PERCEPÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO



Hoje vivemos num mundo que cresce a cada dia, que avança tecnologicamente e que também muda os seus modos de viver. Nessa perspectiva, o meio ambiente vem sofrendo alterações e o equilíbrio costurado no cosmo a milhões de anos tem se desfeito. Assim, este estudo teve por objetivo diagnosticar a visão ambiental dos funcionários do Fórum Desembargador José Alfredo Neves da Rocha, no município de Itapetinga, com o intuito de possibilitar a realização de projetos ambientais que visem à melhoria da qualidade ambiental deste setor público. Através da pesquisa qualitativa e fazendo uso de questionário fez-se a coleta de dados, e, primeiramente, foi traçado o perfil dos entrevistados. Percebeu-se através dos resultados obtidos que esses funcionários sabem o que é meio ambiente, percebe quem e como se faz mal ao meio ambiente, como preservá-lo e no que é possível mudar os hábitos no ambiente de trabalho para que o meio ambiente venha a ser beneficiado. Ainda, é válido dizer que toda ação humana é capaz de transformar a natureza, podendo, assim, impactá-la. Portanto, torna-se necessário, diante dessa percepção buscar formas de vivermos melhor no ambiente de trabalho e fora dele. Vale salientar que a Educação Ambiental é um importante instrumento de sensibilização em busca da consciência ambiental, podendo levar a mudanças de atitudes buscando a melhoria da qualidade ambiental.

INTRODUÇÃO

O crescimento populacional na última metade deste século, acompanhado dos rápidos avanços tecnológicos, produziu o intenso consumo do chamado capital natural, estabelecendo um cenário de rompimento do equilíbrio de diversos ecossistemas. Esse consumo desordenado dos ativos ambientais tem promovido uma desordem na estrutura organizacional dos elementos vivos e não vivos presentes na Terra, pois a desagregação deste conjunto de elementos ambientais aliados à falta de postura pró - ativa nas questões ligadas ao meio ambiente, tem proporcionado o desequilíbrio e a falta de perspectivas quanto à sobrevivência das futuras gerações.

O mundo em que vivemos cresce a cada dia a nível de industrialização, uso de recursos naturais e tecnológicos, urbanização e intensificação da agricultura etem como resultado a modificação muito rápida do meio ambiente. E desde a década de 70, os recursos naturais, que pareciam inesgotáveis, demonstraram a sua fragilidade e vulnerabilidade do "desenvolvimento".

Considerando o desenvolvimento sustentável como a capacidade de satisfazer as necessidades de hoje sem prejudicar as necessidades das gerações futuras, pode-se afirmar que precisamos perceber o meio ambiente de maneira que esta percepção movimente atitudes que direcione as ações em um processo, de forma a disciplinar a utilização de recursos naturais que poderá, em tese, atingir a sustentabilidade ambiental (WEIMES, 1999).

O ser humano está, a todo o tempo, a partir de suas ações, modificando o meio em que vive, transformações estas que afetam direta e indiretamente a sua qualidade de vida. Questões sociais como saúde, educação, moradia, violência, saneamento básico, lazer, prazer, harmonia, tranqüilidade são também comprometidas por essas transformações. A reaproximação do homem com a natureza torna-se urgente e deve ser constante, pois dessa relação depende a sobrevivência da espécie humana e de outros seres vivos.

O meio ambiente do qual fazem parte a natureza, o homem e todos os elementos bióticos e abióticos junto com suas relações precisam ser pensados de forma a buscar melhorias no desenvolvimento do planeta, e o setor público, como agências governamentais também tem essa responsabilidade. Portanto, deve-se perceber o meio ambiente de forma que se possa através dessa percepção criar expectativas de uma sociedade melhor, mais unida e sustentável.

