O estado de São Paulo, seus alunos, professores e sua secretaria de educação.



O ensino estadual paulista apresenta-se em profundo colapso, tanto administrativo como pedagógico, depois de quase trinta anos de sucateamento e de ausência de investimentos significativos para os alunos da sociedade civil do estado de São Paulo.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo forma alunos egressos sem uma formação cultural significativa ou mesmo profissional, sendo estes, em sua maioria esmagadora fadados a trabalhar como empregados, que devido a baixa qualificação, com baixos salários.

Esta perspectiva forma alunos alienados, uma massa de novos trabalhadores em busca de um emprego e que geralmente permanecem muito tempo em busca de um e que em sua grande maioria não possuem a capacidade técnica de ler e compreender uma reportagem sobre Oriente Médio, testes da biotecnologia ou mesmo informações do cotidiano da política e economia do Brasil.

A sociedade civil também se apresenta alienada com relação ao seu próprio sistema de educação estadual, pois são membros das classes sociais C, D e E, com baixa instrução acadêmica e científica, e não sabe avaliar se o ensino público é bom ou não. Se consegue avaliar e conclui que não funciona, também não protesta.

A pós modernidade trouxe consigo a liberdade e o direito da minoria, que também deturpam em muitos casos e não compreendem mais os deveres. Os alunos são amplamente indisciplinados e seus pais, geralmente não apresentam nenhuma posição sobre tal tema, sendo que muitos professores também alegam que são vítimas de assédio moral destes mesmos pais.

Os professores, mestres de outra hora, agora são categorizados como inferiores e os cursos de licenciatura na região de Piracicaba-SP, por exemplo, apresentam salas vazias, com poucos alunos dispostos a contribuir com o desenvolvimento social do país.

Os professores são submetidos a uma estrutura de gestão do ensino danosa ao seu psicológico, onde os mesmos são vítimas de assédio moral ou por pais, alunos e gestores, que culminam com a síndrome de bournout, ou seja , o esgotamento físico e psicológico do docente.

Salários baixos, ausência de prestígio social, assédio moral, cargas horárias esdrúxulas e um sistema de gestão perverso, concebido para não funcionar, formam o quadro da rede estadual de ensino, que forçam seus professores a migrarem para o sistema particular.

No final, os alunos. Vítimas de um sistema concebido para formar uma massa alienada, apresenta professores sem pedagogia ou mesmo didática na maior parte dos casos, coordenadores pedagógicos que não possuem curso superior em pedagogia mas atuam com base na sua "experiência", ou seja, como se um farmacêutico resolvesse realizar um transplante de coração, baseado na sua experiência na área de saúde.

Os alunos, perdidos entre assédio moral, professores perturbados com o ambiente e rendimento, ausência de uma proposta pedagógica e a sujeira das salas de aula, pois a Secretaria de Educação de São Paulo não consegue, sequer, manter as salas limpas, são privados de um futuro digno, de mais acesso a cultura e a conhecimentos que lhe serão úteis no futuro.

A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, órgão responsável pela manutenção do sistema estadual de ensino público, é possível afirmar que não é concebida para funcionar. Este órgão, que representa os interesses máximos da elite brasileira ( paulista no caso específico) , que tradicionalmente apresenta-se com baixa intelectualidade, não é sério.

*este artigo foi escrito após a produção de uma monografia de pós graduação e o artigo científico será publicado dentro de sessenta dias.Os dados citados neste texto possuem os professores entrevistados como fonte, através da pesquisa realizada em maio de 2009.

Prof. Ivan Santiago Silva – graduado em Geografia, pós graduado em Educação e docente titular do Curso de Geografia do Instituto Superior de Ciências Aplicadas.


Autor: Ivan Santiago Silva


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