Abraham Maslow



ABRAHAM MASLOW


História de Vida

Maslow nasceu em Brooklyn, Nova York, em 1 de abril de 1908.

Todos os seus diplomas foram conseguidos na Universidade de Winscosin, onde fez pesquisas sobre o comportamento dos primatas.

Por 14 anos, ele trabalhou na faculdade do Brooklyn College.

Em 1951, Maslow foi para a Universidade de Brandeis, onde permaneceu até de 1969, quando se tornou resident fellpw da Fundação Laughlin em Mentlo Park, Califórnia.

Maslow sofreu um ataque cardíaco fatal em 8 de junho de 1970.

Depois de sua morte, surgiram vários livros sobre sua vida e obra.

Maslow valeu-se de investigações de pessoas sadias e criativas para chegar a certas formulações sobre a personalidade.

Suposições sobre a natureza humana

Maslow censurava a psicologia por sua "concepção pessimista, negativa e limitada" do ser humano.

Segundo ele, a psicologia detivera-se mais nas fragilidades do que nas forças humanas, explorava mais minuciosamente os pecados enquanto negligenciara as virtudes.

A psicologia vira a vida em termos de um indivíduo tentando desesperadamente evitar a dor em vez de agir ativamente para obter prazer e felicidade.

A psicologia "restringiu-se voluntariamente apenas à metade de sua legítima jurisdição, e à pior metade, à metade mais sombria". Maslow tentou suprir a outra metade do quadro, a metade melhor e mais favorável, e oferecer um retrato da pessoa completa.

Concepção do homem psiquiatricamente sadio.

Em primeiro lugar, e o mais importante de tudo, está a sólida crença de que o homem tem uma natureza essencial própria, o esqueleto de uma estrutura psicológica que pode ser tratada e discutida analogamente com sua estrutura física, de que ele tem necessidades, capacidades e tendências geneticamente baseadas, algumas das quais são características de toda a espécie humana, atravessando todas as linhas culturais, e algumas das quais são exclusivas do indivíduo. Essas necessidades são aparentemente boas ou neutras e vez de más.

Segundo, está envolvida a concepção de que o desenvolvimento plenamente sadio, normal e desejável consiste em realizar a sua natureza, em cumprir todas essas potencialidades e em desenvolver-se até a maturidade ao longo das linhas ditadas por sua natureza essencial oculta, encoberta e vagamente vislumbrada, desenvolvendo-se a partir do interior ao invés de ser moldado pelo exterior.

Terceiro agora vemos claramente que a psicopatologia em geral resulta da negação, frustração ou da distorção da natureza essencial do homem. Por essa concepção, o que é bom? Tudo o que conduz a esse desenvolvimento desejável na direção da realização da natureza interior do homem.

O que é mau ou anormal? Tudo o que frustra, bloqueia ou nega a natureza essencial do homem.

O que é psicopatológico? Tudo o que perturba, frustra ou distorce o curso da auto-realização.

O que é psicoterapia ou qualquer tipo de terapia? Qualquer meio que ajude a pessoa a voltar ao caminho da auto-realização e do desenvolvimento ao longo das linhas ditadas por sua natureza interior.

Natureza humana

Esta natureza interior não é forte, irresistível e inconfundível como os instintos dos animais. A natureza humana é frágil, delicada, sutil e facilmente dominada por hábitos, pressão cultural e atitudes erradas em relação a ela.

Apesar de frágil, ela raramente desaparece na pessoa normal – talvez nem mesmo na pessoa doente.

Mesmo negada, ela continua às escondidas, pressionando eternamente para realizar-se.

Todas as evidências (principalmente evidências clínicas, mas também outros tipos de evidência de pesquisa) indicam que é razoável supor que praticamente em todos os seres humanos, e certamente em quase todo bebê recém-nascido, existe um desejo ativo de saúde, um impulso para o crescimento ou para a realização das potencialidades humanas.

As pessoas têm uma natureza inata que é essencialmente boa ou pelo menos neutra. Ela não é inerentemente má. Não é verdade que os instintos são maus ou anti-sociais e precisam ser domados pelo treinamento e pela sociedade. À medida que a personalidade se desdobra, pela maturação em um ambiente benigno e pelos esforços ativos por parte da pessoa para realizar a sua natureza, os poderes criativos do ser humano se manifestam cada vez mais claramente.

Seres humanos neuróticos

Quando os humanos são miseráveis ou neuróticos, é porque o ambiente os tornou assim, por meio da ignorância e da patologia social, ou porque eles distorceram seu pensamento.

Maslow acreditava que muitas pessoas temem e resistem a tornarem-se seres humanos completos. (auto-realizados).

