ENQUANTO SÓCRATES DORME.



 

 

ENQUANTO SÓCRATES DORME.

 

 

            “Só sei que nada sei”. Segundo Sócrates, reconhecer a própria ignorância é a condição fundamental para podermos aprender. Não apenas o fato de reconhecer, mas principalmente ir em busca do conhecimento.

            Ora, de um lado está a procura da verdade, que é a retirada das máscaras que encobrem, não somente nossa mente, mas também a nossa alma. De outro lado está nosso cérebro que assimilou um falso conhecimento e nossa alma protege esse pseudo saber. Em nossa mente está instalada uma imensidão de saberes que acreditamos terem sido elaborados e conceituados por nós.

            Podemos observar no dia a dia que a maioria das pessoas está sempre com a cabeça cheia de idéias, e muitas dessas pessoas são até radicais em afirmar que estão certas e que não abrem mão dessa forma de pensar. Quando temos oportunidade de dialogar mais profundamente com uma dessas pessoas, começamos a perceber, que na verdade essa forma de pensar, de entender, não é sua. Essa forma de pensar foi incutida pelo meio em que vive; pelo Sistema. E o que é o Sistema? O que ele nos oferece? O sistema existe para nos servir ou é ele que se serve de nós?

            Realmente, “Só sei que nada sei”. Podemos ver se formos analisar, que tudo o que fazemos porque acreditamos ser certo; ser correto, nada mais é do que seguir o que foi previamente estabelecido. Se formos analisar, veremos que também as instituições existem para servirem ao Estado. Se tivermos condições de analisar, então, vamos lá, vamos acordar e vamos reconhecer nossa ignorância.

            Reconhecer nossa ignorância significa bater de frente com os conceitos, com as definições que temos sobre todas as coisas, e perceber que não estão tão certas como pensávamos. É claro que isso não é fácil, afinal, nós teremos que, realmente, nos recolhermos e ir até o fundo da nossa alma. É lá que se encontram as raízes de tudo. Nossos conceitos, nossas definições, são formulados de acordo com o que sentimos e, questioná-los significa mexer na nossa alma. Mas, se existe a possibilidade de fazer com que isso aconteça e melhore a nossa visão, com certeza, valerá a pena.

            Que Sócrates durma tranqüilo.


Autor: Edi Mail Bohrer


Artigos Relacionados


Theo De Carvalho - Segundo AniversÁrio

O Processo Da Independência Do Brasil

Camaleão

Sonhar é Viver

Água...

Eu

Mostre Quem é Você