O Uso de Sintetizadores de Voz na Inclusão de Deficientes Visuais ao Ambiente Virtual



Abstract. This paper explain some technologies in order to function visually as well as the difficulty of their integration in society and what is new in research in order to facilitate its integration into the digital world.

Resumo. Este artigo tem como intuito explanar algumas tecnologias em função dos deficientes visuais, bem como a sua dificuldade de integração na sociedade e o que há de novo em pesquisas que facilitem a sua integração ao mundo digital.

1. INTRODUÇÃO

Com a Globalização e a popularização da informática, o acesso à Internet, cresceu exponencialmente, atingindo níveis inimagináveis, onde é possível fazer desde uma consulta on-line, compras através da internet, pesquisas e uma infinidade de outras atividades

Nesta imensidão de possibilidades, uma parte da população que também é consumista, que lê e faz tudo que os ditos "normais" fazem, são os deficientes visuais e estes ficam excluídos deste mundo.

Através de um artigo dos autores Andréa dos Santos Rodrigues, Guido Lemos de Souza Filho e José Antônio Borges, tem-se uma idéia bastante exata sobre a relação dos Deficientes Visuais com a Informática, onde declaram a inacessibilidade que há neste meio e as dificuldades que eles têm em conseguir informações através da Internet.

Considerando tudo o que foi exposto até agora, nota-se um paradoxo muito grande entre estes dois "Mundos", pois se a Internet existe para facilitar a vida de todos, porque não facilitar para os Invisuais, como poder efetuar compras on-line, por exemplo.

A finalidade deste artigo é abordar um tema bastante polêmico e de amplitude social muito extensa que é o acesso dos deficientes visuais neste ambiente virtual e mostrar alguns sintetizadores de voz existentes para auxiliá-los nesta inclusão.

2. DEFININDO CEGUEIRA E VISÃO SUBNORMAL

De acordo com o Instituto Benjamin Constant – IBC (2005), "A delimitação do grupamento de deficientes visuais, cegos e portadores de visão subnormal, se dá por duas escalas oftalmológicas: acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo visual, a amplitude da área alcançada pela visão.". Estas divisões são classificadas da seguinte forma:

"[...]'cegueira parcial' (também dita LEGAL ou PROFISSIONAL)". Nessa categoria estão os indivíduos apenas capazes de CONTAR DEDOS a curta distância e os que só PERCEBEM VULTOS. [...] há apenas a distinção entre claro e escuro; no segundo (projeção) o indivíduo é capaz de identificar também a direção de onde provém a luz.

[...] cegueira total ou simplesmente AMAUROSE, pressupõe completa perda de visão. A visão é nula, isto é, nem a percepção luminosa está presente. No jargão oftalmológico, usa-se a expressão 'visão zero'. "(IBC, 2005)".

LIVROS E EQUIPAMENTOS ESPECIAIS

A maior dificuldade de um deficiente visual é o acesso direto aos veículos de comunicação utilizados pelos que enxergam, desta forma são necessários programas e serviços que ofereçam livros em Braille, livros falados, materiais e equipamentos especiais para a escrita Braille, orientação e acesso, desenho, cálculo, jogos, sintetizadores de voz, softwares, amplificadores de imagens, auxílios ópticos entre outros.

2.3 BRAILLE

"O Braille é um sistema de escrita e leitura tátil para as pessoas cegas. Surgiu na França em 1825, sendo o seu criador o francês Louis Braille que ficou cego aos três anos de idade vítima de um acidente seguido de oftalmia." (INSTITUTO DE CEGOS PADRE CHICO, 2005).

_______________

3. PROJETOS E FERRAMENTAS PARA DEFICIENTES VISUAIS

Para que um DV possa utilizar qualquer recurso digital, atualmente, no computador, ele necessita de softwares que o ajudem e o guiem através das telas e links. Existe uma infinidade de programas capazes de realizar esta função.

"Os softwares de acessibilidade aos ambientes digitais para DVs utilizam basicamente ampliadores de tela para aqueles que possuem perda parcial da visão e recursos de áudio, teclado e impressora em Braille para os sujeitos cegos." (SONZA; SANTAROSA, 2003, p. 3).

4. SOFTWARES NO AUXÍLIO A DEFICIENTES VISUAIS

O computador ajuda no desenvolvimento dos portadores de necessidades especiais e facilita o aprendizado com os recursos de escrita, leitura e pesquisa de informação. Existem programas que são leitores de tela, como o DOSVOX, o Virtual Vision e o Jaws, já para aqueles que tem a perda total ou parcial da visão .

