Uma decisão difícil



UMA DECISÃO DIFÍCIL

de Romano Dazzi

 

Tom entrou em casa, cumprimentou rapidamente Anna, sua esposa e  deixou-se cair sem força na sua poltrona preferida.

 Estava cansado, frustrado.

Anna sentou-se perto dele, com ar resignado, entendendo que não havia novidades.  

Olhou-o com aqueles seus olhos meigos, que a cada dia se entristeciam mais  e limitou-se a passar-lhe a mão sobre a testa, com infinita suavidade.

- Tenha paciência, meu bem – disse-lhe, quase sussurrando – ainda vamos encontrar a nossa estrela...

Ele esboçou um sorriso,  agradecendo em silêncio a doce mentira.

Estava no fim de suas forças, depois de mais  um dia de visitas inúteis, de telefonemas vazios, de longas caminhadas sob o sol escaldante, de um endereço a outro, à procura de um emprego.

Resumindo o que os dois pensavam, falou gravemente:

- Nem precisaria ser um emprego, na verdade;  do jeito que as coisas têm andado, já me contentaria de ser  acompanhante de cachorros, ou  guardador de carros ou distribuidor de folhetos na esquina;  só preciso de  uma oportunidade, nada mais...

Olharam-se nos olhos, longamente.

Durante os muitos anos passados juntos, algumas vezes o amor de Tom por sua esposa tinha arrefecido um pouco; as suas ambições, o envolvimento nas atividades que exercia, tinham criado uma espécie de afastamento; em certos curtos períodos dificilmente teria tempo – ou, quem sabe,  sentiria vontade – de sentar junto de Anna e  olhar  dentro dos olhos dela, – assim  como agora – para procurar um momento de paz.

 

Mas este olhar deles,  agora,  era diferente e profundo; tinha o sabor especial daquela solidariedade, do companheirismo e da compreensão carinhosa, em que consegue se transformar um grande amor, depois de meio século de convivência  diária.

.

 O pó branco dos anos, de repente pairou sobre eles.

 

Sim, porque a nossa vida – a vida de cada um - é prisioneira de um grande moinho de vento; alto, imponente, poderoso, construído no meio da planície onde sempre sopra o vento.

Todos os dias a roda  gira, movida pelas longas pás de vida própria; você as descobre balançando preguiçosamente, empurradas  pela leve brisa da primavera;  ou se arrastando cansadas, sob o vento quente e pesado do verão;  ou  estremecendo perigosamente, quando enfrentam o ímpeto irresistível da  tempestade. 

A cada volta das pás, a cada giro da roda, as moendas  amassam, moem e trituram todos aqueles  grãos que juntos representam a nossa  vida, que significam os nossos dias,  nossos sentimentos, nossas paixões; elas  transformam tudo em um simples pó, branco e leve; tão branco e  leve,  que o primeiro  sopro de vento – ainda e sempre o vento – o levanta, empurra e  espalha  sem dó,  transformando-o em uma nuvem  etérea, que logo se desfaz.

 

Feliz daquele que conseguir salvar um punhado desse precioso pó; viverá dele, dele se alimentará e com ele sonhará, quando ficar sozinho; poderá chamá-lo de saudade, de recordação, de passado; e quando o seu tempo chegar e uma rápida rajada de vento – sempre o vento – vier para  levá-lo  embora, o pó de seus sonhos irá com ele e com ele ficará, envolvendo-o para todo o sempre.

 

O olhar de Anna, tinha este tom branco e triste dos sonhos passados.

Tom olhou-a e sentiu-se de repente mais  forte.

- Sim Anna, - repetiu ele – ainda vamos encontrar a nossa estrela....

 

.........................

 

A caça à estrela continuou no dia seguinte.

Tom levantou cedo, pegou dois endereços e foi à luta.

Um deles era do outro lado da Cidade; resolveu procura-lo primeiro.

