PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DA REDE SOCIAL TWITTER COM RELAÇÃO AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DOS GRUPOS DE NOTÍCIAS



1 INTRODUÇÃO

O Twitter é uma ferramente de Web 2.0 em ascensão. Atualmente os olhares estão voltados para as Redes Sociais na Web, com um crescimento de 1.382 por cento no último ano(Fonte Nielsen Online) o Twitter é o assunto da vez. Algumas empresas nacionais já perceberam as possibilidades que a ferramenta proporcionam e já estão presentes na Web 2.0. Cada dia que passa um grupo de notícia brasileiro encontra-se criando sua conta na ferramenta e publicando atualizações. Alguns dizem que a ferramenta é apenas um modismo e que em breve será esquecido por todos, outros acreditam que deve ser observada e aproveitada no contexto de mudanças de mercado do século XXI.

A comunicação entre os usuários e os grupos de notícias no Twitter é uma relação que requer atenção, a proposta da Web 2.0 é uma construção de conteúdo e funcionalidade em conjunto. A existência ou não da interação pode gerar percepções negativas e positivas sobre aquele grupo de notícia exposto.

Neste sentido o objetivo deste artigo é proporcionar um estudo sobre a percepção destes usuários com relação aos grupos de notícias desta ferramenta Web 2.0. Poucos estudos estão disponíveis nesta área, espero que este possa colaborar com os estudantes da área de Marketing e Comunicação Social.

Para realizar este artigo foram levantados dados secundários para compor os estudos exploratórios e logo em seguida são apresentados os dados primários consistindo na pesquisa de marketing qualitativa.

2 ESTUDOS EXPLORATÓRIOS

2.1 Marketing

A Principio é importante destacar que o marketing esta presente em todos os lugares, de maneira formal ou não, organizações e pessoas operam ferramentas de marketing por todo o mundo a todo o momento. Algumas empresas e pessoas não compreendem os conceitos e origens do marketing, mas trabalham o seu mix e recebem mensagens de outras empresas que as utilizam da mesma forma.

O conceito de marketing vêm sendo aperfeiçoado há decadas, nas primeiras definições existia uma grande preocupação com a administração, distribuição, maximização das vendas. Com a evolução das transações econômicas, o conceito de marketing foi sendo modificado por quem escrevia e estudava sobre o assunto. Uma das primeiras definições do termo marketing foi pela AMA – American Marketing Association em 1960: "O desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador" AMA (apud COBRA, 1997, p. 27). Nas décadas seguintes, a definição de marketing começa a abranger os conceitos de: promoção, troca e distribuição física de bens e serviços, sendo estes bens: tangíveis e intangíveis.

"Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo. O conceito de produto não se limita a objetos físicos. Na verdade, qualquer coisa capaz de satisfazer uma necessidade pode ser chamada de produto. Além dos bens tangíveis, podemos considerar como produtos os serviços – atividades ou benefícios oferecidos para a venda, os quais são essencialmente intangíveis e não resulta na posse de nada." (KOTLER, 2003, p. 4 e 5)

Novos conceitos foram agregados abranjendo agora atividades e planos de instituições sem fins lucrativos; preocupação com as mudanças sociais no ambiente; interpretação das necessidades dos consumidores. "É o processo de planejamento e execução desde a concepção, preço promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos de pessoas e de organizações". Kotler (apud COBRA, 1997, p.27 )

Nota-se que o conceito se tornou mais abrangente, tratando agora da satisfação das pessoas e organizações, atribuíram também a definição dos 4P's do marketing que mais tarde vieram dar lugar a várias outras letras que tentavam exprimir em poucas palavras as funções do marketing.

Para Kotler (2003), os dois principais objetivos do marketing são atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, os mantendo como clientes, proporcionando-lhes satisfação. Todas as estratégias e planos de marketing são voltados para os clientes pois as empresas bem sucedidas que utilizam do marketing e suas estratégias sabem que participação de mercado aumentará se cuidarem bem dos seus clientes. Não são apenas as grandes empresas que fazem o uso do marketing, as pequenas e as sem fins lucrativos utilizam-no para obter o sucesso na comunicação.

Percebe-se que o marketing não é usado apenas para propaganda e vendas, vai além disso, pois quando ocorre a venda do produto as estratégias de marketing foram utilizadas, antes mesmo da fabricação do produto, o marketing esta presente no planejamento do produto estudando bem as necessidades e desejos do seu público alvo, para que na hora da criação seja construído um produto ou serviço que tende a suprir essas necessidades e desejos (KOTLER, 2003, p. 3).

É fácil visualizar a aplicabilidade do marketing, na criação, na distribuição, na divulgação e na comercialização de produtos, mas todo o mix de Marketing também é aplicado a serviços, esta aplicabilidade pode ser observada do momento que visitamos um web site, lemos um jornal, recebemos uma SMS, contratamos uma assinatura por telefone.

A medida que as economias evoluem, uma proporção cada vez maior de suas atividades se concentra na produção de serviços, A atual economia dos Estados Unidos consiste em um mix de 70 por cento de serviços e 30 por cento de produtos (...) Muitas ofertas ao mercado consistem em um mix variável de bens e serviços. Em um restaurante fast-food, por exemplo, o cliente adquire tanto um produto como um serviço. (KOTLER, 2006, p. 6)

2.2 WEB 2.0

O Conceito da "Web 2.0" começou numa sessão de brainstorm numa conferência entre O'Reilly e MediaLive International com Dale Dougherty, pioneiro web e O'Reilly. Basicamente o conceito de Web 2.0 é atribuido a sites e softwares que utilizam os usuários como produtores de conteúdo, muitos desenvolvedores e especialistas discordam do termo, do conceito e das idéias envolvendo o termo Web 2.0. (http://www.oreillynet.com). Notadamente alguns profissionais alegam que o conceito é demasiado extenso, subjetivo, abrangente e vago, não existindo na Web 2.0 nenhuma nova tecnologia. Estes críticos consideram que não existe uma segunda geração de aplicativos web, apenas uma evolução natural, promovida principalmente pelo grande aumento no número de usuários de banda larga e da própria Internet (http://arstechnica.com).

