COM O CONTROLE REMOTO NA MÃO



Muito se discute sobre a qualidade das programações das TVs abertas no Brasil. Infelizmente entre os canais ditos abertos (emissoras que têm concessão do governo para funcionar e que captam o sinal através de antenas comuns) utilizados pela maioria das pessoas de baixa renda, somente uma tem uma programação mais coerente e rica em informações e que realmente podem levar conteúdo com qualidade educativa a seus telespectadores, e pasme, é uma das que tem menos audiência.

            Quando se critica a qualidade da programação da TV brasileira, defensores das grandes emissoras de TV bradam em alto tom que o telespectador é livre para mudar o canal caso a programação não esteja a contento; o problema é que essas pessoas se esquecem que como descrevemos, a população brasileira de baixa renda (a maioria) só tem, na realidade, uma emissora a quem se recorrer, pois  as outras seguem um mesmo padrão, como acontece com os jornais de grande circulação que padronizaram em suas primeiras páginas três tipos de manchetes:  esporte, crimes e política  (sugerimos que quando o leitor tiver oportunidade, compre três jornais de grandes circulações e façam o comparativo de suas manchetes de capa). Além disso, ainda temos revistas de tiragem nacional que fazem apologia disfarçada ao crime organizado.

            Ainda têm aqueles que, descaradamente, defendem que a TV não forma opinião, ela simplesmente coloca aquilo que é fato, aquilo que realmente acontece. O que é um engodo, pois as novelas raramente mostram pessoas trabalhando e estudando e os filmes nunca mostram favelas e a miséria do país onde são produzidos, como se tratasse de um paraíso na terra, além de embutirem um sem fim de propagandas subliminares de grandes marcas multinacionais (a mesma técnica utilizada pelos nazistas só que mais sofisticada pela nova tecnologia cinematográfica a serviço das grandes corporações). 

            Algumas emissoras chegam ao cúmulo de já terem reprisado cerca de mais de cinco vezes o mesmo filme em um ano, mudando a tradução dos títulos e horários de exibição, como uma forma de enganar o telespectador; normalmente filmes que apregoam hábitos e costumes insalubres.

Primeiro os índios eram os bandidos, depois os alemães, os japoneses, em seguida os russos e agora, é incrível, os mulçumanos e árabes, e podem prestar atenção: os mocinhos são sempre os mesmos.

            O problema não para por aí, não raro, nossos filhos (que ficam mais tempo expostos as programações de TV aberta) são vítimas de desenhos animados que são terminantemente proibidos nos próprios países onde são produzidos, em função de seus conteúdos nocivos, não só psicologicamente como fisicamente.

            Não é a toa que as propagandas em TVs abertas não vêm dando os resultados de outrora para os anunciantes; quem tem um dinheirinho compra parabólica e quem não tem, zapping, zapping, zapping.


Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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