Diante dos problemas enfrentados pela sociedade contemporânea a percepção ambiental torna-se fundamental no sentido de entender o verdadeiro significado do termo meio ambiente entre outros termos dele derivados. A percepção leva a ação. Como agir sem primeiro perceber? Procura-se perceber para identificar os problemas de nossa sociedade e daí irmos em busca de soluções. Saber como os outros percebem o meio em que vivem pode dar-nos respostas para muitas perguntas.

Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive. As respostas ou manifestações daí decorrentes são resultados das percepções (individuais e coletivas), dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa. Desta forma, este trabalho buscou avaliar e traçar um diagnóstico da percepção ambiental teórica e prática dos funcionários do Fórum Desembargador José Alfredo Neves da Rocha, localizado no município de Itapetinga-BA, o qual poderá servir, posteriormente, para a elaboração de uma proposta de intervenção nesse setor, a fim de propagar a mudança de atitudes ambientais no ambiente de trabalho, pois saber como os indivíduos com quem iremos trabalhar vêem o ambiente em que vivem, suas fontes de satisfação e insatisfação é de fundamental importância, pois só assim, conhecendo a cada um, será possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da realidade do público alvo. Aqui estão alguns dos resultados encontrados no estudo.

O setor público escolhido para o desenvolvimento da pesquisa a fim de diagnosticar a percepção ambiental dos funcionários, foi o Fórum localizado no município de Itapetinga-BA. O município de Itapetinga está situado na região sudoeste da Bahia, a uma distância de 580 km da cidade de Salvador e conta com uma população de, aproximadamente, 63.177 habitantes (IBGE, 2004).

Pela dimensão e relevância optou-se em usar a abordagem qualitativo-descritiva da pesquisa já que esta, segundo Bogdan e Biklem (1994), envolve a obtenção de dados descritos obtidos do contato direto do pesquisador com a situação estudada. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário como instrumento. Através dos questionários buscou-se conhecer a postura e as atitudes dos funcionários do fórum e verificar através disso a possibilidade de mudanças de atitudes em benefício ao meio ambiente no ambiente de trabalho, como também, posteriormente, a elaboração de projetos com perspectivas de intervenção a partir de uma educação ambiental não-formal com propostas de sensibilização.

A primeira etapa da pesquisa consistiu no levantamento bibliográfico, com uma leitura seletiva e crítica, buscando estabelecer relações e confrontando idéias de diversos estudiosos. Posteriormente, foi feita a pesquisa de campo. Para iniciar essa segunda etapa da pesquisa foi solicitada a autorização da administração do setor público que seria o local da pesquisa para que essa fosse efetuada, esclarecendo de que maneira a pesquisa iria se proceder.

O Fórum do Município de Itapetinga é composto por um total de 80 funcionários, desempenhando as suas funções nos diversos setores lá instalados: Cartórios Judiciais e Extrajudiciais, Juizados Especiais Cível e Criminal, Defensoria Pública e Cartório Eleitoral. Estes constituem um universo de pessoas diversificadas no que diz respeito à classe social, idade, grau de escolaridade e cultura.

Trabalhou-se na pesquisa com parte dos funcionários do Fórum. Sujeitos ativos e permanentes, colaboradores da atual situação em que se encontra a realidade local. Neste ínterim, passou-se 80 questionários para serem respondidos dos quais 59 foram devolvidos. Assim, trabalhou-se com uma amostragem de 72,4% de um total de 80 funcionários.

O questionário aplicado era composto de 20 questões, sendo 2 questões abertas, 9 questões de múltipla escolha e 9 questões de múltipla escolha com justificativas, tal como apresentado no Anexo A. O principal interesse era de saber e entender como estes funcionários percebem o meio ambiente em que vivem. Pelo proposto no objetivo da pesquisa buscou-se observar a visão dos funcionários sobre os temas abordados, principalmente com relação ao consumo de água e energia, resíduos, impactos ambientais, mudanças de atitudes, responsabilidade ambiental, qualidade de vida e comportamentos. Através desse questionário foi possível traçar um diagnóstico da visão ambiental desses funcionários, o qual poderá servir, posteriormente, para a elaboração de uma proposta de intervenção nesse setor a fim de propagar a mudança de atitudes no ambiente de trabalho.

