REVERÊNCIA



REVERÊNCIA

 

 “E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé” (Neemias 8.5).

 

Esdras nem precisou convidar o povo a ficar de pé, no momento em que abriu o sagrado livro da Lei.

 

De maneira espontânea e natural o povo demonstrou o respeito e a reverência devidos à Palavra de Deus.

 

Há igrejas, hoje em dia, que fazem o mesmo, automaticamente. No momento em que se anuncia a leitura das Escrituras, todos ficam de pé, em um belo gesto de seriedade, na maneira como encaram a Bíblia.

 

Na casa do Rev. Wilson de Sousa, ninguém colocava algum objeto, ou outro livro qualquer, sobre a Bíblia.

 

Há lugares que tem sempre a Bíblia aberta, em um local de destaque da casa.

 

A palavra de Deus, mesmo a simples letra de imprensa, merece todo respeito, uma reverência toda especial.

 

Só ao pensarmos que é nela que está registrada a gloriosa história da redenção, é o suficiente para ficarmos extasiados.

 

Só ao pensarmos que suas profecias têm se cumprido miraculosamente melhor do que um eficiente relógio, com pontualidade e exatidão, em seus mínimos detalhes, nos leva a uma visão de seu esplendor.

 

Ao adentrarmos seu sublime conteúdo, tomamos contato com os mais grandiosos dramas da história do homem. Da criação à Queda, da Queda á Crucificação, da Crucificação à Ressurreição, da Ressurreição à Ascensão e da Ascensão à Segunda Vinda, nosso coração crepita, nossa alma gela-se de emoção, nossos olhos rebrilham e lágrimas quentes rolam pela nossa face.

 

São recados do próprio Deus, do Senhor de todo o universo para o homem, este ser misteriosamente ignóbil, cuja existência complicada só encontra um verdadeiro eco no santíssimo coração de Deus.

 

Quando o povo ficou de pé, foi porque desejou prestar uma justa homenagem ao Todo-poderoso e escutar Sua excelsa Voz.

 

Através deste relato tomamos ciência que houve um tempo em que o povo executava a leitura da Bíblia durante um dia inteiro, sem cansar, envolvido pela atmosfera das sagradas palavras, daquelas palavras candentes e saborosas, maná celeste que transmite a vida.

 

Que alegria inebriante tocou as mais íntimas fímbrias do coração de Esdras, quando contemplou aquele quadro tão fantástico!

 

A reverência, o amor e devoção daquele povo pela Santa Palavra de Deus.

 

O salmista, diante dela, não conteve o fogo da emoção que incendiava seu espírito e bradou:

 

Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia (Salmos 119:97).

 

O Senhor Jesus Cristo, a própria palavra feita carne, em sua oração sacerdotal, pediu ao Pai:

 

“Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade” (João 17:17).

 

Enquanto Esdras lia aquelas palavras, a multidão deleitava-se, recebia a orientação do céu e sabia que ali estava a sua segurança. Ela é realmente a nossa âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu.


Autor: Paulo de Aragão Lins


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