Abaixo descreveremos alguns softwares que são utilizados através do uso de sintetização de voz:

4.1 SOFTWARE LETRA

O software Letra (Leitura Eletrônica) foi desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) ligado à Universidade de Campinas. Transforma textos que estão em formato eletrônico em arquivos de áudio. O Letra "lê" os fonemas escritos e transforma tudo em som. Isso permitirá que os livros didáticos sejam utilizados por cegos sem grandes custos.
A proposta é simples: o programa de computador tem um banco de dados com a pronúncia de todas as sílabas e as pontuações. Ao jogar o texto no computador, o programa associa os sons com aquilo que está escrito e a própria máquina transforma o texto em áudio.

O LETRA lê o arquivo de texto, identifica as letras, interpreta as palavras, equaciona a entonação que deve ser dada em função dos caracteres de pausa e acentuação, para no final do processo, passar o comando ao sintetizador de voz que produzirá os sons. Desta forma, transforma textos em áudio, nos formatos wav ou mp3.[Serpro].

4.2 SOFTWARE VIRTUAL VISION

Desenho 1 – Tela Inicial do Virtual Vision 5.0 – Versão Bradesco-

Fonte: Site Bradesco, 2006

Esse sistema foi desenvolvido por uma empresa localizada em Ribeirão Preto – SP em 1998 e em setembro 1999 a versão 2.0. É ativado automaticamente sempre que o Windows for inicializado e é uma aplicação de tecnologia de síntese de voz, contem também um "leitor de telas" capaz de informar ao deficiente visual características de elementos gráficos na tela. O Virtual Vision possibilita maior independência também ao utilizar a internet e serviços como o Internet Banking.

4.3 SOFTWARE JAWS

O software Jaws para o Windows pertence à empresa Freedom Scientific e é usado por cerca de cinqüenta mil pessoas em vários países.

Esse programa possui um sintetizador de voz integrado, é, portanto, um leitor de telas, com dez idiomas, que permite facilitar o acesso ao computador aos deficientes visuais. Com esse software o DV consegue acessar a maioria dos programas existentes e também acesso à Internet por meio de teclas de atalho, é de fácil utilização, eficiente e permite ser ajustado conforme a necessidade do usuário final.

O sintetizador de voz que o Jaws possui captura através da placa de som e das caixas do micro para representar e dar as informações exibidas no monitor. Permite também o acesso a informações ligado a educação e ao ambiente corporativo.[IGOIA]

4.4 SOFTWARE WEBVOX

É um software que consegue capturar a parte textual da homepage e associar diversas características operacionais destas a efeitos sonoros.

O Webvox permite também a simulação de navegação, ou seja, a leitura de arquivos HTML contidos no próprio computador. Essa opção é útil para ler páginas trazidas e armazenadas no formato original da rede (extensão HTM) ou para verificação de páginas criadas por você manualmente ou usando o utilitário Intervox ou o WWW VOX, antes de sua publicação real na WEB.[OLIVEIRA]

5. MELHORIAS SOLICITADAS PELOS DEFICIENTES VISUAIS

Conforme informações da Associação Brasileira de Apoios aos Deficientes Visuais [Lamara], os deficientes visuais solicitam melhorias nos softwares para atender e facilitar o uso dos mesmos. Solicitam a inclusão de atalhos que facilitem a utilização das aplicações tornando mais produtivas e fáceis de usar. Segundos os desenvolvedores de sites isto já está ocorrendo e essa tecnologia já está em testes e informam também que existem muitos softwares adequados no mercado para esse tipo de usuário especial, mas que falta divulgação, pois é uma pequena fatia do mercado de deficientes visuais que conhecem os softwares disponíveis.

Citam também que é um investimento caro para o público existente e que só seriam viáveis os investimentos na evolução desses softwares se fossem patrocinados por órgãos governamentais e que a evolução da tecnologia ocorre numa velocidade muito grande onde não é possível acompanhar esse desenvolvimento por parte dos deficientes.

