A IMIGRAÇÃO NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
Imigração refere-se à vinda de pessoas de outros países para um novo país, esta pessoa pode se instalar permanentemente ou temporariamente, sempre com o intuito de obter trabalho e uma residência. A emigração do país de origem acontece devido problemas enfrentados seja de ordem social, cultural, econômica ou religiosa pelo qual a pessoa ou grupo de pessoas vivenciam.
Este trabalho refere-se à imigração no Brasil, sendo discutido o que significa imigração, movimentos migratórios, quem foram os povos mais expressivos que vieram para ajudar a formar a nação brasileira e por que o Brasil era e é um país tão atrativo para que aconteça a imigração.
2 IMIGRAÇÃO
A imigração é considerada como o movimento de entrada, com ânimo permanente ou temporário e com a intenção de trabalho e/ou residência, de pessoas ou populações, de um país para outro. Imigração significa que a pessoa entrou em um país que não o seu de origem para viver ali ou passar um período de sua vida (Wikipédia, 2009).
Em geral a imigração ocorre por iniciativa pessoal, pela busca de melhores condições de vida e de trabalho por parte dos que imigram, ou ainda para fugir de perseguições ou discriminações por motivos religiosos ou políticos. Foi o principal motivo dos movimentos migratórios ocorridos da Europa e da Ásia para as Américas no século XIX e também no início do século XX (muito embora houvesse também o interesse na entrada de imigrantes, por razões demográficas ou para o “branqueamento” de sua população, por parte de países de acolhimento). Esse processo também pode ser incentivado por governos de países que queiram aumentar o tamanho e/ou a qualificação de sua população, como ainda fazem o Canadá e a Austrália por exemplo, desde o século XX (Wikipédia, 2009).
2.1 MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
As migrações internacionais (e internas) são centrais para o estudo dos processos de urbanização e desenvolvimento das economias e sociedades. A compreensão da história recente passa pela análise das interações entre os países relacionada à aceleração de economias e à construção de identidades. O sistema capitalista envolve articulação internacional de mercados. No caso das Américas, por exemplo, o Sistema Colonial ofereceu as bases para uma integração internacional que, se a princípio obedeceu a regras rígidas de monopólio das metrópoles, passou a uma liberação de mercados em função de pressões britânicas. Assim, a partir do século XIX, a liberdade de mercado é acompanhada por um fluxo internacional de população (GIRARD, 2009).
A primeira revolução industrial - que se estende até 1850 - permitiu um importante crescimento demográfico, levando a uma intensificação dos fluxos internacionais. Na segunda metade do século XIX, operou-se a reestruturação do capitalismo por meio do progresso técnico de inovações em tecnologia de produção e da expansão de vias de transporte de mercadorias, unificando assim as economias mundiais (GIRARD, 2009).
Tais mudanças geraram um aumento dos fluxos populacionais internacionais. Entre 1850 e 1914, aproximadamente 30 milhões de pessoas emigraram da Europa para a América, marcando o maior movimento migratório até o momento. Além do progresso técnico, o crescimento demográfico das nações industrializadas não absorvido pela economia e a crise econômica do final do século XIX foram fatores que também contribuíram com o aumento de movimentos migratórios em direção aos países periféricos (GIRARD, 2009).
A reestruturação produtiva do capitalismo possibilitou a internacionalização do mercado de trabalho. Economias em expansão nas Américas (como o caso da brasileira) passaram a subsidiar a imigração como forma de suprir deficiências em mão-de-obra. Tal fluxo se prolonga até os anos 30 do século XX, momento de crise econômica e intensificação de ondas nacionalistas. Nesse período, a iminência da guerra reduz os fluxos migratórios, apesar do grande número de migrações forçadas pelos conflitos (grupos étnicos e refugiados) (GIRARD, 2009).
A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração da nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais importantes
A criação do governo-geral em 1549 atraiu muitos portugueses para a Bahia. A partir de então, a migração tornou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII. Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse processo tinha, na realidade, sentido de imigração (BRASILESCOLA, 2009).
Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população brasileira: o negro africano. É impossível precisar o número de escravos trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século XVI ao XIX, mas admite-se que foram de cinco a seis milhões. O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas (BRASILESCOLA, 2009).
Os italianos chegaram no Brasil no período entre
De
O fluxo de imigração alemã inicia-se anteriormente, em 1824, sendo marcado por algumas especificidades. Trata-se de um tipo de migração baseada na pequena propriedade rural familiar com aspectos étnicos que chamaram a atenção de nacionalistas brasileiros, criando situações de conflito durante várias décadas. Em um primeiro período (entre 1824 e 1829), a colonização tinha como finalidade principal o povoamento de terras devolutas do Estado no sul do país, visando a instalação de agricultores livres e estrangeiros. O resultado disto foi um certo isolamento dos imigrantes em zonas pioneiras e um grande debate acerca do “enquistamento” dos teuto-brasileiros (GIRARD, 2009).
Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total, concentrados, sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total de imigrantes (BRASILESCOLA, 2009).