A destrutividade e a violência, por exemplo, não são inatas nos seres humanos. Eles se tornam destrutivos quando sua natureza interior é distorcida, negada ou frustrada.

Maslow distinguia entre a violência patológica e a agressão sadia que luta contra a injustiça, o preconceito e outros males sociais.

A neurose é um fracasso do crescimento pessoal. Isto é, a neurose significa que a pessoa "não conseguiu ser o que poderia ter sido, e diríamos, inclusive, o que deveria ter sido, biologicamente falando, sito é, se ela tivesse crescido e se desenvolvido sem nenhum impedimento".

Se todos nós temos o impulso de realizar o nosso potencial, o que interfere nisso? Por que não estamos todos nos auto-realizando? Tal posição levou Maslow a examinar honestamente o relacionamento entre os seres humanos e a sociedade.

Uma vez que chamamos de doente o homem que está basicamente frustrado e impedido;

Uma vez que essa frustração básica só é possível por forças fora do indivíduo;

A doença no indivíduo só pode vir de uma doença na sociedade.

Sociedade

A sociedade boa ou sadia seria então definida como aquela que permite a emergência dos propósitos superiores do homem ao satisfazer todas as suas necessidades básicas.

Em parte, tudo isso ocorre porque a motivação para o crescimento é frágil (menos prepotente) se comparada à motivação para satisfazer necessidades básicas.

Defesas internas que nos impedem de estar em contato conosco.

Primeiro, o complexo de Jonas se refere à nossa tendência a temer e a tentar fugir do nosso destino e das possibilidades "constitucionalmente sugeridas".

Tememos as "possibilidades divinas" em nós mesmos, e não nos permitimos ser grande.

A resposta de Maslow quando os alunos se sentiam embaraçados por essa atitude era perguntar: "Se não for você, então quem?"

A grandeza nos outros e o potencial de grandeza em nós mesmos geralmente são esmagadores e produzem o que os gregos chamavam de medo de hubris, ou pecado do orgulho.

Nós fugimos ao nosso crescimento e em conseqüência estabelecemos baixos níveis de aspiração.

Segundo ocorre uma dessacralização quando aprendemos a negar as qualidades impressionantes, simbólicas e poéticas de pessoas ou atividades. Disso decorrem a falta de confiança e a falta de respeito. Maslow sugeriu que os indivíduos sadios ou auto-realizadores precisam aprender a ressacralizar seu mundo.

Hierarquia de necessidades

Maslow propôs uma teoria da motivação humana com base em uma hierarquia de necessidades.

Quanto mais baixo o nível de uma necessidade na hierarquia, mais preponderante ou dominante é essa necessidade. Em outras palavras, quando várias necessidades estão ativas, a necessidade mais inferior será a mais compelidora. À medida que as necessidades são satisfeitas, emergem necessidades novas e superiores.

Além disso, as necessidades dos níveis inferiores da hierarquia trazem uma motivação de deficiência, porque são acionadas por um déficit ou falta na pessoa, enquanto as necessidades nos níveis superiores trazem uma motivação de crescimento, porque fazem a pessoa buscar metas e crescimento pessoais.

Maslow considerava as necessidades de sua hierarquia como instintóides, ou "instintos fracos". Isto é, nós herdamos os impulsos, mas aprendemos suas metas ou seus modos de expressão.

A gratificação sadia das necessidades não ocorre por meio de associações arbitrárias, mas de tudo o que satisfaz de forma "intrinsecamente adequada". O nível mais baixo na hierarquia de Maslow é o das necessidades fisiológicas.

Elas incluem fome, sexo, sede e outras pulsões com base somática. Na extensão em que as necessidades fisiológicas estejam insatisfeitas, elas passam a dominar a pessoa. Tais necessidades são preemptivas, no sentido de que empurram todas as outras necessidades para segundo plano.

A ausência ou o desaparecimento de todas as outras necessidades em uma pessoa que está dominada pela fome, por exemplo, alguém que é vítima de guerra ou de um desastre natural, não é paradoxal; é conseqüência da preponderância das necessidades fisiológicas.

Essas necessidades correspondem em muitos aspectos aos instintos descritos por Freud.

À medida que as necessidades fisiológicas são gratificadas, emergem novas necessidades.

Conforme Maslow colocou, "um desejo satisfeito não é mais um desejo. O organismo é dominado e o seu comportamento é organizado apenas por necessidades insatisfeitas. Se a fome é saciada, ela deixa de ter importância na dinâmica atual do indivíduo".

O próximo conjunto de necessidades a emergir é o das necessidades de segurança.