6. Conclusão

O aumento da acessibilidade a computadores pessoais em geral e a Internet em particular, promete uma incrível melhoria no acesso a materiais escritos. Com um computador pessoal e browsers Web, a tecnologia se tornou de fácil acesso, as pessoas não são mais restritas a materiais auditivos e impressos. Agora as pessoas têm acesso a uma infinidade de páginas na intenet, de material pessoal, corporativo, educacional e entertenimento, tudo isto disponível na sua casa. E não há tempo melhor para essa enorme revolução: a grande maioria dos invisuais em países desenvolvidos chegam a essa condição por fatores ocasionados pela idade. Com o tempo médio de vida aumentando, o número de potenciais usuários da internet, com deficiência visual aumenta a cada dia. Estas pessoas também querem ter acesso a toda essa tecnologia que diversifica a informação, sem que seja necessário ter que esperar que isso seja traduzido por voluntários. Elas precisam das mesmas oportunidades, e a tecnologia torna isso possível.

Não quer dizer que a Intenet é um mundo feliz onde os invisuais podem navegar e olhar com toda a liberdade como pessoas sem essa deficiência, mas pode-se afirmar que com a ajuda destes sotwares que utilizam do uso de sintetização de voz, trazem mais inclusão às pessoas deficientes.

  1. PROPOSTAS FUTURAS

Para que deficientes visuais sejam inseridos no mundo virtual é sugerível propor um padrão de páginas Web, para que estas pessoas possam usufruir do grande benefício da Internet, de uma forma fácil e rápida, permitindo que tenham informações e acesso aos mais variados meios de notícias, compras, entretenimento e pesquisa, para poder desenvolver não só seu lado social, mas principalmente sua vida profissional.

Este trabalho poderá ser proposto aos Órgãos Governamentais, Instituições e Entidades Comerciais, pelos próximos alunos, para que realmente se adequem a este modelo, a fim de que qualquer pessoa, que possua algum tipo de deficiência ou não, possa ser independente e usar todos os recursos que a tecnologia oferece.

8 . Referências

[01] LERPARAVER – O Portal da Visão Diferente. Antônio Silva e Daniel Serra. Disponível em <http://www.lerparaver.com> Acesso em Mar/2009.

[02] MICROPOWER – Tecnologia em Educação e Negócios. Disponível em <http://www. micropower.com.br> Acesso em Mar/2009.

[03] NIEE – UFRGS – Núcleo de Informática na Educação Especial – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Disponível em <http://www.niee.ufrgs.br> Acesso em Fev/2009.

[04] SANTAROSA, L. M. C. Cooperação Na Web Entre PNEE: construindo conhecimento no Núcleo de Informática na Educação Especial da UFRGS. Anais do Congresso Ibero-americano de Informática na Educação especial- III CIIEE- SEESP/MEC. Fortaleza 20 a 23 de agosto 2002 publicado em meio digital – CD - p.64-79.

[05] IGOIA – Jaws 3.5 for Windows. Disponível em <http://www15.brinkster.com/igoia /acessibilidade/caracteristicasdosleitoresdetela.asp> Acesso em Mar/2009.

[06] COSTA, Renato. Software para deficientes visuais na plataforma Linux está em fase final de execução. Disponível em: <http://www.acessa.com/informatica/arquivo/tecnologias/2007/01/05-sinal/>
Acesso em: Mar/2009.

[7] Serpro ajuda deficientes a ter acesso à leitura
Disponível em: <http://www.vivaleitura.com.br/noticia_show.asp?id_noticia=125>
Acesso em: Mar/2009.

[08] Freedom Scientific
Disponível em: <http://www.freedomscientific.com> Acesso em: Mar/2009.

[09] MegaTTS. Jaws
Disponível em: <http://www.megatts.com/2007/05/20/jaws/> Acesso em: Mar/2009.

[10] OLIVEIRA, Tatiana B. de; SANDRI, Márcia Lílian; FAGUNDES, Fabiano. Proposta de Adaptação do Webvox a Internet com XML In: VII ENCONTRO DE ESTUDANTES DE INFORMÁTICA DO ESTADO DO TOCANTINS, 2005,Disponível em:< http://www.ulbra-to.br/ensino/43020/artigos/anais2005/anais/webvox.pdf>Acesso em: Fev/2009

[11] MICROPOWER. Virtual Vision.

Disponível em:<http://www.micropower.com.br/v3/pt/acessibilidade/vv5/index.asp>

Acesso em: Fev/2009.

[12] Ambientes digitais virtuais: Acessibilidade aos deficientes visuais

Andréa Poletto Sonza - Lucila Maria Costi Santarosa - Disponivel em: <www.cinted.ufrgs.br/renote/fev2003/artigos/andrea_ambientes.pdf>

Acesso em Mar/2009.


Autor: Drika Sampaio


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