Cultura e Barbárie Européias de Edgar Morin



"A barbárie não é apenas um elemento que acompanha a civilização, ela é uma de suas partes integrantes. A civilização produz barbárie, e, principalmente, ela produz conquista e dominação" página 17

Edgar Morin é considerado um dos mais importantes pensadores dos séculos XX e XXI, um dos nomes mais polêmicos do pensamento contemporâneo, que quer, deseja e provoca, sem trégua, o reencontro entre ciência e humanismo. Recentemente chamou atenção da mídia, pelo conceito de "civilização política" e discussões a respeito de seu trabalho têm focado suas análises com a compatibilidade com o contexto contemporâneo da ação política. 

Em Cultura e barbárie européias (Culture et barbarie européennes, tradução de Daniela Cerdeira, Bertrand Brasil, 108 páginas, R$ 29,00), Morin cria uma nova consciência humanista em frente às trágicas experiências do século XX, mas para tanto aborda a compreensão da complexa relação antagonista e complementar entre cultura e barbárie para melhor resistir e lutar contra o cruel componente da civilização.

O livro é produto de três conferencias feitas pelo sociólogo de 88 anos na Biblioteca Nacional François Mitterrand, nos dias 17, 18 e 19 de maio de 2005, sobre a antropologia da barbárie humana. Ressalta com tenacidade o valor do qual o mundo deve reconhecer dos crimes cometidos pela Europa no transcorrer da história para resistir e lutar contra ela.

A primeira delas, Barbárie humana e barbárie européia, expõe o pulso mortífero que cerca os processos civilizatórios. As sociedades civilizadas, segundo o autor, nasceram do que a barbárie fez com outros tantos povos sem estado, e Morin coloca a necessidade de uma política de civilização mais visível.

Os antítodos culturais europeus, título do segundo ato, dar a ênfase nas quatro bases cientificas, o empirismo, o racionalismo, a verificação e a imaginação, para o antítodo diante das ambivalências, contradições e complexidades da globalização. Já o último, Pensar a barbárie no século XX, mergulha na história, não para concluir e responder o problema que aborda, mas para ativar a memória da consciência planetária se instale de uma vez por todas e que os extermínios, os totalitarismos, as repressões, os massacres, as exclusões sejam ultrapassadas, folhas mortas de um passado a ser evocado e nunca mais revivido.


Autor: Cadorno Teles


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