Após a coleta, os dados foram tabulados, analisados e, posteriormente, discutidos, com vistas a propiciar a compreensão do todo. Em cada tabela buscou-se apresentar os dados da pesquisa e confrontá-los com os fundamentos teóricos pesquisados, permitindo assim proceder a uma síntese conclusiva sobre os aspectos abordados.

CONTEXTUALIZANDO SETOR PÚBLICO

Na sociedade moderna, ser ambientalmente responsável significa atender às necessidades sociais e éticas exigidas por essa sociedade. Significa também identificar processos produtivos eficientes, gerenciar resíduos, energias, aumentar as vendas através de vantagens competitivas, reduzir custos e também consumo de energia, de água e de matérias-primas, atender aos clientes no caso da empresa privada e aos usuários no âmbito do setor público, além da sociedade de modo geral.

Para o setor público, a gestão ambiental é sinônimo de ação preventiva e de compromisso com a melhoria contínua. Torna-se essencialmente necessário que todos os atores envolvidos na gestão pública estejam cientes da responsabilidade social que seu setor representa para toda a coletividade. Em linhas gerais, o setor público ao lado das organizações não-governamentais, são os principais veículos de propagação de política sócio-educativa voltada às premissas da percepção ambiental (LEÃO e FALCÃO, 2002).

Através da percepção ambiental é possível interferir na postura insensata dos indivíduos com a implementação de ações educativas focadas numa gestão ambientalmente sustentável. Portanto, um primeiro passo deve ser dado no que diz respeito à percepção ambiental nos locais públicos, visando mudança de atitudes, de cultura, de práticas e de visão. O olhar deve ser abrangente, holístico. Gerenciar resíduos de fora para dentro e de dentro para fora. Essa gestão exige o olhar e a partir do olhar é possível perceber e proporcionar mudanças.

A administração pública deve ser capaz de voltar-se para as questões ambientais e chamar a atenção dos funcionários para isso também. No setor público a conscientização quanto a essas questões deve estar presente, visto que o local de trabalho é na maioria das vezes onde passamos a maior parte do tempo e é onde nossos hábitos e atitudes se consolidam. Barata, Kligerman, Minayo-Gomez (2007, p.168) ressaltam que a administração pública deve planejar suas ações, visando "a conscientização dos servidores para a otimização dos recursos para o combate ao desperdício e para a busca de uma melhor qualidade do ambiente de trabalho".

Diante do exposto, é imprescindível a identificação dos problemas que obstruem a aplicação de um modelo sustentável de desenvolvimento, devendo-se corrigi-los no sentido de substituir os hábitos antigos por novas práticas ambientais. Barata, Kligerman, Minayo-Gomez (2007) ainda adverte que instituições públicas deveriam ter por missão a busca do bem-estar da sociedade e deveriam ser as primeiras a buscar isso. E se bem-estar social está ligado à qualidade ambiental deveria si começar por ai. A destruição ambiental, a saúde da população, os efeitos das alterações químicas do planeta somam aos diversos problemas relacionados à convivência em sociedade, clamando por solução. E todos nós já percebemos isso.

PERCEPÇÃO AMBIENTAL: DISCUTINDO OS RESULTADOS

A aplicação do questionário bem como a análise de suas informações, permite uma avaliação ampla do nível de conscientização ambiental de um importante grupo institucionalizado. Foram sujeitos desta pesquisa 59 funcionários do Fórum do Município de Itapetinga. A seguir são apresentados os resultados, considerando-se os temas abordados nos questionários aplicados aos funcionários. Na análise dos dados buscou-se observar a visão dos indivíduos sobre os temas abordados.

