Pra não só falar de flores... Poesia!



Poesia é a arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados. Sua matéria prima é a palavra e com ela o poeta manipula as sensações do leitor, brinca com a sua sensibilidade, daí poder-se dizer que o poeta é um cínico; Transmite sentimentos que pertencem ao eu-lírico e não à sua pessoa, mas o faz com tamanha habilidade que o leitor torna-se co-autor, compadece-se, sofre junto, transforma-se numa extensão do artista. Não é incomum alguns poetas colocarem observações sobre a situação expressa, denotando que a temática não se refere à sua vida em particular. Isso, em respeito à identificação do leitor que acaba comungando da poética ali descrita.

Podemos também, a respeito de poesia, dizer que "Poesia significa duas coisas: A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra o poema, o poeta o artífice. A mensagem poética também pode ser importante, principalmente se o poema louvar algo ou alguém, ou o contrário quando essa destina-se à sátira, ainda que seja a estética o meio de definir um texto como poético. A poesia compreende aspetos metafísicos, temporalidade, contemporaneidade, imaterialidade, e a possibilidade desses elementos transcenderem ao mundo real. Esse é o labor que compete verdadeiramente ao poeta

Poesia é a expressão de um sentimento, como por exemplo o amor. Muitos poemas falam do amor. O poema é o seu sentimento expressado em belas palavras, rimas e versos, entrelinhas e palavras subentendidas que tocam a alma e a subjetividade.

O poeta desvincula-se de pressupostos racionalistas e/ou cientificistas, buscando, antes, apreender o universo imagético criado pela poiesis, que põe continuamente em processo o dinamismo da escritura poética, do homem, da natureza, da história, da cultura, enfim, os múltiplos saberes.

Tal como o artífice, o poeta vai incrustando vírgulas, dois pontos, reticências, sílabas e rimas, na composição da sua jóia. Manipula as sensações do leitor. Brinca comelas. Ele precisa ser específico na descrição de tal forma que cause ao leitor a sensação do aroma, do sabor e a sensação tátil. E, assim, tece o poeta a interlocução como leitor.

Para dar conta do objetivo de interagir com o leitor, o escritor poeta tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática. Usa das possibilidades expressivas ou artísticas da linguagem e no uso consciente de tais possibilidades, utiliza derecursos que a língua coloca à disposição dos indivíduos para expressarem seus estados afetivos, sua sensibilidade e imaginação.

O poeta pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta, ou acadêmica, da língua, exercendo a liberdade necessária tal como usar de recursos como o uso de desvios da norma ortográfica que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo, de pensamento e de construção que assumem o caráter "fingidor" da poesia: Parodiando Pessoa...

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.

(Fernando Pessoa)


Autor: lucia czer


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