ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: REFLETINDO MINHA PRÁTICA E A DE MINHA GRANDE MESTRA



Apesar de se haver criado um misticismo em volta da alfabetização, que aparentemente tenta dar a ela o "status" de principal processo de educação, pode-se definir alfabetização como o processo de aquisição da língua escrita bem como sua relação com a língua falada. 

Enquanto isso letramento pode (numa reflexão mais humanista) ser a habilidade de construir relações entre experiências reais ou irreais. Seria então o que nos permite refletir nossas vivências.

O letramento ultrapassa os limites das ações acadêmicas e como afirmam alguns pesquisadores começa antes da criança entrar na escola. Minha habilidade de "ler o mundo" começou realmente em casa: minha mãe professora me expôs aos mais diversos estilos de literatura e aos mais variados desafios. Que iam desde a observação que eu fazia de seu caderno de planejamento até as revistas de atividades que comprava quando ia a algum curso.

E como se não bastasse o estímulo dentro de minha família tive a sorte duvidosa de ter minha mãe como professora alfabetizadora.

Digo sorte por talvez tiver sido aceso ali o estopim de minha vontade ser educador e duvidosa pelas dificuldades que nosso amor encontrou quando exposto aos demais. Sendo que sempre era: "O filho da professora".

Mas minha mãe como grande alfabetizadora que é não permitiu que nossa relação extra classe interferisse em meu aprendizado. Sempre exigiu de mim como se fosse seu aluno mesmo me amando como sendo seu filho.

E a relação que o professor cria com o aluno de certa forma é mesmo a de amor. É ele que move nossa mão quando afagamos suas cabeças ou suas costas.

Hoje ao analisar minha prática percebo o quanto foram importantes os afagos de meus professores foram eles que abriram as portas da minha emoção, que me fizeram querer o convívio de outras pessoas.

Estando constantemente buscando conhecimento tanto na análise de minha própria docência quanto em minhas leituras e cursos, creio que uma educação de qualidade é a que deixa os prazos e os cronogramas de lado, colocando em primeiro lugar o aluno. 

Quem muito me falou disso foi minha alfabetizadora (minha mãe).  Desde o dia em que lhe comuniquei sobre minha escolha profissional tenho ouvido dela as reflexões que (apesar de sem palavras rebuscadas) são as mais significativas e que por diversas vezes me fazem reorganizar meu método de trabalho.

Novas perspectivas. É isso que busco no cotidiano da sala de aula hoje. Procuro buscar o melhor de minhas crianças fazendo de cada encontro, na sala de aula ou fora dela, um momento todo especial onde mais do qeu aprender e ensinar criamos uma relação de respeito e amor.

Sempre se ouviu que "educar é amar". Minha pequena experiência como aluno e educador mostrou-me que ensinar e aprender é que são comparáveis ao amor.  Se não o de mãe, mas (necessariamente) o de grandes amigos.


Autor: Flávio Booz


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