Paisagem




Impregnada em minhas retinas, nega-se se ir de mim. Encanto-me com outras árvores, mas não há nada como as paisagens da minha meninice: jabuticabeiras, cacaueiros, abacateiros, jenipapeiros, laranjeiras, tanjerineiras.
Procuro seduzir-me por outras aves, no entanto as imagens da infância escrita às margens do Rio Pardo são soberanas e imponentes: as ilhas de areia, o pescador solitário, a travessia à balsa, as matas verdes, as belas montanhas vestidas de árvores frutíferas, a gente banhando-se nas águas amigas do rio.
Oponente paisagem, enfeitas meus sonhos e alegrias pueris, tu passeias entre suspiros e desejos.
Teu colorido te fizeste majestosa aquarela a enfeitar meus dias fartos de menino pobre e sonhador.
As picadas por entre as matas fechadas, a terra vermelha, os passeios pelas roças, o feijão novo e verde crescendo no campo, o fogão a lenha, o voo das andorinhas, o canto do sabiá, a ordenha das vacas, a lida do povo em busca do pão cotidiano.
A Beira Rio, a Praça Três Poderes, o jardim, As ladeiras, o cemitério, o campo, a AABB, o por do sol, as noites estreladas, as noites claras de lua cheia, as noites juninas, a fogueira, a festa da cidade, as barracas, a euforia...
Paisagem. Tudo isso és tu. E não importa por onde ande, o que veja, o que vislumbre; serás sempre a tela perfeita, imagem notável a seduzir meus olhos e devaneios.

Porto Seguro, 03/07/09
Autor: jackson cruz dos santos


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