 

Subiu com esforço os três andares e deu com um escritório que seria arriscado chamar de modesto; era a dizer a verdade, um pardieiro; sujo e empoeirado, com centenas de papeis desordenadamente jogados em duas mesas, uma delas ocupada por um quarentão gordo, já quase grisalho, mal vestido,  mas simpático.

 

- Você deve ser o Tom – disse ele. E estendeu uma enorme mão, de forma tão amigável, que o Tom se sentiu reconfortado.

 

 – Prazer. Sente-se, por favor. Não repare na bagunça. Eu sou o Garcia, o dono do escritório; que, como você vê , não é grande coisa.

 

- Prazer, senhor Garcia, – respondeu um Tom visivelmente acanhado e desengonçado.- e parou, sem imaginar o que mais poderia dizer.

 

- Vou ser muito franco, Tom – continuou Garcia - Sei que você tem um grande passado;  sei que você trabalhou para gente grande, e que deve ter aprendido um bocado em tantos anos.

 

- Sim, - tentou atalhar o Tom – de fato, mas .....

 

 - Mas também sei que você não está atravessando o seu melhor momento, não é mesmo?

 

- Sim, tentou falar novamente o Tom – mas ....

 

- Bom, sei que nos entenderemos – continuou  Garcia, sem dar nenhuma chance ao Tom - este aqui não é um paraíso, mas o que lhe ofereço é um trabalho, camaradagem e um pequeno salário. Como você vê, aqui também as coisas não andam muito bem; mas tenho certeza que, com a sua ajuda, vamos reverter a situação.

 

   - Sim, sim - tentou dizer pela terceira vez o Tom – e acrescentou, de um fôlego só: pode contar comigo, senhor Garcia, posso fazer muitas coisas! E também.......

Mas  o Garcia não queria soltar a bola.

– Muito bem – continuou – Estamos de acordo; de contabilidade você entende, e não quero perder tempo para lhe explicar o serviço; sei que você saberá exatamente o que fazer, só de olhar os papéis . Você  pode começar amanhã ?

 

- Amanhã ? – perguntou incrédulo o Tom e imediatamente recomposto confirmou – sim, sim, é claro, amanhã, sem falta, e obrigado. Senhor Garcia, obrigado mesmo!...

 

Assim – “tout court” em dois tempos. Contratado. Salário pequeno. Quanto seria? Tom teve medo de perguntar; e se o homem fosse um lunático? E se ficasse bravo por ouvir uma pergunta boba como esta : quanto vou ganhar ? onde já se viu pergunta mais impertinente? Pôr tudo a perder por uma curiosidade inútil? De repente o emprego era a única coisa que importava. Todo o resto ficava para trás. Calou-se e ficou a escutar.

 

Garcia, por seu lado, não se impressionava facilmente.

Homem do mundo, do mercado, do comércio, calculista e precavido, sabia que já tinha todos os trunfos na mão.

Sabia que Tom seria ideal para arrumar seu escritório.

Sabia que ele não conseguira trabalho por muitos meses.

E que as finanças dele não estavam nada bem.

E na verdade este “nada bem” era apenas um eufemismo .

O Tom estava quebrado. Definitivamente, irremediavelmente quebrado.

 

 

Tom, ainda atordoado,  saiu e dirigiu-se ao Metro.

Tanto tempo procurando, tanto desânimo, tantos “não” atirados em sua cara, resvalando nas suas faces como se fossem outros tantos tapas doloridos; e agora, agora que tinha acontecido, não conseguia acreditar.

Qualquer que fosse o salário, seria uma salvação.

Qualquer que fosse o emprego, seria melhor que levar cachorros a passear, e recolher seus cocôs.

 

A viagem de trem, desconfortável,  demorou muito. Já era quase o meio dia, quando Tom  pôs finalmente os pés em casa.

Anna correu à porta, abraçou-o e perguntou com apenas um fio de esperança, como fazia todos os dias; 

 - E então, como foi ?

