado a ter personalidade. Antes de Gertie, a dinossaura, McCay produziu alguns filmes como Little Nemo in Slumberland e How a Mosquito Operates

A indústria da animação começa nas década de 1920 e 1930, com os irmãos Fleischer, criadores de Popeye, palhaço Koko e Betty Boop. Walt Disney e seu auxiliar Ub Iwerks com Mickey Mouse e Silly Simphonies e Walter Lantz com Oswald the Lucky rabitt e posteriormente Pica-Pau, além de Paul Terry criador dos terrytoons.

6.4 Max Fleischer

Max Fleischer (1883-1972) foi responsável por muitas inovações tecnológicas no setor, como o Rotoscope. A série de desenhos animados chamada Out of the Inkwell feita para os Studios Bray foi um marco importante na historia do cinema de animação. No filme o palhaço Koko sai do tinteiro do cartunista e faz travessuras na tela.

Até o final da década de 1930 os desenhos animados estadunidenses não ultrapassavam à quinze minutos de duração, era uma trabalho exaustivo produzir animação, de fato até hoje continua sendo. Havia a constante preocupação sobre a rentabilidade do produto em um mercado cinematográfico escasso e pouco confiável.

6.5 Walt Disney

Walter Elias Disney nasceu em Marceline, uma pequena cidade no estado do Missouri, Estados Unidos em 5 de dezembro de 1901, de família pobre do campo Disney trabalhava na fazenda e vendia jornais e refrigerantes em trens, também serviu como voluntário da Cruz vermelha Internacional na França.

A carreira como artista e cineasta começa quando Disney encontra Ub Iwerks, verdadeiro mentor e desenhista por trás de Mickey Mouse, juntos os dois jovens fundaram uma pequena empresa Laugh-O-Grams, segundo (SANTOS, 2002,pg. 85) Disney e Iwerks foram influenciados por Max Fleischer que misturou personagens animados e cenários reais na série Out of the inkwell os amigos produziram uma série de animações chamada "Alice" com a atriz Virgina Davis, a personagem era baseada na historia de Lewis Carrol The adventures of Alice in wonderland. Disney era considerado um desenhista ruim, ele próprio assume isso em uma entrevista à jornalista Oriana Fallaci em 1966: "Eu não gosto muito de desenhar, e quando pare de foi um alívio, na verdade, nem sou muito bom desenhista. Os que aprenderam comigo são bem melhores do que eu" (FALLACI,1966,p. 95).

Em 1923 Disney muda-se para Los Angeles, e produz alguns filmes com um personagem chamado Oswald the Lucky rabbit, em 1928 Charles Mintz encerra o contrato com Disney que perde os direitos autorais do personagem. Mas com ajuda de Ub Iwerks Disney cria seu próprio personagem, que alguns anos depois seria chamado de Mickey Mouse.

Empolgado com a exibição do primeiro filme sonoro da historia "The Jazz singer" Disney tem a idéia pioneira de sincronizar som com imagens animadas, em 1928 lança o filme Steamboat Willie, um marco na historia do cinema de animação norte-americano.

Em 1931 produz a primeira animação em cores As Flores e as Arvores Flowers and Trees o que rende um Oscar a Disney. Em 1933 "os três porquinhos"filme no qual o lobo aparece disfarçado de ovelha e de um mascate explicitamente vestido como um judeu, o filme rendeu algumas críticas a respeito do possível anti-semitismo de Walt Disney

Em 1938 uma revolução acontecia na história dos desenhos animados, Walt Disney lançava o primeiro longa-metragem de animação "Branca de neve e os sete anões" a idéia de se criar um longa de desenho animado era considerada um absurdo pois se acreditava que era impossível manter uma platéia assistindo um desenho animado por muito tempo, as animações até aquela época não ultrapassavam oito minutos.