Na Tabela 1, pode-se observar que a maioria dos entrevistados declarou ser leitores de temas sobre o meio ambiente. Esta informação pode levar a pensar, que os entrevistados possuem bom conteúdo de informações e esclarecimentos sobre diversas questões ambientais. Sabe-se que é por meio da leitura que o indivíduo é capaz de atribuir um sentido ao mundo que está a sua volta. Num mundo tão competitivo é imprescindível que as pessoas busquem aprimorar seus conhecimentos.

Tabela 4 – Costuma ler livros, revistas, jornais e outros sobre o tema meio ambiente.

Resposta

Percentual (%)

Sim

88,1

Não

11,9

Na questão 2, quando questionados sobre o que entendiam por meio ambiente as respostas variavam, mas podem ser assim categorizadas: 1) o conjunto de tudo que nos cerca; 2) elementos bióticos e abióticos; 3) são as inter-relações entre os seres vivos; 4) é o ambiente natural; 5) é nossa condição de sobrevivência; 6) todo meio comum. O meio ambiente é tudo isso sim, mas tudo isso juntos, não separado. O que se vê é uma fragmentação do que se entende por meio ambiente, uma limitação, a maioria dos entrevistados vê o meio ambiente como algo que está ao seu redor, mas que eles não estão inseridos. Sabe-se que nada vive separado da natureza, assim como influenciamos no meio, somos influenciados por ele. A vida forma uma enorme teia entrelaçada e somos apenas um de seus fios, desfeita esta teia ou diminuída em sua capacidade, a vida corre perigo, pois um ser depende do outro para sobreviver. O que é imperativo que saibamos é que fazemos parte de um sistema. Interagimos com o sistema e ele interage conosco e com todos os demais elementos que o compõe.

Na questão 03, quando questionados se existia relação entre qualidade de vida e qualidade ambiental todos os funcionários deste setor público responderam que sim. E suas percepções a respeito disso podem ser assim categorizadas: 1) quanto à perspectiva de vida e saúde individual e coletiva; 2) quanto ao equilíbrio e harmonia; 3) quanto melhor o ambiente, melhor poderá ser a qualidade de vida. 4) a qualidade de vida diretamente ligada à qualidade socioambiental. Na qualidade de vida está inserida: emprego e renda, saúde, convivência harmônica entre os seres, cultura, lazer, educação básica, moradia, prazer, alimentação adequada, saneamento básico, transporte de boa qualidade etc. Todas estas condições representam a "ecossocioeconomia" termo criado pelo economista Ignacy Sachs (VIEIRA, 2007) que na sua essência significa a aglutinação de todos os fatores preconizados pelo desenvolvimento sustentável. É bom lembrar que o conceito de qualidade de vida, modifica de sociedade para sociedade, de acordo com cada cultura, e que se torna necessário à criação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que tenha como objetivo o bem-estar da humanidade, em paz e justiça social, e no equilíbrio com a natureza, sem qualquer discriminação econômica, social, política, de raça ou credo.

Na Tabela 2, Uma grande parcela dos funcionários entrevistados reconhece que não sabem se no seu dia a dia causam algum dano ao meio ambiente. Nessa resposta foi possível perceber que a dúvida pesa na consciência e que é preciso refletir sobre sua visão ambiental. Fica evidente que os funcionários não se sentem como parte integrante do meio ambiente e por isso não avalia suas atitudes. A forma como se vive revela que todos de algum modo causam dano ao meio ambiente, desde quando transformamos esse ambiente natural já estamos dando margem ao desequilíbrio e a harmonia existente, conforme nos alerta Tavares et alli (2008).

Tabela 2 – No seu dia a dia você acha que causa algum dano ao meio ambiente.

Resposta

Percentual (%)

Sim

3,4

Não

10,1

Não sei

86,5

Na Tabela 3 quase que a totalidade dos entrevistados corrobora com a idéia de que o fato de jogar papel em locais não adequados degrada o meio ambiente, provocando impacto ambiental, poluindo as águas e as ruas, uma vez que o papel jogado no ambiente demora de três a seis meses para se decompor. É válido salientar que a percepção inevitavelmente influência o comportamento humano, mas, para manter um ambiente de qualidade, o comportamento precisa ser dirigido para atos específicos, como a colocação de papel em latas de lixo ao invés de jogá-lo no chão. Segundo Macedo (2000), os hábitos pessoais refletem as propriedades de valor de um indivíduo, e o tratamento com consideração ambiental requer a ênfase nos valores ambientais.