Elas incluem segurança, estabilidade, dependência, proteção, ausência de medo, necessidade de estrutura, etc. Tais necessidades estão mais óbvias nos bebês e nas crianças, como no medo que a criança pequena tem de estranhos.

As necessidades de segurança estão grandemente satisfeitas para a maioria dos adultos que vivem em uma sociedade hospitaleira. Tais necessidades só são vistas durante desastres naturais ou sociais, ou no comportamento neurótico, como no transtorno obsessivo-compulsivo.

O terceiro conjunto de necessidades a emergir é o das necessidades de pertencimento e amor. Elas representam a necessidades de amigos, família e de "relações afetuosas com as pessoas em geral".

Maslow atribuiu essas necessidades à "nossa tendência profundamente animal de agrupar-se, congregar-se, reunir-se, pertencer a".

A crescente urbanização e a despersonalização das gerações recentes podem estar contribuindo para a frustração dessas necessidades.

Maslow sugeriu que "a frustração dessas necessidades é o núcleo mais comumente encontrado nos casos de desajustamento e de patologia mais graves". O quarto nível inclui dois conjuntos de necessidades de estima, representando as nossas necessidades de auto-estima e de estima dos outros.

O primeiro conjunto inclui desejo de força, conquista, domínio e competência, confiança e independência. O segundo conjunto inclui as necessidades de respeito e estima dos outros, incorporando os desejos de fama, status, dominação, atenção e dignidade.

Essas necessidades conforme Maslow salientou, são semelhantes aos constructos encontrados nas teorias de Adler, Horney, Allport e Rogers.

As dinâmicas também são similares, como na sugestão de Maslow (semelhantes à de Adler) de que a frustração das necessidades de auto-estima produz sentimento de inferioridade, o que, por sua vez, dá origem a tendências compensatórias ou neuróticas.

O nível mais alto de necessidades é o de auto-realização.

Maslow afirmou que quando todas as quatro necessidades básicas, de deficiências, foram satisfeitas, "logo se desenvolve um novo descontentamento e inquietude, a menos que o indivíduo esteja fazendo aquilo que ele, individualmente, é talhado para fazer... O que um homem pode ser, ele deve ser". Auto-realização se refere ao "desejo de tornarmo-nos cada vez aquilo que somos idiossincraticamente, de tornamo-nos tudo aquilo que somos capazes de tornar-nos".

É importante reconhecer que a auto-realização não envolve uma deficiência ou a falta de algum elemento externo; ela representa um "crescimento intrínseco daquilo que já está no organismo... o desenvolvimento então vem de dentro e não de fora, e, paradoxalmente, o maior motivo é atingir um estado de não-motivação e de ausência de esforço".

Metanecessidades e metapatologia.

As pessoas auto-realizadoras não são motivadas primariamente por necessidades básicas, elas são metamotivadas por metanecessidades ou Valores-do-ser. Maslow sugeriu que os auto-realizadores, que ele chamou de "mais inteiramente humanos", são orientados por valores intrínsecos, não pela busca de objetos desejados (Observe como isso lembra a descrição da "busca da superioridade" de Adler).

As metanecessidades são instintóides, ou biologicamente necessárias, assim como as quatro necessidades básicas. As metanecessidades são necessárias para evitar doenças, ou "metapatologia", e para atingir a plena humanidade.

Maslow descreveu a tabela como uma "espécie de tabela periódica", útil para identificar patologias ainda não descobertas.

Valores-do-Ser e Metapatologias Específicas

Valores-do-Ser

Privação Patogênica

Metapatologias Específicas

1. Verdade

Desonestidade

Descrença; desconfiança; cinismo; ceticismo; suspeita.

2. Bondade

Maldade

Total egoísmo; ódio; repulsa, nojo; só confia e pensa em si mesmo; nihilismo; cinismo.

3. Beleza

Feiúra

Vulgaridade; infelicidade específica, inquietude, perda do gosto, tensão, fadiga; filistinismo; desolação.

4. Unidade; inteireza.

Caos, atomismo, perda de conexão.

Desintegração, "o mundo está se desintegrando"; arbitrariedade.

4.A.Dicotomia transcedência

Dicotomia preto-e-branco; perda de gradações, de graus; polarização forçada; escolhas forçadas.

Pensamento preto-no-branco; pensamento ou/ou; ver tudo como um duelo ou uma guerra, ou como um conflito; baixa sinergia; visão simplista da vida.

5. Vivacidade; processo.

Amortecimento; mecanização da vida.

Amortecimento; robotização; sentir-se totalmente determinado; perda da emoção; tédio; perda do gosto pela ávida; vazio experiencial.