Aí, Tom desabou  . Caiu em um choro incontrolável, nervoso, libertador, enquanto Anna, sem saber o que tinha acontecido, o afagava carinhosamente.

Finalmente se aquietou

:- Tenho um emprego, Anna! Tenho um emprego! Estamos salvos!...

Foi só depois de fazer um esforço imenso, para engolir as suas próprias lágrimas., que Anna pôde finalmente falar.  

 

E começou logo a fazer perguntas impertinentes e irrespondíveis; onde era, em que horário, o que iria fazer, quanto ganharia, se o lugar era bom, e tranqüilo, e perto de condução, enfim toda uma saraivada de informações que o Tom não podia dar.

 

Finalmente o cansaço provocado pela emoção  se apoderou dos dois. E ficaram ambos quietos, vencidos, vagando em seus pensamentos, sem trocar uma só palavra.

 

A tarde foi tranqüila,; parecia que um grande peso havia sumido das costas de Tom e Anna.

Não tinham ganhado um único real, mas tinham a sensação  de serem dois milionários.

O que pode gerar, no espírito humano, o simples entreabrir-se de uma porta, mesmo quando ele não sabe o que vai encontrar  do outro lado!.....

 

 No dia seguinte, bem cedo, Tom arrumou-se preparou o seu lanche, fez uma leve carícia em Anna que ainda dormia e foi para o trabalho.

A confusão naquele escritório era realmente terrível.

Calmamente, com a tranqüilidade que lhe era peculiar, começou a separar as pilhas de papeis. Contabilidade era o seu forte,   Separou tudo o que podia identificar pelo nome do cliente, depois, pela data, depois pelo tipo de papel. Contas a pagar, contas a receber, folhas de pagamento, recibos, faturas, intimações reiteradas da Receita Federal. A tarde, a metade  dos papeis parecia ter sumido. Cinco pilhas ordenadas sobre a mesa testemunhavam o trabalho feito.

Tom suspirou aliviado, pegou o paletó e:

 – Até logo, senhor Garcia, - falou com voz baixa, de uma maneira que  era sem dúvida de agradecimento.

 - Até amanhã, Tom – fez o Garcia, que não tinha aberto a boca durante o dia inteiro e nem tinha olhado para a mesa do Tom. – Bom serviço, rapaz!...

- Rapaz?  Rapaz eu, um velho de quase 80 anos, que poderia ser seu pai... Bem, deixa pra lá. É um modo de falar até carinhoso. Sacudiu ligeiramente a cabeça, e começou a descer a longa escadaria de madeira....

 

Nos dias, e nas semanas seguintes, a rotina se repetiu.

Anna tinha voltado a ver a vida com um pouco mais de confiança e o tempo todo fazia mentalmente as somas  do que tinham a pagar.

Tentava imaginar como poderiam distribuir o pequeno salário que receberia, para deixar todos os credores mais tranqüilos.

Afinal, era graças a estas pessoas que tinham sobrevivido tantos meses sem nenhuma entrada.

Mas Anna não tinha a menor idéia, assim como o Tom, de quanto entraria no fim do mês. Só tinham que aguardar, pacientemente.

 

Duas semanas depois, um cidadão baixote, de paletó e gravata, mal encarado e – Tom pensou – com um aspecto até um pouco arrogante, tocou a campainha,  às sete da noite, quando estavam começando o jantar.

- Meu nome é Henrique – disse o recém chegado, logo que se instalou na poltrona da sala. – sou amigo do Zeca, o funcionário do Banco, que mora a duas quadras daqui.

Tom lembrava do Zeca; havia conversado algumas vezes com ele, no ponto do ônibus; sabe como é: o ponto de ônibus é o lugar em que  você fica sem jeito; ou encara as pessoas, ou desvia o olhar para o chão. O melhor mesmo, é iniciar uma conversa sem compromisso.