Tabela 3 – Você considera que o fato de jogar papel no chão degrada o meio ambiente.

Resposta

Percentual (%)

Sim

98,3

Não

1,7

É válido contribuirmos para se ter um meio ambiente equilibrado e na Tabela 4 os funcionários deste setor público reconhecem, em sua maioria, que vem cumprindo o seu papel de buscar esse equilíbrio. É essencial reconhecer que tudo que se faz para consertar o meio onde se vive é pouco diante do mal que já se fez e da forma como se fez ao meio ambiente. É preciso cumprir nosso papel enquanto cidadãos do mundo, como nos aponta Gadotti (2005), buscando a harmonia da teia costurada a milhões de anos e que compõe o cosmo equilíbrio do planeta. Diante disso, é preciso que cada um reconheça e assuma suas responsabilidades perante a vida no planeta, reveja suas ações, e principalmente, direcione seus esforços para que se possa fazer a diferença. Nesse sentido, as atitudes de cada pessoa devem favorecer o equilíbrio ambiental, de modo a possibilitar uma verdadeira qualidade de vida a todos.

Tabela 4 – Você considera que vem cumprindo o seu papel enquanto cidadão para a efetivação de um meio ambiente equilibrado.

Resposta

Percentual (%)

Sim

89,9

Não

10,1

Conforme resultados das Tabelas 5 e 6, a sociedade civil tem sido apontada como um dos setores mais responsáveis pelos danos ao meio ambiente e ao mesmo tempo o mais envolvido com a sua proteção, são os que mais degrada, ao mesmo tempo em que são os que mais se envolvem com a sua proteção. Percebe-se, aqui, uma tomada de consciência. No mundo atual a sociedade contemporânea tem se caracterizado pela sua visão imediatista, capitalista, e lucrativa, o que realmente os leva a não preservação do meio ambiente para obter isso. Mas também essa mesma sociedade já percebeu que a crise ambiental instalada na modernidade tem crescido e tomado proporções assustadoras, a ponto de frear o desenvolvimento e a obtenção do lucro (HOBSBAWM, 1995). Segundo Gadotti (2005), é preciso buscar uma nova ética ambiental, a ética do necessário, do que produzir e como produzir e do que consumir e como consumir. É premente a necessidade de a sociedade atual desenvolver essa nova ética ambiental capaz de promover o estabelecimento de valores que levem a comunidades estáveis e duradouras. Precisamos com urgência proteger o meio em que vivemos, proteger o nosso planeta para que tenhamos condições de nos mantermos nele. Temos que nos disciplinar mais diante dos problemas ambientais, buscando compatibilidade entre o progresso e a preservação ambiental.

Tabela 5 – Qual segmento abaixo você classifica como o principal responsável pelos danos ao meio ambiente.

Segmento

Percentual (%)

O governo

5

As indústrias

38,9

O setor agrícola

10,2

A sociedade civil

42,5

O setor comercial

Não houve

Não respondeu

3,4

Tabela 6 – Qual segmento abaixo você classifica como o mais envolvido com a proteção ao meio ambiente.

