''As primeiras ocupações de terra praticadas pelo MST no RN''



"As primeiras ocupações de terra praticadas pelo MST no RN"

Baltazar Macaiba de Sousa   1   ([email protected])

1. Universidade Federal do Maranhão - UFMA

INTRODUÇÃO:

O estudo é o resultado de pesquisa realizada sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), focalizando as primeiras ocupações de terra realizadas pelo MST no Rio Grande do Norte (RN) no Vale do Açu.A vinda de militantes do Movimento dos Sem Terra para o RN em 1989, e a relação inicial estabelecida entre eles e os militantes do PT da cidade de Açu, vai possibilitar que aqueles comecem a organizá-lo no Estado. Inclusive, na referida cidade, o MST vai instalar uma Secretaria que possibilitou a ampliação dos seus contatos com lideranças do MSTR (Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais) e dirigentes dos sindicatos rurais dos municípios de Açu, Ipanguaçu, Carnaubais, Jucurutu, São Rafael, Santana do Matos.

METODOLOGIA:

As principais fontes e técnicas utilizadas na pesquisa foram as seguintes: fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre a problemática agrária relacionada, mais especificamente, ao Movimento dos Sem Terra; procedeu-se, de igual modo, a coleta de documentas - livros, cadernos de formação, boletins, panfletos, jornais, atas de reuniões, relatórios, fontes do INCRA, SAR, ITERN, SEAPAC -; também, realizou-se entrevistas e conversas com dirigentes sindicais, militantes e lideranças do movimento operário / popular que acompanharam o inicio do MST no RN, em que a tradição oral preencheu a lacuna de documentos escritos; outro recurso imprescindível foi a possibilidade de contato diretamente nas áreas de assentamentos e acampamentos, o que permitiu a observação dos fatos in locus.

RESULTADOS:

Constatou-se que o RN tem como uma de suas marcas, a existência de uma estrutura fundiária baseada no latifúndio, de um lado - cuja função é servir de base para o poder político das oligarquias agrárias tradicionais - e, do outro lado, um número significativo de pequenas propriedades camponesas, cuja população vive num estado de miséria absoluta, segundo o Mapa da fome no Rio Grande do Norte. Na verdade, o Estado apresenta um índice de indigência de 45% da população e no meio rural são 110.970 famílias famintas que passam fome, isto é, só no campo são mais de meio milhão de pessoas que tem o que comer.

CONCLUSÕES:

Pode-se concluir que o deslocamento de militantes do MST de outros Estados para o RN era parte da política de expansão do Movimento dos Sem Terra, na luta política pela reforma agrária, propiciando a sua gênese no Estado. Esse fato não pode ser visto de forma particular e de maneira isolada, uma vez que o RN tem como um dos traços característicos o latifúndio. O estudo permitiu a compreensão de alguns fatores responsáveis pela emergência do Movimento dos Sem Terra no RN, pela atualidade do problema agrário-camponês que envolve milhares de camponeses pobres na luta pelo acesso à terra.

Palavras-chave: camponeses pobres; latifúndio; sem-terra.


Autor: Baltazar Macaiba Sousa


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