7. Disney e a guerra

Os desenhos animados e as estórias infantis (contos de fadas etc.) parecem ter sido feitas para crianças. No entanto sabe-se que a estória de chapeuzinho vermelho era na verdade uma narrativa alegórica contada pelos os mais velhos para prevenir as moças virgens sobre questões sexuais, o "lobo mal" seria na verdade o homem que quer fazer relações carnais com a moça, sendo assim as estórias infantis tinham a função de alertar sobre questões sexuais, lembrando que esse tipo de assunto é ainda um tabu para sociedade contemporânea.

Os desenhos animados também não estão em diferente aspecto, esse tipo de produção muitas vezes foi direcionado ao público adulto, no decorrer da década de 1940, com a ascenção do nazismo na Europa a Walt Disney lançou mais de 30 curtas e um longa que foram utilizados para incentivar o alistamento voluntário além de elevar a moral das tropas. A influência dos desenhos na guerra tão significativa que segundo (SANTOS, 2002,p.), "Mickey Mouse" foi o código secreto usado pelos aliados no desembarque na Normandia, em 6 de junho de 1944, o autor aponta ainda que os personagens Disney foram inclusive pintados em veículos bélicos. No filme anti-nazista "Der Fuehrer's face" de 1943 Pato Donald aparece usando um uniforme com a suástica no braço esquerdo. Trata-se uma critica bem humorada ao nazismo.

Em junho de 1941 Walt Disney veio ao Brasil como agente da OCIAA,a missão do diretor era aproximar a América Latina à causa da base aliada na segunda guerra mundial, para isso o governo Roosevelt cedeu a Disney mais de 100 mil dólares para que produzisse filmes de propaganda política.

No entanto Disney não gostou da intervenção militar em seu estúdio, no entanto hoje as orelhas de Mickey simbolizam a supremacia e a influência norte-americana no mundo globalizado.

8.Conclusão

Os Estados Unidos não são o único país a produzir animação, no entanto, seus desenhos parecem imperar no segmento pelo mundo afora. Os desenhos animados apesar de serem considerados infantis, já foram utilizados no decorrer da história como propósitos educacionais a soldados em treinamento para guerra. Além disso, o cinema de animação prolifera idéias e ideais para diversas culturas pelo mundo.

No caso do desenho animado com foco no segmento infantil, as crianças aprendem desde cedo quase que indiretamente a supremacia e o ideal de vida americano, pois é comum, ver em filme bandeiras dos EUA, além de exaltação do American Way of Life, levando a cultura norte-americana a diferentes países. A animação deve ser considerada uma arma poderosíssima quando se trata de proliferação de idéias (como já foi abordado), tomemos, por exemplo, a experiência brasileira, por que nós brasileiros sabemos sobre hábitos tão específicos da cultura norte-americana?, Por exemplo: sabemos que muitos norte-americanos comem ovos fritos, pasta de amendoim e cereal no café da manhã, de fato deve ter sido poucos brasileiros que leram sobre isso em livros, conhecemos os hábitos de vida dos estrangeiros pela sua produção cinematográfica. No entanto sabe-se que a absorção de produções cinematográficas brasileira nos Estados Unidos é relativamente baixa, assim como acontece aqui raramente um filme chinês ou russo, enfim de qualquer outra nacionalidade será exibido em TV aberta no Brasil, isso se dá devido à quantidade de filmes produzidos nos Estados Unidos, no entanto isso não pode ser usado como explicação, pois a Índia, também produz filmes em larga escala, Bollywood está a todo vapor com suas produções, no entanto a popularização dos filmes brasileiros no Brasil não acontece, para se assistir filmes asiáticos interessado devem esperar algum festival de cinema "alternativo" ou cinema cult. Ao invés de produções de diferentes países a TV brasileira exibe filmes americanos, mesmo alguns sendo lixo cinematográfico. As próprias produções brasileiras têm dificuldade de serem exibidas na TV do Brasil, recentemente um projeto de lei sancionou a obrigatoriedade de exibição animações brasileiras em TV aberta no Brasil, trata-se de um projeto que visa não diminuir o poder das animações estrangeiras no país, mas incentivar e valorizar as animações brasileiras.



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Autor: Fernando Caetano


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