Segmento

Percentual (%)

O governo

18,6

As indústrias

6,8

O setor agrícola

8,5

A sociedade civil

44

O setor comercial

1,7

ONG's

8,5

Não respondeu

11,9

Na Tabela 7, as ONG's são apontadas como as que exercem um papel muito significativo no que diz respeito à tomada de atitudes para a proteção do meio ambiente. Realmente as Organizações Não-Governamentais se revelam pela sua diversidade. Ultimamente, com a crise ambiental o movimento ambientalista tem cumprindo muito mais o papel de militância, buscando providencias mais rápidas e as pessoas têm percebido isso. A busca de um modelo de desenvolvimento sustentável, que não prejudique a natureza, é o objetivo maior do movimento ambientalista, que nos últimos anos tornou-se expressivo no mundo. As ONGs, têm como principal ativo à credibilidade que muitas vezes falta ao governo, assim como a agilidade na execução de sua missão. Têm sido o fortalecimento da sociedade civil em dimensão planetária como também uma garantia à proteção dos direitos do cidadão. Em termos gerais, o que se destaca é que as pessoas têm o dobro de confiança nas ONGs, do que nos governos, nas empresas e na mídia.

Tabela 7 – Qual segmento abaixo você classifica como o mais preocupado com os assuntos relacionados ao meio ambiente.

Segmento

Percentual (%)

O governo

5

As indústrias

3,4

O setor agrícola

3,4

A sociedade em geral

34

O setor comercial

Não houve

As ONG's

47,5

Os meios de comunicação

5

Não respondeu

1,7

A Tabela 8 revela que a maioria dos funcionários entrevistados acredita que pode haver desenvolvimento econômico e social sem a geração de impactos ambientais, desde que haja o controle ambiental das fontes poluidoras. Hoje o impacto ambiental torna-se inevitável quando se age em busca do desenvolvimento econômico e social e diante dessa afirmativa temos que tentar minimizar esses impactos o máximo possível, já que é praticamente impossível abrir mão do desenvolvimento. Segundo Fenker (2008) toda atuação humana impacta na natureza e isso é necessário. Sabe-se que Impacto ambiental é um choque, uma modificação brusca causada por alguma força exterior no meio ambiente.Estamos alimentando nosso meio todos os dias com toneladas e toneladas de elementos contaminantes, sujando águas, poluindo o ar, provocando desequilíbrios. Nosso Planeta é um sistema que reage segundo aquilo que a ele impomos.Sendo assim, necessário se faz um conjunto de ações, como o controle de emissões, redução do consumo de recursos naturais, reciclagem de resíduos, reutilização de materiais, obtenção e cumprimento da licença ambiental e principalmente a conscientização e a sensibilização da sociedade em prol das questões ambientais.

Tabela 8 – Você acha que pode haver desenvolvimento econômico e social sem a geração de impactos ambientais.

Respostas

Percentual (%)

Sim, desde que haja o controle ambiental das fontes poluidoras.

67,8

Não, pois o impacto ambiental é inseparável de todo processo de desenvolvimento.

13,6

Não, há casos onde o impacto ambiental é o preço a ser pago pela sociedade.

15,2

Não tenho condições de opinar sobre tal assunto.

3,4

CONCLUSÃO

Através da aplicação e análise dos questionários foi possível conhecer qual a visão, o conhecimento e o comportamento que os funcionários do Fórum do município de Itapetinga-Bahia têm em relação às questões ambientais. Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, apesar da maioria dos funcionários terem nível superior e de fazerem uso de leituras relacionadas ao meio ambiente, ficou evidente que a consciência ambiental neste setor público ainda não está sedimentada, pois a maioria dos entrevistados ainda não tem uma correta visão do ambiente em que vivem.

Nessa pesquisa foi possível visualizar a percepção ambiental dos funcionários do Fórum de Itapetinga e considerar que os funcionários entrevistados julgam o que é meio ambiente, percebem quem e como se faz mal ao meio ambiente, sabem como preservá-lo, no que é possível mudar os hábitos e atitudes no ambiente de trabalho para que o meio ambiente venha a ser beneficiado, acreditam quais as atividades que causam mais ou menos impactos ambientais no ambiente de trabalho, mas fica também demonstrado que a maioria dos entrevistados tem essa visão, no entanto, um número significativo vê o meio ambiente como algo que está ao seu redor, mas que eles não estão inseridos, ou seja, não se sentem parte integrante do meio ambiente. Percebem o meio ambiente de forma a melhorá-lo, ou seja, percebem contudo não agem.