 

- Sou representante comercial – dizia o Henrique – e graças a Deus tenho muitas conexões, aqui e no exterior;  ouvi dizer que você – não se incomoda, Tom,  se o tratar por Você , não é?-  está momentaneamente sem emprego.

- Sim, é verdade – respondeu o Tom  - sem querer revelar que já tinha, graças a Deus, uma nova ocupação. – e do que se trata?

Anna também ficou calada, esperando ouvir o que o visitante tinha a oferecer.

- Bom, - retomou o Henrique – temos uma ótima oferta para Você. Estivemos examinando  sua vida e percebemos que você é um cidadão exemplar, um ótimo pai de família, um trabalhador correto e respeitador.

Tom estava começando a perder a paciência. O jantar estava esfriando.

- Temos uma grande oferta para Você, Tom! – exclamou o moço enfaticamente – uma oferta irrecusável, como nunca lhe apareceu antes na vida e como nunca mais vai aparecer!.

- Temos, somos, fazemos, oferecemos..... Mas quem está fazendo esta oferta? – perguntou o Tom, pondo em estado de alerta todos os sentidos. Quem é o senhor? E em nome de quem está falando?

- Oh, eu não lhe disse? – perguntou, visivelmente contrariado, o senhor Henrique: – peço perdão, Tom; mas é o Grupo K.B.Arnold!   K.B.Arnold é um nome conhecido, um grupo famoso, com filiais no mundo todo! – e simulando uma pretensa incredulidade prosseguiu:  - Não me diga que nunca ouviu falar dele!! Talvez não lhe venha à memória agora, mas com certeza vai se  lembrar !....

Tom abriu todos os arquivos de sua cabeça, esquadrinhos todas as pastas, que mantinha rigorosamente em ordem no seu cérebro, e não encontrou nada. Nem a mais pálida lembrança de um grupo chamado K.B. Arnold.

- Não consigo me lembrar,-  disse por fim - Mas em que consistiria este serviço? 

- Ah bom, - retomou o Henrique – vejo que consegui  chamar a sua atenção. –

O grupo está comprando uma firma de contabilidade na América Central; o negócio está sendo tratado em sigilo, e lhe recomendo a maior discrição. Decidimos encarrega-lo de fazer uma rápida auditoria no escritório da firma.

É um pé lá, um pé cá . Vai num dia e volta no dia seguinte. Simples e tranqüilo, não é?

- Não faço idéia do que querem saber; não posso chegar lá e fazer perguntas sobre uma situação que não conheço!

- Mas não, meu amigo! Vamos lhe dar todos os detalhes necessários, que estamos preparando. No dia de embarcar, nosso pessoal lhe entregará a mala com os papeis, que você poderá ver ao chegar ao destino. Por razões de segurança, a mala estará fechada com um cadeado e só será aberta ao chegar lá, no escritório.

Deixou cair o assunto, e animadamente passou a citar as vantagens: -  veja, você fará uma viagem rápida, mas inesquecível,  à cidade do México ; como lhe disse, é uma assunto simples e sem comprometimentos;  você prestará um grande serviço à K.B.Arnold, que, além de lhe ficar reconhecida, lhe pagará todas as despesas e, ao voltar,  um bônus de 50.000 reais!. 

 

Ao ouvir o valor, tanto o Tom quanto a Anna  puseram  em febril atividade suas calculadoras mentais. Seria o fim de todos os pesadelos, pagariam todas as dívidas, e  ainda sobraria algum dinheiro – um bom dinheiro, na verdade!

E seria um trabalho tão simples, tão linear, uma auditoria sobre papeis já existentes, uma verificação de rotina, um simples passar de olhos nos números.

 

- Posso pensar até amanhã? – perguntou timidamente o Tom

- Mas claro ! Pode pensar a vontade, Tom. – respondeu o Henrique – mas recomendo que não perca esta oportunidade!. Passo por aqui amanhã a esta mesma hora. E espero que você aceite a oferta!.