6. Singularidade

Mesmice; uniformidade; intercambialidade

Perda do sentimento de self e de individualidade; sentir-se intercambiável, anônimo, não realmente necessário.

7. Perfeição

Imperfeição; desleixo; mau acabamento; má qualidade.

Desânimo; desesperança; nada pelo que trabalhar.

7A. Necessidade

Acidente; ocasionalismo; inconsistência.

Caos; impredizibilidade; perda da segurança; vigilância.

8. Completude; finalidade.

Incompletude

Sentimentos de incompletude com preservação; desesperança; a pessoa deixa de lutar e enfrentar; não vale a pena tentar.

9. Justiça

Injustiça.

Insegurança; raiva; cinismo; desconfiança; ilegalidade; visão do mundo como uma selva; total egoísmo.

9A. Ordem

Ilegalidade; caos; colapso da autoridade.

Insegurança; cautela; perda de segurança, de perdizibilidade; necessidade de vigilância, prontidão, tensão, estar em guarda.

10. Simplicidade

Complexidade confusa; caráter desconexo; desintegração.

Supercomplexidade; confusão; desorientação, conflito, perda de orientação.

11. Riqueza; totalidade; abrangência.

Pobreza, coarctação

Depressão; inquietude; perda do interesse pelo mundo.

12. Ausência de esforço

Muito esforço

Fadiga, tensão, esforço, falta de jeito, inabilidade, falta de graça, rigidez.

13. Divertimento

Ausência de humor

Severidade; depressão; ausência paranóide de humor; perda do gosto pela vida; falta de alegria; perda da capacidade de divertir-se.

14. Auto-suficiência

Contingência; acidente; ocasionalismo

Dependência do percebedor; ele se torna sua responsabilidade.

15. Significado

Falta de significado

Falta de significado; desespero; a vida não tem sentido.

Maslow notou que, embora as necessidades básicas sejam preponderantes em relação às metanecessidades, as metanecessidades são igualmente potentes: elas não existem em uma hierarquia generalizada de predominância.

Mas os indivíduos realmente parecem desenvolver suas próprias hierarquias de metanecessidades com base em outros componentes de sua personalidade. Maslow ofereceu várias qualificações para a hierarquia de necessidades recém-descritas.

Por exemplo, além das necessidades conativas contidas na hierarquia, nós também possuímos necessidades cognitivas, especialmente os desejos de saber e compreender, bem como uma necessidade estética verdadeiramente básica.

Não está completamente claro como essas necessidades subordinadas se encaixam na hierarquia, mas sua semelhança com as metanecessidades sugere que elas servem como um componente ou como uma pré-condição para a auto-realização.

Além disso, pode haver exceções para a ordem das necessidades básicas. A inversão mais comum ocorre quando a auto-estima é mais importante para uma pessoa do que o amor. As necessidades menos predominantes podem simplesmente se perder nas pessoas que experienciaram a vida em um nível muito baixo.

As pessoas podem escolher arriscar-se à privação de uma necessidade inferior a serviço de uma superior, como no caso da pessoa que desiste de um emprego para preservar seu auto-respeito. Mas a necessidade mais preponderante eventualmente se reafirma.

Finalmente, Maslow introduziu o que chamou de "maior tolerância à frustração por meio da gratificação inicial". As pessoas que tiveram satisfeitas as suas necessidades básicas durante a vida, especialmente em seus anos iniciais, parecem desenvolver um poder excepcional de suportar a frustração presente ou futura dessas necessidades.

Maslow também qualificou sua declaração de que uma necessidade superior emerge quando uma necessidade inferior é satisfeita.

De fato, uma necessidade não precisa estar completamente satisfeita antes que emerge a próxima; e Maslow propôs porcentagens decrescentes de satisfação à medida que subimos na hierarquia de preponderância.

Finalmente, Maslow apresentou algumas complicações razoáveis de seu modelo.

Ele não colocou as necessidades como completamente conscientes ou inconscientes. Embora tipicamente não estejamos conscientes das nossas necessidades básicas, podemos tomar consciência delas com certo esforço. Nossos desejos conscientes do dia-a-dia são "indicadores de superfície de necessidades mais básicas".

Maslow reconheceu a realidade da diversidade cultural e não afirmou que sua hierarquia fosse universal. Mas ele sugeriu que a hierarquia é mais universal e mais básica do que os desejos conscientes superficiais e os comportamentos aos quais normalmente prestamos atenção.

Maslow concordou com Freud que a maioria dos comportamentos é superdeterminada ou multimotivada por todas as necessidades básicas. Finalmente, alguns comportamentos não são motivados, mas determinados pelo campo externo, ou são um reflexo do estilo da pessoa.