O indivíduo ou grupo enxerga, interpreta e age em relação ao meio ambiente de acordo com interesses, necessidades e desejos, recebendo influênciassobretudo dos conhecimentos anteriormente adquiridos, dos valores, das normas grupais, enfim, de um conjunto de elementos que compõe sua herança cultural. O indivíduo processa mentalmente as informações que o meio e a herança cultural lhe oferecem e a conduta é construída mediante a equilibração entre os fatores internos e externos. A percepção essencial do mundo abrange toda maneira de olhá-lo, consciente e inconsciente, objetiva e subjetivamente.

A percepção do meio ambiente deve ser constante e deve estar presente em todo o processo da vida do indivíduo, perpassando a vida pessoal, escolar e profissional. Há de se admitir que a Educação Ambiental ocupa um papel de muita importância na sociedade de hoje, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes do seu papel na preservação do meio ambiente, e aptos para tomar decisões que sejam as menos agressivas possíveis ao meio, mas para isso é preciso primeiramente perceber esse meio, se sentir parte dele. Nesta perspectiva a educação ambiental não-formal constitui uma das principais armas de defesa ao meio natural. Trabalhos voltados para essa temática não são necessários somente nas escolas, mas na sociedade em geral, para que a coletividade venha a se sensibilizar e modificar suas atitudes a respeito do meio ambiente, e o setor público é um dos principais veículos de propagação de política sócio-educativa voltada às premissas da percepção ambiental, devendo para tanto, buscar parcerias com escolas, universidades e com organizações não governamentais em prol dessa política sócio-educativa.

Assim, a partir dos resultados da pesquisa realizada, se faz necessário promover a conscientização e a sensibilização da comunidade forense através de uma educação ambiental não-formal, em relação à utilização dos recursos naturais de um modo mais sábio, a fim de tentarmos recuperar a degradação ambiental causada por nós mesmos. E como o Fórum é um setor que desperdiça matéria-prima e insumos como água e energia se faz imprescindível pensar numa forma de intervenção que busque minimizar os pontos negativos neste setor público a fim de propagar a mudança de atitudes ambientais, incentivando os funcionários a desempenharem suas funções de forma mais responsável em relação ao ambiente, com a adoção de práticas inovadoras.

Ainda é válido dizer que toda ação humana é capaz de transformar a natureza, podendo assim impactá-la. Portanto, torna-se necessário, diante dessa percepção buscar formas de vivermos melhor no ambiente de trabalho e fora dele, buscando o equilíbrio do ambiente onde vivemos.

REFERÊNCIAS

BARATA, M.M.L; KLIGERMAN, D.C; MINAYO-GOMEZ, C. A gestão ambiental no setor público: uma questão de relevância social e econômica. Ciência & Saúde Coletiva. 12 (1), 2007. p. 165-170.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação:uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora,1994.

FENKER, E.A. Natureza: fonte de matéria-prima para o homem? Disponível em:

<http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=31911>. Acesso em: 15/06/2008.

GADOTTI, M. Pedagogia da Terra e cultura de sustentabilidade. Revista Lusófona de Educação. 6, 2005. p. 15-29.

HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Itapetinga. Acessado em: 07/07/08.

LEÃO, A.L.C.; FALCÃO, C.A.C. Fazendo educação e vivendo a gestão ambiental. Recife: CPRH, 2002.

MACEDO, R. L. G. Percepção e Conscientização Ambiental. Lavras/MG: Editora UFLA/FAEPE.2000.132p.

VIEIRA, P.F. Ecodesenvolvimento: do conceito à ação – de Estocolmo a Joanesburgo. In: VIEIRA, P.F. Rumo a Ecossocioeconomia. Cortez: São Paulo, SP, 2007.

WIEMES, F. Uma proposta de Sistema de Gestão Ambiental aplicada numa Empresa Metal Mecânica Catarinense. UFSC, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis – SC, 1999.


Autor: Izabela Antunes Oliveira


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