Ministério Da Defesa - Por Que Nelson Jobim?



Nelson Azevedo Jobim, gaúcho de Santa Maria, é formado em ciências jurídicas e sociais, tendo exercido a advocacia entre os anos de 1969 e 1994. Ingressou no Legislativo em 1987, eleito deputado federal pelo estado do Rio Grande do Sul, atividade que exerceu até janeiro de 1995, quando assumiu o cargo de Ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, tendo sido nomeado, em 1997, Ministro do Supremo Tribunal Federal.

É incontestável sua inteligência, sua competência e dinamismo, haja vista seu currículo profissional e comprovada experiência em alguns ramos do direito, inclusive o eleitoral... mas, o que ele entende sobre a Expressão Militar do Poder Nacional, para justificar sua posse como Ministro da Defesa?

Será que, em algum país do mundo, monarquia ou república, qualquer que seja seu sistema de governo, deixaria suas Forças Armadas e a Defesa da integridade de seu Território, de suas cobiçadas reservas naturais e minerais e de sua Soberania, nas mãos de um... “político”?

Quando soube, através da mídia, da indicação e posse do eminente jurista, uma imagem, dos tempos de “Jovem Guarda”, me veio à mente: “Agora, com vocês, o meu amigo de Fé, meu irmão camarada.... Nelson Jobim”...

Será que a idéia deste governo (com letra minúscula mesmo) é mesmo de “confundir”, “anarquizar com”, “debilitar” a Vontade de seus cidadãos?

Penso que, para assumir qualquer cargo político, em qualquer esfera administrativa - Federal, Estadual ou Municipal - dever-se-ia se preparar o cidadão.

Eu, que sou advogada, tive de passar por, no mínimo, uma faculdade de direito, para exercer a profissão de minha escolha... o mesmo aconteceu com cada profissional deste país: engenheiros, médicos, administradores, economistas, professores, técnicos em todas as áreas...

Como todos os demais profissionais, os militares também tiveram de passar por uma escola de formação, além de treinamentos específicos, de aperfeiçoamento, de especialização, para aprenderem a pensar e agir como “soldados”, para estarem sempre “prontos” para preservarem e defenderem nossa terra, nossa gente, nossa economia, nossa tecnologia, contra todo tipo de interesses, ameaças e ataques estrangeiros...

Tanto se fala em segurança pública... A preservação e a defesa de nossas fontes de água potável, de nossa fauna e flora, de nossas florestas, de nossas reservas minerais - hoje, muito bem mapeadas por satélites estrangeiros - não é “Segurança Pública”? O Brasil não é “nosso quintal”?

O Ministério da Defesa não é - e jamais será, Graças a Deus! – o Congresso Nacional, onde, a maioria dos que ali se encontram, pouco ou nada sabem sobre o Brasil... A classe “legislativa” de nosso País, infelizmente, não é preparada para exercer a “profissão de legislar”... aliás, já há um bom tempo, deixaram de lado a função “legislativa” para exercerem funções de “investigação”, as tais “Comissões de Inquérito”, até porque, essas comissões são “alvo da mídia”... posar para fotos e com eles mesmos...

Se os cidadãos fossem preparados, a nível de ensino médio, para as funções de “legisladores municipais”, a nível de graduação, para funções de “legisladores estaduais e federais”, e a nível de pós-graduação, para o exercício das funções de senadores da República, certamente, não negligenciariam a Defesa Nacional, em prol do Desenvolvimento Nacional.

Igualmente importante, a Defesa Nacional vem sendo deixada de lado desde meado dos anos 80... Nossas indústrias de defesa estão fechando, ou em sérios problemas financeiros... Perdemos a “ENGESA” e, por muito pouco, não perdemos nossa “EMBRAER”, que conseguiu mostrar a qualidade de seus aviões ao mundo, porque, se dependesse do governo brasileiro...

“governo” (com letra minúscula mesmo) brasileiro é chique, bem!!! Só compra “coisa importada”... avião, vem da França, equipamentos do sistema de defesa aéreo, vem da europa... o que não vem dos países estrangeiros é a “tecnologia” dos equipamentos que o Brasil ainda compra no exterior, mesmo com a qualidade tecnológica dos equipamentos fabricados aqui...

O Ministério da Defesa não pode cair, mais uma vez, nas mãos de um “amigo de Fé”, do “irmão camarada” ou entrar na “negociata partidária” dos cargos de alto escalão: “ah, você é aliado do “governo”, então eu lhe dou o ministério A, a autarquia B e a concessionária C, mas, em troca, você me devolve o ministério D, que será negociado com os partidos x e y, afinal, eles também integram a base governista e têm sua parte do bolo”....

Nossos Militares precisam de Comando (com c maiúsculo mesmo), e não se pode ser um bom “comandante”, se não se foi, primeiro, um bom “comandado”, se não se tem idéia do significado do que seja “Hierarquia e Disciplina” para a tropa...

O Ministério da Defesa, desde sua criação, ficou em mãos de “políticos” que, de Defesa Nacional, só sabiam distinguir as cores verde, azul e branca dos uniformes de seus comandados...

Enquanto as “omissões” e as “decisões inconsequentes” desses “políticos” não chegavam ao conhecimento da Sociedade, ia-se “maquiando” a vergonhosa e desesperadora situação da falta de “Comando” nesse Ministério... mas, e agora, que veio a público o caos do sistema aeroportuário brasileiro, que resultou em dois gravíssimos acidentes, onde foram perdidas centenas de vidas - avião da empresa GOL, chocando-se com um LEGACY e o AIRBUS A320 da TAM? E a greve de controladores de vôo, que vem congestionando nossos aeroportos?

Enquanto “políticos” tentaram solucionar a crise no controle de trâfego aéreo com “acordo” em “mesa de negociação”, um verdadeiro “Comandante”, oriundo da Tropa, não teria permitido que a situação, sequer, chegasse a esse ponto...

O Ministério da Defesa não precisa de mais um “político” aliado do “governo”... precisa, sim, de um “Comandante”!

Autor: Sandra Bossio


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