Síndromes.

Maslow acreditava que poderíamos compreender melhor a organização da personalidade por meio do conceito de síndrome da personalidade, um termo que ele tomou emprestado da medicina.

Ele descreveu uma síndrome como "um complexo estruturado e organizado de especificidades aparentemente diversas (comportamentos, pensamentos, impulsos de ação, percepção, etc), que, quando estudadas cuidadosamente e validamente, mostram ter uma unidade comum que pode ser chamada variadamente de significado dinâmica, expressão, qualidade, função ou propósito semelhante".

Uma síndrome leva a um grupo de sentimentos e comportamentos "funcionalmente equivalentes" e relativamente resistentes à mudança. Maslow indicou que cada síndrome consiste em muitos níveis de generalidade.

Ele sugeriu que pensássemos em uma grande caixa contendo caixas menores, que, por sua vez, contêm caixas menores e assim sucessivamente.

Por exemplo, ele descreveu uma síndrome de segurança.

- Ela pode conter 14 subsíndromes, uma das quais poderia ser poder-submissão.

- Uma pessoa insegura poderia expressar a necessidade de poder de muitas maneiras, uma delas o preconceito.

- A tendência ao preconceito seria então uma subsíndrome da necessidade de poder.

A análise poderia continuar, identificando subsíndromes subjacentes ao preconceito, e assim por diante. Infelizmente, o conceito de Maslow de síndromes de personalidade é pouco discutido no restante de sua obra, e um pouco ambíguo.

Por exemplo, como as síndromes se desenvolvem e quais são os possíveis tipos de síndromes?

Os exemplos de Maslow de síndromes de auto-estima e segurança sugerem que as necessidades de sua hierarquia oferecem os núcleos das síndromes. Essa estratégia permitiria ao aluno traçar paralelos entre as síndromes e os tipos de caráter freudianos ou de complexos junguianos.

Segundo Maslow, essa estratégia "nos permite ser sofisticados tanto acerca do particular quando do todo, sem cais em um particularismo sem sentido ou em uma generalidade vaga e inútil ... ela nos permite estudar simultânea e efetivamente o caráter único e o caráter comum.

Auto-realizadores.

Maslow acreditava que, se os psicólogos estudarem exclusivamente pessoas incapacitadas, neuróticas, que sofreram paradas em seu desenvolvimento, eles provavelmente produzirão uma psicologia incompleta. A fim de desenvolver uma ciência mais completa e abrangente da pessoa humana, os psicólogos também precisam estudar pessoas que realizaram suas potencialidades integralmente.

Maslow faz exatamente isso; ele estudou intensiva e profundamente um grupo de pessoas auto-realizadoras. Elas são aves raras, conforme Maslow descobriu quando estava formando seu grupo.

Alguns de seus sujeitos eram personagens históricos, como Lincoln, Jefferson e Beethoven. Outros estavam vivos na época em que foram estudados, como Einstein e amigos e conhecidos do investigador. Essas pessoas foram investigadas clinicamente para se descobrir que características as distinguiam das pessoas comuns.

Essas características distintivas são as seguintes:

Elas são realisticamente orientadas.

Elas aceitam o si mesmas, as outras pessoas e o mundo natural como são.

Elas são muito espontâneas.

Elas se centram em problemas e não em si mesmas.

Elas têm um ar de destacamento e uma necessidade de privacidade.

Elas são autônomas e independentes.

Sua apreciação das pessoas e das coisas é nova em vez de estereotipada.

A maioria teve experiências místicas ou espirituais profundas, embora não necessariamente de caráter religioso.

Elas se identificam com a humanidade.

Seus relacionamentos íntimos com algumas pessoas especialmente amadas tendem a ser profundos e intensamente emocionais em vez de superficiais.

Seus valores e atitudes são democráticos.

Elas não confundem os meios com os fins.

Seu senso de humor é filosófico em vez de hostil.

Elas têm um grande fundo de criatividade.

Elas resistem a conformar-se à cultura.

Elas transcendem o ambiente em vez de simplesmente lidar com ele.

Maslow também investigou a natureza do que ele chama de "experiências de pico".

Foram obtidos relatos sobre a experiência mais maravilhosa da vida da pessoa.

Descobriu-se que as pessoas que estão passando por experiências de pico se sentem mais integradas, mais em união com o mundo, mais donas de si, mais espontâneas, menos conscientes do espaço e tempo, mais perceptivas, e assim por diante.

Referência Bibliográfica

HALL, C. S; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. Cap 11. A teoria de Carl Rogers centrada na pessoa. p. 354-363.


Autor: Ana Carolina Dias Espelho


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