3.1 O BRASIL COMO TERRA MAIS ADEQUADA A IMIGRAÇÃO
Há várias opiniões que sustentam a idéia de o Brasil ser um dos países mais adequados para a imigração, se comparado com a África e os EUA. Segundo Moritz Lamberg, testemunha do período, estas regiões seriam em longo prazo insalubres para a raça caucásica e que a Europa, demasiadamente preocupada com a África e Ásia, estaria deixando de se ocupar do Brasil, negligenciando as imensas vantagens que o país oferece para vários tipos de empreendimentos. E o Brasil oferecia a sua região meridional como a mais adequada para os europeus do norte. A dificuldade de imigrar para os Estados Unidos da América, questão que Moritz Schanz também comenta na introdução de sua obra, tornaria o Brasil um país mais atraente ainda. Vallentin, no início do século XX, reitera essas vantagens (LISBOA, 2008).
Nos EUA, os alemães se “nacionalizam” e acabam sustentando a potência concorrente. Já no Brasil, abre-se um mercado consumidor, expande-se a indústria, encontram-se novos parceiros comerciais. E, se comparado com a África, também prevalecem vantagens. Aqui se investe num país que já possui uma infra-estrutura e não como nas colônias africanas, onde é necessário partir do zero. E vinte anos mais tarde, num período em que a Alemanha já havia perdido suas possessões africanas, o geógrafo Bernhard Brandt retoma o cotejo. Climaticamente o Brasil apresentaria vantagens imbatíveis e para o europeu ele seria menos insalubre que as terras tropicais africanas. Os fatores climáticos era um argumento para firmar a idéia das vantagens do Brasil, porque sua parte meridional possibilitaria uma adaptação mais tranqüila para o alemão. O segundo argumento, do qual nem todos comentadores se servem, é o fato de já haver uma infra-estrutura no país, eximindo o investidor/ colonizador de iniciar do nada (Vallentin). Já existiria uma organização comercial, social, institucional, política mínima para potencializar o projeto colonizador (LISBOA, 2008).
Apesar das vantagens que o país oferecia, o Brasil não seria para todos uma nova Canaã. Os apoios oficiais, de consulados a agências e empresas colonizadores, nem sempre eram tão eficientes, tanto do lado europeu como brasileiro, reforçando o argumento de que o sucesso do imigrante dependia em grande parte das disposições individuais (LISBOA, 2008).
Nas análises acerca das melhores disposições individuais necessárias para que o colono imigrante tenha sucesso observa-se a diferenciação entre o imigrante urbano, o rural, o camponês e o indivíduo “culto”. A imigração rural é a que prometeria mais sucesso, porém, não servia para as camadas sociais mais cultas e formadas, advertem alguns autores. E exigia mais esforço físico. Em contrapartida a imigração urbana requeria maior preparo profissional e psicológico no sentido do imigrante passar pelo sacrifício de abandonar o mundo civilizado europeu. Na maioria dos autores, a imigração rural é a mais aconselhada, tendo em vista, porém, que ela não é adequada para qualquer tipo de emigrante. Além disso, insiste-se no fato de o imigrante obter a sua propriedade, rejeitando as propostas em que o europeu deva ser um simples empregado numa fazenda (LISBOA, 2008).
No livro de Hermann Ullmann, datado da década de 1930, enfatiza-se a idéia do Brasil como terra da promissão, onde ao imigrante é atribuído o papel de fundador, recuperando o gesto histórico e mítico da colonização européia no Novo Mundo. Ullmann explora a questão do europeu que deixa para trás a “civilidade” de sua pátria, e em contrapartida encontra um país “novo”, “jovem”, com inúmeras possibilidades e, sobretudo “liberdade”. A nova terra oferecia seu espaço, e em virtude de sua ainda incipiente “formação”, evita que o imigrante pobre decaia socialmente (LISBOA, 2008).
3 CONCLUSÃO
A imigração se configura na saída da pessoa de sua terra de origem para um novo país, esta saída muitas vezes é decorrente de problemas individuais (de ordem social, política, ou religiosa) ou até mesmo por problemas de conflito que o país como um todo está enfrentando. A chegada no novo país cria a expectativa de melhoria de vida, de se criar laços afetivos com novas pessoas, de ter maiores oportunidades de trabalho e crescimento econômico.
O Brasil é um país que se desenvolveu e teve como formação étnica a vinda de vários imigrantes, iniciando-se com os portugueses que fizeram deste país uma colônia, mais tarde os portugueses importaram para o Brasil mão de obra escrava, através dos Africanos, povo este que se misturou com quem já estava aqui formando os ditos “brasileiros”, depois vieram os italianos, o alemães, o espanhóis, os japoneses, e demais imigrantes que não foram tão expressivos quanto os citados.
Conclui-se com este trabalho que o Brasil foi palco de grande miscigenação devido os vários povos que para cá vieram, e cada um com a sua cultura, costumes e religiões permitiram que o Brasil transforma-se neste país tão heterogêneo e único.
4 REFERÊNCIAS
BRASILESCOLA. Imigração no Brasil. Disponível em: < http://www.brasilescola.com/brasil /imigracao-no-brasil.htm >. Acesso em: 20 mar. 2009.
GIRARD, L. L. A inserção de imigrantes europeus na cidade de Brasília. Disponível em: <http://www.urbanidades.unb.br/artigo_1_luana_girard.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2009.
LISBOA, K. M. Olhares alemães sobre a imigração no Brasil: imperialismo, identidade nacional e germanismo. In: Revista Espaço Plural, Ano IX, Nº 19, 2º Semestre, 2008, p. 95-104.
WIKIPÉDIA. Imigração. Disponível em: <http:// ppt.wikipedia.org/wiki/Imigra%c3%a7 %c3%a3o>. Acesso em: 23 mar. 2009.
Autor: Paulo Frick
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