para sempre...



Para sempre... autora: Betiza Saldanha Os dias passam lentamente, dia após dia, vejo o sol no ir e vir . Como tivesse parado no tempo, mantenho uma rotina praticamente automática, refaço em meus pensamentos e só meus pensamentos ( podem achar que estou ficando louca) todos os cantos conhecidos, decorados aos mínimos detalhes e em cada lugar pensado ressurge o seu seu cheiro, vejo seu olhar cor de mel, suas bochechas rosadas a luzir ao sol e o sorriso inconfundível que enchia o universo de vida. Sua voz, detalhes de uma espinha a espremer nas costas, do sorvete tomado a dois, das ruas ensolaradas e e percorridas entre mãos dadas, sorrisos, palavras e beijos molhados, a sensação de que cada lugar ainda existe um pouco de você. Os dias seguem lentos, principalmente os que eram comemorados intensamente, a primeira noite de amor e uma cama cheia de flores, os aniversários e as surpresas detalhadamente preparadas, como as pegadas do coelho em dia de páscoa para enfim encontrar o chocolate , seus beijos e seus abraços. Os corações cheios de pistas espalhados pela casa e o tesouro a ser encontrado passava por beijos, carícias, um presente embrulhado e você no dia dos namorados, os bilhetes surpresas entregues inesperadamente por alguém desconhecido, as caminhadas a beira mar , as subidas ao farol e a luzes da cidade a iluminar o mar e o teu olhar, as viagens de motos pelas praias intercaladas por banhos de lagoas e amor... os dias de domingo e o momento de orar, as festas e o corpo colado a dançar. Como esquecer dos momentos de amor, em que nossos corpos se fundia em um, os beijos molhados intenso e marcantes. O último encontro ainda posso descrever nos mínimos detalhes, era final de uma tarde de terça-feira, ensolarada, eu o vi de longe vestido com um calção colorido de surfista, uma camiseta branca com uma palavra em inglês”forrever”,calçado com chinelos de couro, veio ao meu encontro com as mãos a esfregar na lateral do corpo, e um sorriso de criança, nossas mãos se tocaram de uma forma engraçada, quando se tocam e não sabem como se tocar, sua pele rosada pelo calor do sol,os olhos cor de mel realçados pelo brilho do sol, um abraço com vontade de não se largar, sentamos em um banco e ficamos tranqüilamente a conversar, nos beijamos, beijamos,ele não iria a faculdade naquele, então ficamos quase uma meia hora a nos despedir entre beijos e mais beijos. Faziam quatro dias que havíamos nos encontrado, apenas conversamos pelo telefone,era sexta-feira, acordei cedo com uma sensação e vontade de não querer acordar, fui trabalhar meio arrastada pela necessidade responsável, após o almoço senti-me mal, fui para casa e dormi, dormi, acordei chorando sem nenhum motivo aparente, uma angústia me invadia a alma, tomei banho , me arrumei para a faculdade e fui sem nenhuma vontade, encontrei os amigos na maior animação, mas eu estava estranha, desanimada. Ao final das aulas seguimos para um show na concha acústica da faculdade federal, havia muita gente , muita bebida e ouvi por várias vezes as pessoas perguntarem se eu estava bem, não demorei muito, resolvi ir para casa. Achei estranho ao chegar em casa e ver as luzes todas acesas, minha tia e prima , me esperavam, começaram a fazer perguntas, nunca antes feitas, parecendo tudo muito estranho. Quando minha tia pediu para eu sentar que tinha algo sério para falar, iniciou falando de uma briga e que ele estava gravemente ferido correndo risco, fiquei nervosa , fui dizendo que sempre falei para ele ser mais calmo , fui para o telefone ligar para sua casa , queria ir correndo para o hospital. Alguém atendeu em lágrimas, com vozes ao fundo , então tive a certeza que já não o veria... o chão sumiu, uma escuridão se fez, meu corpo não suportou e as lágrima escoriam sem cessar.
Autor: maria saldanha


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