 

Quando ficaram sozinhos, Tom e Anna olharam-se sem saber o que dizer.

O trabalho pedido – pensava Tom – era muito simples, não acarretaria nenhuma despesa , seria resolvido em apenas dois dias; o senhor Garcia, com certeza não se oporia.

O trabalho que o Tom tinha realizado durante a semana compensava amplamente dois dias de falta.

E depois, para mostrar boa vontade, poderia repor algumas horas extra.  

 

A soma oferecida – pensava Anna, - era maior do que haviam visto durante muitos anos. Resolveria tantos problemas, pagaria tantas contas, liquidaria tantas preocupações, que compensaria qualquer sacrifício.

 

Só quem encarou  estas dificuldades pode entender a mágoa que se sente; ter que pagar cem e receber trinta, põe  a pessoa  em uma posição complicada e sem saída.  Varre o orgulho, o respeito, a auto-estima, a confiança deixando a alma vazia e vulnerável; e pior,  acaba instilando no espírito algumas sementes malignas, que dizem respeito à seriedade e à honestidade....

 

De qualquer forma, esta situação, tão diferente daquela de duas semanas antes, era também, por sua vez, desagradável e difícil . 

 

Por fim, algumas dúvidas bem razoáveis abriam caminho na mente do Tom.

O homem  aparece do nada, e diz ter investigado o Tom;  lhe oferece uma pequena fortuna – nas circunstâncias  em que se encontrava – para fazer uma simples viagem, um trabalho bobo de confrontar números e ainda, por conta de um grande, mas desconhecido Grupo internacional: esta não é coisa que cheire bem.

 

- Deve haver alguma mutreta – decidiu por fim – e meu nome vale muito, para se perder por uma porcaria de 50.000 reais (bom, ele não disse exatamente “porcaria”, porque quem deve dinheiro, trata-o com o mais alto grau de respeito e aprende a nunca fazer  pouco dele).

 

Quando, depois de vários minutos de silêncio, abriu finalmente a boca, suas palavras cruzaram com as da Anna, que decidiu falar naquele mesmo instante.

- Sabe Anna – começou ele; e – Sabe Tom – começou ela.....

 

Ambos sorriram  desta pequena cumplicidade que surge entre duas pessoas quando convivem por muito tempo,  e que os faz  pensar de forma paralela, em termos de tempo e de espaço.

 

- Queria dizer que não vou aceitar, não – disse ele de um fôlego só, como para evitar que um súbito arrependimento pudesse tomar  conta de suas palavras.

- Como é bom ouvir isso, Tom – respondeu suavemente Anna. – É  este o Tom que conheço, o Tom que amo...

-   Vamos então desistir da bolada?

-  Sim, e no máximo, vamos apostar na Loteria, se quiser.....

 

O resto é sabido: apareceu nos jornais; com a negativa de Tom, o Henrique contratou outro candidato – têm ingênuos aos montes, a humanidade é feita quase toda deles.  Este candidato – cujo nome me escapa – não chegou nem a ter a satisfação de subir no avião. O grupo internacional K.B.Arnold não existia. E a mala, que só seria aberta no destino, continha três quilos de heroína pura. Um cão farejador a descobriu facilmente.

 

A vida do Tom continuou igual, no dia-a-dia de sempre. Ao fim do mês, recebeu 3000 reais – muito mais do que esperava muito menos do que precisava.

Comprou um cartão postal, com o panorama da Cidade do México e o prendeu no espelho da penteadeira. Por um estranho jogo de luz, olhando-o da cama, o cartão refletia a grade da janela. E parecia de prisão.

Tom olhava, e repetia rindo, todos os dias: - olha do que escapei, Anna, olha do que me livrei!......    

E na planície imensa, enquanto isso, os moinhos de vento continuavam a fazer girar as suas rodas e a moer recordações, para alimentar o futuro, com a branca, leve farinha do passado....

 

 


Autor: Romano Dazzi


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