Desejos Súbitos
Lembro-me da graça que me enternecera, dos olhos tão esplêndidos, dos lábios tão cintilantes e robustos. Recordo-me da pele tão luzente, das curvas tão bem delineadas, do corpo e da sua forma ímpar de seguir compassadamente o toque de um instrumento vacilante.
Não conheço os passos, não posso seguir este ritmo da sua anca fascinante. Não posso seguir-lhe a rima, porque sonho contigo, porém tenho-lhe apenas em minhas quimeras.
Atrevo-me, às vezes, a fitá-la com os olhos fixos de prazer. Às vezes deliro a um movimento fantástico e sublime.
Sorrias seguindo o acorde dos anjos que te compõem. E em meio às silhuetas do teu corpo e ao teu riso o meu coração palpita a seguir.
Venha-me aos braços, donzela majestosa! Deposite a tua cabeça em meu peito e sinta o ritmo arrebatador da paixão que me assola.
Faz-se minha, princesa! E te darei o meu amor, acompanhado dos mil acordes e dos mais fascinantes versos de Shakespeare.
Dê-me a tua mão que a conduzo aos meus romances mais tocantes. Far-me-ei o teu consorte e acordarás ao som das mais belas sinfonias de Beethoven.
Ali estará o Senhor a apetecer-nos um amor eterno e imaculado.
Faça-te minha! E pertencerei ao teu coração. Execute estes movimentos para mim e somente, que me seduzes, que me avassales... Oh, encanto de Afrodite!
Autor: Ronyvaldo Barros dos Santos
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