Sendo uma evolução ou uma novidade o termo Web 2.0 foi usado pela primeira vez em Outubro de 2004, popularizando-se rapidamente a partir de então. Tratou-se de uma constatação de que as empresas que conseguiram se manter através da crise da Internet possuíam características comuns entre si, o que criou uma série de conceitos agrupados que formam o que chamamos Web 2.0.

"Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva" Tim O'Reilly(2006, http://www.oreillynet.com)

A regra mais importante seria desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. "Na Web 2.0 não somos mais nômades caçadores-coletores: temos nome, plantamos conteúdo, colhemos conhecimento e criamos novos mundos." Rene de Paula Jr - projetos especiais, Yahoo!(2008, http://www.usina.com/rodaeavisa/).

Outro conceito que interfere na programação chama-se "Beta Perpétuo". Na Web 2.0 diminuiram-se os ciclos de lançamento de softwares. Os programas são corrigidos, alterados e melhorados a todo tempo, e o usuário participa deste processo dando sugestões, reportando erros e aproveitando as melhorias. Em oposição ao que acontece com softwares tradicionais, em caixas que podem ser colocadas em gôndolas, com instaladores e dependentes de um sistema operacional, estes aplicativos podem ser atualizados de forma constante, linear. No caso de atualizações de segurança e desempenho, por exemplo, o usuário da aplicação seria imediatamente beneficiado sem mesmo tomar conhecimento. O'Reilly (2006, comunicado em palestra).

O conteúdo dos websites também sofreu um enorme impacto com a Web 2.0, dando ao usuário a possibilidade de participar, gerando e organizando as informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado pelos usuários, este pode ser enriquecido através de comentários, avaliação, ou personalização. O que acontece com os blogs e sites de notícias com espaço para comentários. Este método de produção de conteúdo é também chamado de CGM Consumer Generated Media ou mídia gerada pelo consumidor é um termo utilizado para descrever o conteúdo que é criado e divulgado pelo próprio consumidor. Com o surgimento da Internet e o avanço das tecnologias digitais, da mesma maneira que o acesso dos consumidores à informação teve um aumento significativo, aumentou também a facilidade dos consumidores em expressar suas opiniões. Na Internet o CGM está presente em comentários, fóruns, lista de discussões, blogs e fotologs, comunidades, grupos, sites participativos, no YouTube, na própria Wikipedia. Os consumidores utilizam todas as ferramentas disponíveis (Messenger, sites, blogs, e-mails, mensagens, celulares, etc.) para divulgar, sobretudo, suas experiências pessoais e opiniões em relação a produtos, serviços, marcas, empresas, notícias. (BLACKSHAW. 2009, http://notetaker.typepad.com/cgm/).

Assim como acontecia com o boca-a-boca, o CGM tende a ter um maior poder de influência sobre outros consumidores do que as mídias tradicionais, pois tendem a passar mais credibilidade. A diferença é que, com a tecnologia disponível. Algumas empresas já estão incentivando a prática do CGM junto aos seus consumidores. Outras estão contratando empresas especializadas para monitorar e pesquisar o que os consumidores estão comentando sobre a sua marca, produto ou serviço.

Algumas aplicações Web 2.0 permitem a personalização do conteúdo mostrado para cada usuário, sob forma de página pessoal, permitindo a ele a filtragem de informação que ele considera relevante. O conceito usado é comparável com o do software livre: se há muitas pessoas usando, todos os erros são corrigidos facilmente, utilizando o princípio da inteligência coletiva. Para isso existem comunidades que se auto-moderam, através da participação dos usuários indicando ao sistema qual usuário não deve mais participar da comunidade.

Don Tapscott e Anthony D. Williams(2007, pg. 66 e 67) dicutem que a econonmia da "nova web" depende da colaboração em massa. Lembram ainda que é muito importante para as companhias que entram na nesta nova mídia acharem caminhos para faturarem com a ajuda da Web 2.0. A economia baseada na internet chamada "Wikinomics" vai depender do principio da abertura, compartilhamento e atuando globalmente.

2.3 REDES SOCIAIS E TWITTER

2.3.1 Mídia Social

De acordo com Comm(2009, pg.2) mídia social pode ser várias coisas ao mesmo tempo, e pode ser produzida de várias maneiras diferentes, mas a mais simples definição de mídia social é que o conteúdo é criado pela sua audiência. O facebook por exemplo não é uma empresa de publicação. Não cria nenhum dos conteúdos publicados. Não escreve artigos nem postagens e não carrega vídeos nem imagens para entretenimento dos usuários. O Facebook permite os usuários a fazer tudo isso em seu nome.

O crescimento da audiência nas redes sociais é espantoso, é fácil enxergar que a mídia social e suas ferramentas (sites e softwares) é um fenômeno de massa que se transforma a todo o momento - quando criamos e usamos o conteúdo. Segundo uma pesquisa da Nielsen USA (http://news.cnet.com) de Fevereiro de 2008 até Fevereiro de 2009 o Twitter foi o site das redes sociais com maior crescimento percentual, totalizando crescimento de 1.382 por cento, largando na frente de Zimbio, Facebook, Multiply e Wikia como pode ser verificado no quadro abaixo


Autor: Nickolas Xavier Rodrigues


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