Sistematização da Assistência de Enfermagem



INTRODUÇÃO

A busca em orientar sua prática, fundamentando-se em bases teóricas, fez com que a Enfermagem necessitasse de um método sistematizado, capaz de solucionar ou amenizar os problemas dos usuários. Embasando-se no método científico, foi desenvolvida, então, uma forma de organizar o trabalho através da distribuição dos cuidados em etapas inter-relacionadas, o Processo de Enfermagem, denominado posteriormente de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).

A SAE é, conforme aponta Horta (1979), a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando o cuidado ao ser humano e caracterizando-se por etapas dinâmicas que se complementam. Figueiredo et al (2006), acrescentam que o método permite aplicar os conhecimentos teóricos de enfermagem na prática cotidiana do cuidado, contribuindo para o fortalecimento da Enfermagem enquanto ciência e atendendo com mais precisão e eficiência as necessidades humanas básicas do cliente/paciente.

Utilizada inicialmente como instrumento de ensino, a SAE foi primeiramente enunciada na literatura americana por Linda Hall em 1955, que observou ser a prática de enfermagem baseada na observação e avaliação sucessiva das intervenções realizadas. No Brasil, foi introduzida por Wanda de Aguiar Horta, que publicou o livro O Processo de Enfermagem em 1979, um marco na produção acadêmica brasileira. A partir daí, foi implantada em alguns serviços brasileiros, obtendo resultados variados (CIANCIARULLO, 2003; FIGUEIREDO et al, 2006).

Embora implantada no Brasil desde a década de 70, a SAE só recebeu apoio legal do Conselho Federal de Enfermagem em 2002, por meio da Resolução nº 272 (COFEN, 2002). Entretanto, de acordo com Hermida e Araújo (2006), essa Resolução não foi suficiente para a implantação da SAE, já que muitas dificuldades ainda são encontradas para a implantação e implementação desta metodologia assistencial. O COREN-SP (2005), fiscalizou instituições de saúde em São Paulo dois anos após a obrigatoriedade da implantação da SAE no estado e constatou que 45% das instituições ainda não conseguiram implantar a SAE.

Figueiredo et al (2006), apontam que existem muitas lacunas no desenvolvimento do conhecimento acerca do tema, evidenciando que em seu estudo de revisão de literatura não foram identificadas produções que tivessem como tema central os fatores que interferem na implementação do processo em instituições brasileiras. Então, considerando as muitas dificuldades de implantação/implementação da SAE, a necessidade dessa prática para os pacientes e a exigência da SAE pelo COFEN, foi realizado este estudo com o objetivo de conhecer experiências de implantação da SAE em unidades hospitalares, relatadas em periódicos científicos publicados no Brasil de agosto de 2003 a agosto de 2008.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico e exploratório extraído do Trabalho de Conclusão do Curso Bacharelado em Enfermagem elaborado pela autora sobre as experiências de implantação da SAE em unidades hospitalares. Foi realizado um levantamento, no período de agosto de 2003 a agosto de 2008, por meio do banco de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), além de Bibliotecas Virtuais de Universidades reconhecidas no país. O período delimitado para análise das referências foi escolhido considerando que em 27 de agosto do ano de 2002, o COFEN aprovou a Resolução nº 272/2002 que dispõe sobre a SAE nas instituições de saúde brasileiras, estava assim regulamentado o uso da SAE no Brasil.

Os descritores utilizados foram: Sistematização da Assistência de Enfermagem, SAE, Processo de Enfermagem, implantação e hospital.A seleção dos estudos se deu, inicialmente, por meio da leitura do título e resumo daqueles levantados nas bases de dados. Com a seleção finalizada, os textos foram lidos na íntegra, sendo excluídos aqueles não discutiam a temática para os profissionais da equipe de enfermagem e, após análise, foram selecionados vinte e seis trabalhos.

Os trabalhos selecionados foram primeiramente categorizados segundo ano, fonte e local de publicação agrupado por região e, a partir da leitura, foram estabelecidas quatro categorias para se proceder às análises dos mesmos: percepção dos profissionais de enfermagem acerca da implantação da SAE; fatores que interferem positivamente na implementação da SAE; fatores que interferem negativamente na implementação da SAE X Estratégias de superação das dificuldades apresentadas; modelos teóricos da Enfermagem mais utilizados na fundamentação da SAE.

RESULTADOS

Segundo o ano de publicação dos estudos, observa-se, de acordo com o GRÁFICO 1, que as publicações sobre o tema tiveram um valor mais significativo nos anos de 2005 e 2007.
 

FONTE: Elaborada pela autora com base em dados bibliográficos, 2008.

 

Os estudos escolhidos foram encontrados distribuídos em 11 fontes de publicação, conforme apontado na TABELA 1. As fontes que mais contribuíram com esta pesquisa foram a Revista Brasileira de Enfermagem, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, com suas Dissertações e Teses e a Revista Acta Paulista de Enfermagem, com 26,9%, 19,2% e 15,3% das publicações que integram esse estudo, respectivamente.

TABELA 1 – Distribuição dos estudos segundo fonte de publicação

Fontes de Publicação

%

Acta Paulista de Enfermagem

5

19,2

Acta Science Health

1

3,9

Cogitare Enfermagem

2

7,6

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP (Mestrado e Doutorado)

4

15,3

Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (Mestrado)

1

3,9

Online Brazilian Journal of Nursing

1

3,9

Rev. Brasileira de Enfermagem

7

26,9

Rev. Eletrônica de Enfermagem

1

3,9

Rev. Escola Enfermagem – USP

1

3,9

Rev. Latino-Americana de Enfermagem

2

7,6

Rev. Texto & Contexto Enfermagem

1

3,9



















FONTE: Elaborada pela autora com base em dados bibliográficos, 2008.

O GRÁFICO 2 apresenta o local de publicação dos estudos agrupado por regiões do Brasil. Sua análise permite observar que a Região Sudeste oferece o maior número de trabalhos publicados, totalizando doze, ressaltando-se que estes estão concentrados em sua totalidade nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto. Em seguida, estão as regiões Centro-Oeste, com nove publicações, das quais oito foram desenvolvidas no Distrito Federal; Sul com quatro publicações e Nordeste com apenas uma. Não foram encontrados estudos sobre o tema na Região Norte.
 


Autor: Eliane Santana Nunes


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